Capítulo XLII

350 53 4
                                    

- Alguém viu a Portman ? - Olivia perguntou, quando viu a mesa da detetive vazia

- talvez esteja se transferido para o FBI ! - Fin brincou, mas Olivia ficou tensa e receosa

- Bom dia ! - S/n desejou passando do lado da Capitão

- bom dia - Fin e Amanda desejaram de volta, S/n deixou o copo de café em cima da mesa, e tirou o sobretudo, ficando apenas de Blusa social, o que inclusive Olivia percebeu que a Blusa era a mesma da Noite anterior. A capitão com extinto de mãe levantou uma sobrancelha, mas deixou para lá, sabendo que se preocupasse e pensasse demais, acabaria perdendo todo o seu dia.

Todos seguiram seus dias normalmente, fazendo suas investigação, sua interrogação e tudo mais. Era hora do Almoço quando Ally entrou pela porta da unidade, com um ar misterioso e para pouca brincadeira, S/n seguiu para perto da doutora, para saber se ela estava bem

- boa tarde ! - desejou, Ally a olhou e deu um sorriso suave

- boa tarde ! - disse simples, a doutora não queria muita conversar com a detetive, s/n sabia que havia algo de errado, mas não quis forçar a psicóloga a dizer nada que não quisesse.

Três dias depois, Ally estava estranha, todo toque a assustava, ela estava mais atenta as pessoas, Portman, tentou conversar com a Mulher loira, mas não adiantou, Ally apenas se retraiu e fugiu do assunto, dizendo que estava atrasada para um compromisso.

Duas semanas depois, era tempo demais, não que você quisesse que ela desabafasse com S/n, mas você ainda queria ver o sorriso de volta no rosto de Ally, o sorriso que alegrava o seu dia, mesmo que não percebesse, Ally é uma parte importante para você. O que levou você a fazer o que pensou que nunca ia fazer. Se abrir.

Ally

A noite estava linda, o céu sem nuvens, algumas estrelas enfeitando o azul escuro que formava o céu, mas as pequenas estrelas brilhante quase não se comparava com a grande estrela daquele espetáculo, a Lua, em seu auge grande e muito brilhante. Na janela do meu escritório tenho os melhores panorama da cidade que agora é minha casa, pensamentos sempre vagavam por ai, sem rumo, o meu momento de se desligar um pouco desta vida, do meu trabalho.

- Ally ! - s/n me chamou e eu suspirei virando para olhar ela - você se abriu para alguém ? - perguntou parada perto da porta

- por que quer saber, Portman ? - perguntei um pouco rude

- você precisa se abrir com alguém ! - ela disse e eu rir

- falou a garota modelo que desabafa com todos - disse irônica

- é para o seu bem - disse ainda parada no seu lugar, perto da porta

- meu bem, eu sei exatamente como me cuidar ! - falei

- Quando tinha 16 anos fui estuprada pelo meu padrasto, isso me mudou, mudou o modo como me visto, o modo com que falo com as pessoas, modo como ando na rua, toda vez que um homem chega perto de mim eu penso será que vai acontecer de novo ?, porquê eu tenho medo de que possa acontecer novamente.- desabafou - Toda noite eu sonho que ainda estou presa naquela cela, com aquelas mulheres me espancando - ela falou, a olhei - sim, eu fui espancada, e escapei de morrer duas vezes ! - falou dando um passo a frente - eu tive duas costelas fraturada, a enfermeira quis me enviar para o hospital, mas eu neguei dizendo que podia me virar com o que tinha, quando o dia do meu julgamento chegou, passei a madrugada com febre, e precisei ir a um hospital - relatou

- eu não sabia que precisou ir ao hospital, ninguém avisou nada a Olivia - falei e ela assentiu

- eu não quis incomodar ninguém, como sempre faço, eu me fecho, mas você não deve fazer isso. Quando eu sai e tive minha vida de volta, ainda sinto que não é eu, falta algo, quando sai daquela prisão, algo morreu dentro de mim ou se perdeu naquela cela - ela falou sua voz baixa e rouca por conta do choro preso, seus olhos lacrimejando - quando atirei naquela mulher, eu não sentir medo, eu gostei da sensação de poder que aquele revolver na minha mão havia me dado, como se ninguém pudesse me deter, como se fosse eu novamente, de volta ao controle - continuo, o que ela está tentando fazer - eu guardei isso apenas para mim, para que ninguém sentisse pena de mim, guardei isso porquê achava que se guardasse bem lá no fundo ninguém ia perceber que não era eu, e que não estava faltando nada em mim, mas eu estava errada, isso me destrói a cada dia que passo sem contar a ninguém - S/n começou a desabotoar a Blusa social

- o que está fazendo ? - perguntei, s/n caminhou na minha direção

- eu me culpo pelo incêndio que houve no meu apartamento, mesmo sabendo que não foi culpa minha, mas eu não paro de pensar que se alguém tivesse se machucado, eu me culparia, porquê o incêndio estava apenas na minha casa, e quando abrir a porta o fogo se alastrou por todo o prédio, eu perdi a apresentação de fim de ano do Noah, porquê estava no hospital, e depois estou evitando ele para tentar deixá-lo a salvo de mim, do perigo que causo a todos ! - ela disse e tirou a blusa social, s/n estava com uma regata branca por baixo - eu acho que o lado bom de o apartamento em que morava ter pego fogo, é que eu pude me punir com isso - disse e me mostrou suas queimaduras

- não é culpa sua - falei e ela chorou

- eu sei, sei que não é culpa minha, mas ainda sim fico imaginando eu com a gasolina e fósforo na mão - ela disse - não seja igual a mim, não se feche, se abra mesmo se não for comigo, eu me fechei por que sou uma otária idiota, que deveria pular da ponte - falou chorando, chorando muito. Andei para perto de S/n e tentei tocar na sua queimadura que ficava no braço, mas a porta foi aberta, olhamos e vi Bracey, s/n colocou sua blusa social de pressa e saiu pela porta correndo

Euphoria (Ally/ You)Onde histórias criam vida. Descubra agora