Capítulo 1

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Pão é o que mais tenho comido ultimamente e minha mãe nem se importa, e sinceramente nem eu, minha vida é uma droga mesmo, é irônico pensar que minha mãe é uma grande influência tanto na empresa quanto para algumas pessoas, minha mãe que esteve a frente de todas as reportagens sobre o 11 de setembro, o auge da carreira de minha mãe, enquanto eu sou uma péssima influência para todas as pessoas que tenham um mínimo de consciência, mas sinceramente em 2020 ninguém tem consciência de nada, as pessoas fazem tudo em prol da tecnologia, ow louvada seja a mãe tecnologia. As vezes queria ter nascido no tempo em que as pessoas se comunicavam através de cartas, ou tinham uma agenda para escrever sobre seus sentimentos, ou como foi seu dia - no nosso século as pessoas estão mais se importando com quantos likes vai ganhar naquela foto ou em fazer Photoshop apenas para se sentir bem e encumbrir uma falha - eu anseio por emoções reais, pessoas conversando pessoalmente, sentindo emoções reais, como raiva, alegria, sem ter aquele kkk onde as pessoas fingem está rindo, mas sinceramente ninguém rir com essa porcaria.

O mundo é cruel ele exige que você dance de acordo com seus passos e se você não o acompanhar, então você tem duas opções: 1 suicídio, 2 ser igual a mim, um viciado, sem vontade de viver, se você não dançar de acordo seu destino será doloroso e impiedoso.

- você nunca termina o café da manhã rápido, e sempre fica olhando para o nada - a voz de minha mãe vindo do sofá enquanto arrumava sua bolsa para o trabalho

- gosto de apreciar esse momento - respondi simples, voltando para a minha bolha, segura e confortável

- você vai vir neste jantar hoje a noite ? - perguntou novamente

- eu sou obrigada a usar vestido ? - perguntei e ela assentiu - não obrigado, gosto de ficar em casa, sem conversas chatas e comidas que não enchem minha barriga - disse e ela riu, negado com a cabeça

- você tem que sai dessa casa, você passa metade do tempo aqui dentro, enfornada dentro daquele quarto, é por isso que está ai pálida - respondeu de volta, com certeza eu não estou pálida por causa de tanto ficar dentro de casa

- eu estou bem aqui, na minha casa, ninguém para me atormentar, vamos lá mãe eu gosto de ficar sozinha - choraminguei e ela assentiu

- tá bom - disse dando se por vencida - se não se apressar vai perder o ônibus - disse e revirei os olhos

- eu pego o trem - rebati

- então anda logo, você é tão calma, não se preocupa em perder a primeira aula ? - perguntou sentando a minha frente

- não quando você é a melhor em física - disse tomando um gole de café

- tá bom, senhora física, vai, vai pegar sua bolsa senão vai se atrasar - disse, me levantei e fui até o meu quarto, pegando minha mochila e inclinando a cabeça em direção a mesa onde tinha o resto do pó que esmaguei na noite passada, inalando logo em seguida. Fui em direção a sala e minha mãe estava com a carteira nas mãos - aqui, compra um lanche para você - disse me entregando uma nota de cinquenta dólares, sorrir e fui em direção a porta, chamei o elevador e fui em direção a estação de metrô. Em pouco tempo estava na escola, cheguei a tempo o sino ainda nem havia batido

A hora do recreio é o pior pesadelo de um adolescente como eu, várias pessoas aglomerada em apenas um ambiente, isso me deixa nervosa, pessoas andando de um lado para o outro, se esbarrando uma na outra, se tem uma coisa que odeio é pessoas se tocando, para falar a verdade eu tenho fobia de pessoas. Caminhei para o lugar onde mais gostava de ficar, na biblioteca, peguei um livro e seguir até uma mesa vazia e comecei a ler, o tempo passa voando quando você está tendo uma boa leitura. O sino logo tocou anunciando que o recreio havia acabado, voltei para minha sala, e um pé na minha frente me fez cai, a risada estridente do grupinho que me atormentava desde o primeiro dia em que cheguei aqui

Euphoria (Ally/ You)Onde histórias criam vida. Descubra agora