CAPÍTULO IV

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CALEB CALISTO se senta em sua carteira, a aula de biologia ainda não havia se iniciado, de fato, o professor nem ao menos havia chego, tampouco Clare, a garota albina que fazia parte de seu grupo de amigos e era sua dupla na aula.

Embora Clare e Amalie nunca tenham se dado — realmente — bem, ambas fazem uma força para serem amistosas uma para com a outra; as duas amam Caleb, cada qual de sua maneira, e fazem de tudo para que ele não se sinta pressionado em escolher entre uma ou outra... as garotas sabem, sobretudo, o quanto elas importam para o garoto.

— Cal! — A garota exclama animada ao adentrar a sala

Faziam algumas semanas que não se viam desviado à um problema que afligiu a pele da pobre garota que, mesmo se banhando de protetor solar, acabou com vermelhidão e algumas feridas pequenas em seus braços. Ser albina tem seus pontos positivos, contudo, na maioria vezes, os pontos negativos se sobressaem.

— Bom dia Clare. — O garoto responde com a mesma empolgação — Se sente melhor? — Pergunta com preocupação após observar os braços cobertos por uma blusa de mangas compridas

A garota de orbes avermelhados sempre evitou, ao máximo, usar blusas que lhe cobrissem os braços, pois estas a fazem se sentir anormal; tal como se não fizesse parte desta realidade.

— Um pouco, mamãe disse-me que devo parar de ser teimosa e seguir as indicações médicas, ela está pensando, até mesmo, em me tirar do colégio... sabe; educação domiciliar. — Ela diz enquanto se senta ao lado do rapaz e ajeita seus materiais sobre a carteira

O jovem Calisto a olha estupefato, não gosta nem ao menos de pensar em tal possibilidade, afinal, se tal ideia se concretizar, a amizade que cultivaram se minguará lentamente até deixarem de se falar e se tornarem completos estranhos. Caleb sabe que não terá tempo pra visitar a amiga e sabe que ela não terá os meios para visita-lo.

Enquanto isso, na sala de espanhol, Amalie Pond se encontra sentada na última carteira da fileira ao lado esquerdo do cômodo, se isolando do restante dos seus colegas de classe. Ela nunca fez questão de se misturar com os demais; afinal.

Sua aula também é feita com os alunos divididos em duplas, todavia a garota continua optando por fazê-la só; não por se considerar antissocial ou algo do gênero, mas sim por saber que ninguém gostaria de ficar junto dela. Todos ali temem um surto eminente de sua parte e ela não os culpa.

Lembra-se claramente do dia no qual surtou em sala, ficando extremamente agressiva para com os outros e quase arremessando a carteira em outro aluno, tudo porque ouviu alguns idiotas zombando de sua condição; naquela época ela ainda se negava a tomar os medicamentos e aquele dia ficou marcado na memória de todos do colégio, incluindo a sua pois foi após esse dia que ela decidiu; por bem, tomar seus medicamentos.

Nunca foi sua intensão assustar os demais e, devido a isto, escolheu perder a si mesma, escolheu sentir-se uma estranha em seu próprio corpo.

Não me levem a mal, tampouco a levem a mal, Amalie Marie Pond sabe que os medicamentos existem para ajudá-la; assim como ela tinha plena ciência de que existiriam alguns efeitos colaterais.

— Olá.  — Adam, o garoto ruivo que faz parte do grupo de Caleb desde o início, quebra o silêncio reconfortante no qual Amalie estava imersa

— Olá. — Ela responde um tanto quanto confusa, não se lembra de tê-lo visto em sua classe de espanhol anteriormente

— Sou novo na classe... sabe, eles abriram as inscrições e eu estava precisando de umas atividades extracurriculares; juntei o útil ao agradável. — O garoto se explica enquanto ajeita os cabelos acobreados — Posso me sentar com você?

Pond mexe em seus cabelos acaramelados enquanto aparenta buscar uma resposta para a pergunta no fundo de sua alma.

Faz algum tempo que conhece Adam, ele é um dos poucos adolescentes que não a julgaram após seu surto e é, também, o único amigo de Caleb com quem se dá verdadeiramente bem, sem precisar fingir.

— Fique a vontade. — Ela responde após pensar por mais alguns segundos

O garoto a agradece e se senta ao seu lado, retirando os materiais da mochila. Ele é um dos poucos adolescentes que fazem questão absoluta de andar para cima e para baixo junto de sua mochila. Adam nunca confiou em armários.

John Smith acaba de sair da reunião com o senhor Pond os acionistas da empresa; reunião a qual foi bem sucedida graças ao advogado, pois com a sua ajuda o pai de Amalie conseguiu convencer os patriotas em demasia que a abertura da filial era uma ótima ideia.

O homem de cabelos em tonalidade ruiva "ardida" sente-se exausto, mesmo tendo trabalhado menos do que o normal, a reunião de três horas — a qual durou apenas uma hora e meia para ele — foi tão exaustiva quanto os dias em que faz hora extra e sua cabeça parece estar prestes a explodir.

Contraditoriamente a seu cargo, John sempre odiou reuniões e burocracia em demasia e, sou infeliz ao dizer, quando formado no ensino médio, apenas optou por cursar direito por influência de seu pai. É verdade que, mesmo não sendo o maior fã de direito, ele se empenhou durante seus anos na universidade; de fato, o rapaz se empenhou tanto que acabou por se formar como melhor da turma.

Hoje posso dizer com tranquilidade que Smith é grato ao seu pai, afinal foi graças a sua insistência na universidade de direito que John conseguiu se aproximar ainda mais de Helena, a veterana de direito que viria a se tornar sua esposa.

Eles se conheciam desde o ensino médio, trocavam algumas palavras na biblioteca, contudo ele sempre pensou que a garota jamais iria querer algo com alguém dois anos mais novo. E ele não poderia estar mais enganado.

Se o câncer não a tivesse acometido eles certamente estariam juntos até hoje.

O advogado é retirado de seus devaneios quando sente uma mão repousando em seu ombro.

— Muito obrigado. — É o que Pond, o dono da mão, diz

 — É o que Pond, o dono da mão, diz

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HEY MEU POVO QUE COME PÃO COM OVO!

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Ainda não há dias fixos para postagens, considerem o capitulo apenas uma degustação por hora.

Isso é tudo pessoal!

Tia Bia ama o cês!

Kissus da tia Bia!

Adote uma bipolar [ EM BREVE ]Onde histórias criam vida. Descubra agora