"O sapato certo te leva ao lugar ideal. No entanto, o melhor sapato te leva ao lugar desejado"
London Smith é uma colecionadora nata de sapatos. De todas as cores e formas possíveis, ela os seleciona de acordo com a ocasião. Mas tem um em especial...
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Uma vez eu tinha escutado que o silêncio é mais violento que toda gritaria e vozes. Não porque através da gritaria, podemos ter o todo tipo de resposta ditas em voz altas, que podem ser carregadas pelo vento, mas sim porquê o silêncio te dar o que você não quer ouvir: A verdade.
O silêncio te faz questionar cada mínimo pensamento que têm, cada paranoia, cada conversa e imagem. É algo usado para infligir a tortura a si mesmo, da forma mais lenta e dolorida que existe. Este é o trabalho da verdade, te fazer ver o que os seus olhos não deixam. E eu só percebi isso na sala da detenção, rodeada de estranhos esquisitos e um silêncio gritante dentro da minha cabeça.
Eu tentava me negar a pensar na possível traição de Julie, doía como brasa quente na garganta, a dor de ser traída e enganada nunca foi tão real. Porém, a dor de ver Adam machucado e saber que eu tinha uma pequena parcela de culpa, fazia doer cada célula do meu corpo.
Seu corpo está jogado sobre a cadeira como um boneco de pano, a cabeça repousando sobre a mesa fria de madeira velha, os braços escondendo o rosto machucado como um escudo. Ele está sentado na primeira fila, de frente ao inspetor Kelly que parece bastante entretido no jornal, jogando caça-palavras.
Penso em como cheguei até aqui, de repente tudo começou a desabar, como um prédio com rachaduras, que pouco a pouco começa a ruir e quando vê, desabou e você não sabe como aquilo chegou nesta situação, lembro do filme Antes que eu vá, que em apenas um dia, a vida de Sam mudou catastrófica e drasticamente, destinada a viver o mesmo dia, ver o mesmo sofrimento, sem nunca mudar o final. Contudo, diferente de Sam, eu poderia mudar o próximo dia, até mesmo a próxima hora, mas não tenho ideia de como fazer.
