Coloquei uma calça simples, botas, uma camiseta e por cima um casaco sobre-tudo. Estava frio em Seattle e eu estava ansiosa para voltar a rotina de trabalho.
Matthew estava terminando de se agasalhar e eu comecei a arrumar meu cabelo, sem muito empenho. Quando terminei a última mecha, ouvi sobre um acidente na TV. Nós sempre deixamos ligada, mesmo que não tenhamos tempo para sentar e assistir com calma .
A notícia era sobre dois metrôs que se chocaram. Aumentei o volume e chamei meu marido, o que na verdade nem era preciso pois ele já estava do meu lado quando me dei conta. Outro barulho tirou meus olhos daquela tragédia, era um som que me levaria para mais perto dela - meu pagger - o de Matt também tocou.
- Bom dia - ele disse e me beijou com pressa.
Saímos juntos até o hospital. Duas ambulâncias já haviam saído, pelos seus lugares vazios, então ele embarcou na 3° às pressas e eu fui em direção a emergência que estava um caos total. Se eu não tivesse presenciado isso diversas vezes, ficaria paralisada, mas não importa o quão bem você seja treinada, essas coisas assustam qualquer um.
Corri até o vestiário, coloquei meu uniforme por cima da camiseta fina de baixo e por último o jaleco, depois corri para o trabalho.
Chegando lá procurei por meu chefe em meio aquela bagunça. Depois de um tempo o vi. Ele estava entubando uma mulher.
- Owen! - gritei
- Kepner! Ah, que bom que chegou - ele sorriu por uma fração de segundo, feliz em me ver - Isso tá... - ele balançava a cabeça em sinal de confusão
- Uma bagunça - completei - por onde começo chefe?
- Fale com Sidney, Kepner, sinto muito, não sou mais seu chefe - ele falava tudo aquilo enquanto fazia diversos procedimentos naquela mulher. Era óbvia a facilidade com que ele fazia as coisas mas daquela vez senti uma ponta de tristeza na sua voz.
- O que? - paralisei por um instante
...
- Kepner! - aquela voz aguda que eu conhecia bem surgiu atrás de mim. Ela veio e me deu um abraço como de costume. Mal me movi.
- Ahn... - minha voz falhou
- Bem vinda de volta! - ela quase que gritou rindo -rindo!?- como alguém poderia rir naquele caos? A ideia de ter que chama-la de chefe algum dia me dava arrepios.
- Obrigada...
- Acha que dá conta dos leitos 6 e 7? Já estou com 3 pacientes, mas se der eu ajudo.
- Eu daria conta dos 5 - falei e saí para pegar os prontuários.
Quando cheguei ao leito 6, coloquei as luvas e me deparei com uma moça, aparentava uns 25 anos.
- Olá - eu li rapidamente o prontuário.
- Oi - ela disse com uma voz fraca
- Já pediram uma ultrassom?
- Não - um interno respondeu, ele estava nervoso talvez fosse seu primeiro dia.
- Peçam, e quero um raio X de tórax também - falei para ele e depois me dirigi a moça - me desculpe, qual seu nome?
- Betthany, mas pode me chamar de Betty
- Olá Betty, sou Dr. Kepner. Está com muita dor?
- Agora não, eles me deram morfina.
- Certo, não se preocupe, vai ficar tudo bem, volto logo.
Saí e fui ao leito 7. Apressei o passo quando ouvi sons demais.
- Chamem um staff! - alguém gritou.
Abri a cortina, um homem estava convulcionando.
- Virem ele no 3. 1, 2, 3! - ele se estabilizou, suspirei aliviada e peguei seu prontuário.
...
Após passar no leito de Betthany novamente, saí para respirar e encontrei Owen apoiado na bancada da recepção atualizando alguns prontuários. Coloquei os meus - nada delicadamente - sob a bancada e ele me encarou.
- Sidney? Sério? - fui direito ao ponto
- Sinto muito Kepner - dava para notar a tristeza em sua voz - não foi escolha minha, foi do chefe - ele colocou a mão em meu ombro.
- Ela nem é especializada ainda - não queria parecer egoísta, mas saberia que ele me entenderia.
- É, pois é, mas o chefe Webber fez mudanças em todos departamentos, não só aqui.
- Péssimas mudanças - respirei fundo, não deveria descontar isso em Owen, ele não tinha culpa, e para ele deveria ser ainda pior perder o cargo para Sidney.
- Olha, não, Owen... Sinto muito por você também, e me desculpe. Estamos juntos nessa?
- Sempre - ele me abraçou. Mas logo o abraço foi interrompido.
Ouvimos sons e movimentos vindos do leito de Betty. Corri em direção a ele e Owen veio logo atrás.
Ela não está respirando! - o novato disse
- Cadê as luvas? - gritei - preciso de luvas!
- Peguei as últimas daquele leito, não tem mais aí? - Owen perguntou
- Não tem? - olhei para o interno
- Não sei - ele disse tremendo
- Você! - Owen disse se direcionando ao interno - Pegue luvas por favor, rápido!
- Onde pega?, E-Eu sou novo aqui - ótimo, pensei
- Eu mesma pego - disse - você cuida daqui chefe? - só depois me dei conta que não deveria ter o chamado assim, mas para mim não importa, ele sempre seria meu chefe. Ele hesitou em responder, mas isso era o de menos naquele momento.
- Claro, vai lá!
Corri rápido atropelando todo mundo, até chegar a sala de materiais. Entrei rápido e fechei a porta procurando por luvas. Quando as avistei lá em cima, puxei uma banqueta próxima e subi. Como que do nada a porta de abre, tá bom que não é um movimento sobrenatural, mas não se espera todo dia, principalmente quando não se vê ninguém atrás dela. Depois de alguns segundos uma sombra de uma silhueta masculina foi se formando em minha frente, um pouco alta, não consegui ver o rosto de quem pertencia até um feche de luz pousar em seu rosto, mais especificamente em seus olhos. E aqueles olhos... eu reconheceria em qualquer lugar. Meu coração parou
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GNT SKBSJSBSKSNSKSNS
KKKKKKK QUEM SERÁ???
deixem palpites.
gostaram desse cap mais longo?
Sorry por não ter postado ontem, tava me empenhando nesse. bjs
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Loving You is a losing game
FanfictionJá imaginaram o que aconteceria se Jackson não tivesse se declarado para April no dia do seu casamento? Se eles não tivessem fugido, April teria se casado com Matthew? "O universo, continua a junta-los, esperando que eles vejam que foram feitos um...