Parte Três
"Kay, o que está fazendo?!" - Suspirei profundamente para explicar pela milionésima vez para Delphin, o que estava fazendo. - "É para o meu Ibur?"
Tive que rir, Delphin está sendo uma boa companhia mas quando começa a falar, só perguntas difíceis ou sem respostas o que sempre cria outra dúvida nela.
"Eu estou consertando o cristal de transmissão, Delphin." - Respondo colocando a grande esfera de água marinha no meio dos monólitos do quinto pavilhão. - "Para poder entrar em contato com as outras Atlantis."
"Outras Atlantis?!" - Delphin nadou para perto de mim e ficou olhando os monólitos com estranheza.
"Pelo que conta os painéis antigos, a Deusa-Mãe Tétis ao selar os monstros com a ajuda dos abissianos fundou cinco cidadelas dando o mesmo nome para todas, para assim não tivesse divisão de forças ou uma ser melhor do que a outra." - Respondo sua pergunta e viro para olhar a pequena Delphin que estava encarando a passagem do quinto pavilhão. - "Que foi?"
"IBUR!!!" - Saiu nadando com pressa dali, eu segui Delphin até o salão principal, e por ironia dos mares, o Ibur realmente estava lá, será que é a ecolocalização dela?
"DELPHIN!!" - Ibura se agarrou na filhote e ficou valsando com a mesma, posso dizer que fiquei enciumado. - "Kay te tratou bem, minha pequena?!"
Olhei surpreso para essa pergunta do Ibura, ele sequer me olhou ainda, mas pelos estalidos daquela abusada com certeza vinha explosão vulcânica.
"Eu não mereço nem um abraço?!" - Digo antes daquela albina abusada agisse.
Ibura sorriu e veio me abraçar, a Delphin não me colocou como vilão, ainda bem por quê ela não gosta de mim.
"Ibur..." - Quando ele se afastou de mim, olhei para seu pescoço e pedir a reação, não conseguia pensar em mais nada, só nesse colar. - "Quem te deu esse colar?!."
"Foi a madame Meduzoa, você gostou?!" - Ibura perguntou bem receoso, se ele soubesse o que significa esse colar...
"Eu... Eu adorei vê-lo usar o colar!." - Puxei mesmo o perto de mim e o olhei diretamente nos olhos. - "Esse colar é o mais importante ornamento dos Abissianos, ele tem um simbolismo gigantesco para mim, meu companheiro."
Ibura ia me beijar mas uma certa abusada resolveu intervir, mas tudo bem tê-lo usando esse colar já é algo maravilhoso.
"KAYKE THAUMOC PODE APARECENDO SEU CEFALÓPODE MENTIROSO!!" - Tanto eu como Ibura ficamos surpresos por ouvir esse tubarão bizarro aqui no Templo. - "EU QUERO SAIR DESSE LABIRINTO!!!"
"Charond?!" - Segurei na mão do Ibur e o levei comigo para a entrada do templo. - "Eu, Kayke Thaumoc, guardião do Templo dos Mares permito que Charond Carcharias entre no salão principal."
O Templo começou a se reorganizar para abrir passagem ao visitante, coisa que não acontece sem a permissão do Guardião, fora o guardião somente o Rei Netuno pode obrigar o templo se reorganizar. O Templo é um organismo vivo.
"Finalmente, já estava enlouquecendo de fome dentro desse labirinto... Olha só, comida!!" - O grande atlantiano da terra leste, olhou para a Delphin com gula. - "Você é uma grande manta, Kayke." - Os dentes pontiagudos ficaram visíveis, ele realmente vai atacar a Delphin e se isso acontecer o Ibur vai sofrer.
Quando ele foi para cima dos dois, eu agi de forma involuntária, arremessando-o para longe com minha magia.
"Delphin é do Ibura, tente contra a vida dela e eu mesmo, sacrificarei a sua, Charond." - Disse sem tirar meus olhos dele e me colocando entre eles. - "Ainda deseja atacar a Delphin, Charond Carcharias?"
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Guardião dos Mares - Contos SOS (1° Edição)
FantasyConcluído Kayke é um jovem abissiano que vive no templo que guarda a cidade principal de Atlantis. Sua vida pacata sofre um redemoinho de confusão quando o príncipe Ariel foge do palácio, agora Kayke terá que ir atrás do príncipe com a ajuda do seu...