Nossos Acertos

48.5K 2.9K 19.2K
                                    

Eu sei que falei que ia postar o tal capítulo enorme, mas eu decidi que era melhor dividir em duas partes mesmo porque ia ficar muito grande e eu não queria que a leitura ficasse maçante. Eu já vou começar a escrever a outra parte então ela vem nessa semana provavelmente. Bom, esse capítulo só tem mais coisas óbvias e confirmações de teorias se alguém ainda tinha qualquer dúvida. Perdoem qualquer erro e boa leitura, vidas.





Tantas coisas aconteceram nessa semana que eu acho que é impossível que isso aqui seja curto, mas vou tentar resumir. Por onde começo? Hum, ok, terça feira. O dia da consulta de Lisa.

Na segunda, Joy nos abordou na hora do lanche para dizer que já tinha conversado com o pai sobre tudo e que ele havia indicado uma colega de trabalho que teria um horário livre para atender nessa semana. Mais especificamente no dia seguinte. Eu não poderia estar mais grata pela existência dessa garota e ainda mais grata por ela ter se encantado por Rosé, fazendo assim favores para uma garota desconhecida como Lisa com a pura intenção de conquistar minha amiga.

Depois tive que conversar com Lisa e contar que marcamos uma consulta com uma psicóloga e acho que isso foi como um alívio para ela. Lisa estava silenciosa naquela manhã, os olhos cansados e ombros caídos, mas não me disse nada sobre estar se sentindo mal. Eu perguntei se estava tudo bem, a fiz prometer que não havia nada de errado, mas a coisa é que ela sempre foi boa em mascarar emoções.

De qualquer maneira, na terça-feira depois da escola, estávamos nós quatro adentrando o consultório pequeno e aconchegante da doutora Sandra Miju, conforme o endereço que Joy nos passou. A consulta não era exatamente gratuita, mas tinha um desconto bem generoso, tornando possível que eu pagasse uma parte ao juntar minha mesada com a de Jisoo. O pai dela havia liberado Lisa do Kimchuri mais cedo hoje, e eu pretendia ir para a casa dela depois da consulta para que pudéssemos estudar para a nossa prova de história em dupla. Ou podíamos fingir estudar e tentar colar de Rosé lá na hora, mas ainda não decidi. Preciso incentivar Lisa a ter bons comportamentos acadêmicos.

— Será que vou ter que fazer algum exame? Vou ter que tomar alguma injeção? — Lisa apertou minha mão quando estávamos nos sentando no sofá da pequena sala de espera.

— É só uma consulta, garota. — Nego com a cabeça e olho na direção do balcão, onde Jisoo está encostada conversando com a atendente. Rosé está ao lado de Lisa, mexendo no celular como sempre.

— Vou ter que ir sozinha? — Lisa realmente parecia uma criança às vezes.

— Acho que sim. — Levanto a mão para arrumar sua franja e faço um carinho rápido na maçã de seu rosto. Hoje ela parece bem melhor e isso me alivia de certa maneira. O ambiente ao nosso redor também é reconfortante, uma sala com cores mais vivas nas paredes, uma mesa de centro cheia de revistas, dois sofás verdes que definitivamente pareciam não se encaixar ali e o balcão branco onde a atendente conversava com Jisoo. O barulho tranquilo dos carros passando na rua é audível daqui, as buzinas não tão constantes também. Podia ter pelo menos uma televisão aqui, né?

— Não sei se contei pra vocês, mas eu tive um sonho estranho. — Rosé finalmente parece lembrar que nós existimos e começa a falar enquanto enfia o celular no bolso da calça jeans. Antes que eu pergunte que sonho foi ou demonstre qualquer interesse em saber, ela continua: — Sabe aquela Irene da festa? Pois, é. Sonhei que a gente tava na casa da Jisoo, nós quatro, e de repente eu escutava um grito. Mas era bem alto. E de alguma forma eu sabia que era o grito dela, era um grito horrível, sabe? De horror mesmo. E então o sonho acabava, mas acordei com uma sensação ruim no peito. — Ela finaliza com uma careta, tremendo os ombros em desgosto ao relembrar.

O Encontro de Um DólarOnde histórias criam vida. Descubra agora