Não era do meu feito ter sentimento de autopiedade, era tipo esperar que minha carta para Hogwarts fosse chegar a qualquer momento pelo correio o que era impossível. Contudo as palavras de Julie parecem ter se entranhado dentro de mim como uma sanguessuga, levando cada bom sentimento que ainda restava ali.A ficha ainda parecia que não tinha caído, mas cada vez que eu lembrava de suas palavras cruéis, mas tomei consciência que não sabia quem era aquela garota de ontem, que para mim a poucos dias, era minha melhor amiga e agora não faço ideia de quem seja.
Depois de chegar em casa e ter desabado no colo de minha mãe, assistimos o filme do Shrek abraçadinhas uma na outra, e acabei percebendo que a fala do Shrek e do burro sobre comparar pessoas com cebolas é um tapa na minha cara.
Julie é como a cebola, cheia de camadas que eu não consegui descascar e conhecer cada milímetro de sua alma como ela conhecia a minha. Uma metáfora horrível, porém é perfeitamente aceitável neste tipo de situação, já que revela que fui uma péssima amiga.
Eu não conhecia a alma de Julie como pensava, era só a parte superficial dela, não era nada comparado do que ela conhecia sobre mim. Por muito tempo, pensei que minha amizade com Julie fosse parecida com a de Anne e Diana de Anne de Green Gables, almas gêmeas como dizia Anne, porém em um ponto do qual não sei dizer, Julie não estava mais do meu lado e eu não poderia estar mais abalada.
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20 Segundos para o clichê
Romance"O sapato certo te leva ao lugar ideal. No entanto, o melhor sapato te leva ao lugar desejado" London Smith é uma colecionadora nata de sapatos. De todas as cores e formas possíveis, ela os seleciona de acordo com a ocasião. Mas tem um em especial...