- As regras da casa são bem simples: sujou, limpe... bagunçou, arrume! Não quero saber da casa zoneada, viu?! E o mais importante, quando o "paizinho" chegar aqui, desapareça! Não quero nem saber pra onde vai, se vire! Vai pro cinema, vai estudar na biblioteca, vai namorar, sei lá, mas não pode ficar aqui... ele morreria de vergonha!
- Ai Bi, tá bom... já entendi! Nossa, nunca tive mãe, mas será que elas são chatas assim que nem tu?!
- Vê se te enxerga, moleque! Já disse que não tenho filho feio que nem tu! Além disso, eu sou só dois anos mais velha que você! Agora vem cá ver seu quarto...E pegou Marcos pela mão pra levá-lo até seu novo quarto. Era a primeira vez que ele teria um lugar pra chamar de seu, o seu refúgio, o seu quarto, a sua casa! Quando entrou no cômodo, não conseguiu conter as lágrimas que caíram livres pelo rosto magro. O quarto estava muito mais bonito que ele sonhava! Havia uma cama de solteiro, um armário embutido que tomava toda uma parede, uma escrivaninha com um computador, uma estante do lado oposto à cama com TV, DVD, som e vários livros arrumados de maneira harmoniosa, e um enorme pôster de sua banda de rock favorita ornamentava a parede acima da cama! Olhou pra Brunna e não se conteve mais, abraçou-a forte e falou entre soluços...
- Obrigado, minha amiga! Acho que nunca vou ser capaz de agradecer isso tudo que você tá me dando! Eu te amo, sua bruxa!
Brunna não era de chorar, mas os olhos ficaram levemente umedecidos, retribuiu o abraço e falou dando um tapinha na bunda do rapaz...
- Deixa de ser manteiga derretida, Biba! Você sabe que desde que saí daquele orfanato eu disse que te traria pra morar comigo quando você saísse também. Tô só cumprindo com minha palavra, afinal eu também adoro ter você perto de mim! Eu não tenho outros ouvidos pra encher que não os seus! Ah, mais uma coisa, nada de amiguinhos dormindo aqui, ouviu bem? Não quero que minha casa vire um bordel!
E secando as lágrimas, Marcos falou num gesto afetado...
- Ah, eu sabia! Tava bom demais pra ser verdade!
- Bicha safada! Olha só, vamos começar a meter a cara nos livros! Vamos terminar esse supletivo e estudar muito pro vestibular! Você sabe o quanto eu levo a sério esse sonho de ir pra faculdade e quero você lá comigo!
- Vamos sim! Sabe que é meu sonho também!Quando saiu do orfanato há dois anos, Brunna já tinha para onde ir! O Senhor Brad Smith primeiro alugou um pequeno apartamento, na Zona Sul do Rio (bem distante do Abrigo), onde a visitava duas vezes por semana. Pagava todas as despesas dela, comprou móveis novos, ao gosto de sua jovem amante, pagava o supletivo e o curso de inglês, a fez tirar carteira de motorista e deu-lhe um carro. E para arrematar, ainda dava a ela uma generosa mesada para os seus pequenos luxos! Mas Brunna não ficou na incerteza do aluguel por muito tempo. Um ano depois, conseguiu persuadir o "paizinho", com seu jeito todo especial, que ela precisava ter uma segurança maior naquele relacionamento, que se algo acontecesse a ele, estaria novamente desamparada. Então ele achou melhor comprar um apartamento para sua linda órfã, afinal havia sido o primeiro homem da vida dela e tinha obrigações por conta disso. Era um homem íntegro e tinha muito dinheiro, não faria diferença no seu patrimônio.
Brunna escolheu um apartamento de dois quartos, no mesmo bairro que já morava, e preparou sua vida e o local pra receber seu melhor amigo Marcos, assim que ele saísse do orfanato. Toda semana ia visitá-lo e sentia muita falta de conversar com o amigo todos os dias como faziam antes. Preparou o quarto dele aos poucos, de acordo com o jeito que sabia que o agradaria e esperou ansiosa o dia em que finalmente poderia trazê-lo para casa. Levou algumas semanas convencendo o Sr. Brad Smith que Marcos fazia parte de sua vida e queria abrigá-lo quando ele saísse da instituição. Eram como irmãos e não poderia deixá-lo sozinho sem amparo. Ele aceitou, contanto que não encontrasse com Marcos nas vezes em que fosse visitar Brunna. Não se sentia à vontade na presença do jovem!
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A Vinha e o Girassol 🌻 Brumilla
FanfictionADAPTAÇÃO BRUMILLA Brunna, ainda criança, foi deixada à própria sorte em um orfanato. Foi naquele lugar triste que criou os valores afetivos e morais que carregou para a vida adulta. Aprendeu a usar de seus dotes físicos para atrair pessoas, dinhei...