Estou em quarto.. Mas não é o meu quarto, digo o quarto que foi me cedido por Stefan e sua mãe.
O quarto é rústico e pequeno, com apenas uma janela e uma cama grande de palha e algodão.
Eu conhecia aquele quarto... Sentia como se já estivesse estado ali, há muito tempo.
Ao olhar em volta vejo uma garotinha no canto do quarto, brincando com uma boneca de pano.
─Olá? Tudo bem?
A garota não me olhava, como se não tivesse escutado.
Ela usava uma capa preta longa, que cobria sua cabeça.
Eu tinha uma capa igual àquela quando era menor e...
MORAVA AQUI!!
Essa era a cabana em que eu morei quando menor.
Então, se o meu eu criança ainda está aqui, quer dizer que...
Corri para fora da casa, por sorte a porta estava aberta.
Como eu imaginei, papai estava lá fora.
Papai... papai. Que saudades!!
Se papai está aqui fora sozinho, então mamãe está na cidade ainda!
Corri pela floresta, lembrando de cada lugar que passei quando era menor. De longe vi Titio se aproximando. Não tardaria até papai vir nessa direção também.
Corra mais rápido, vamos.
Quando cheguei na cidade todos já estavam reunidos. Mamãe estava no chão, jogada.
Mamãe... sempre tão linda. Tão pura e alegre.
Agora estava em prantos, toda machucada.
Vi papai se aproximando na multidão.
Daqui a pouco meu eu menor estaria aqui.Nessa hora papai se mostrou para a multidão, desafiando Benito.
Então eu apareci, deixando todos chocados.
Benito mandou nos matar.
Titio me pegou pelo braço e saiu de lá voando comigo.
Era tudo que eu lembrava. Depois disso eu não me recordava de nada.
Eu deveria ficar? Ver meus pais morrerem..?
Saia daí! Agora!
Eu não queria sair.
Corra! Saia daí!
Não, não quero.
Feche os olhos.
Não consigo.
Então aconteceu...
Uma enorme espada atravessou o tórax de mamãe.
E depois, o de papai.
Eu fiquei ali. Sem fala. Sem ação.
As lágrimas eram a unica coisa que se moviam em mim. Escorrendo pelo meu corpo.
Fechei os olhos com força, desejando que tudo acabasse. Que eu acordasse.
Quando abri meus olhos, estava no quarto ao lado de Stefan.
Ele me abraçava, seus olhos estavam preocupados...
Quando viu que eu havia acordado, abraçou-me mais forte.
─Tudo bem, tudo bem... Você está bem agora.
As lágrimas voltaram.
Me agarrei a ele num choro doloroso.
─Mamãe, papai... ─ Eu soluçava.
Acabei adormecendo nos braços de Stefan, da mesma maneira que adormeci nos braços de Titio quando meus pais foram mortos há oito anos atrás.
Só que desta vez, eu esperava não ser abandonada.
E alguma coisa em mim dizia:
Você não será.
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A imperfeita Perfeição
FantasyDisseram-me que eu não podia voar. Disseram-me que eu não podia amar. Disseram-me que feliz eu não podia feliz ser. Meu destino era sofrer... Só que nenhum deles conhecia Stefan.