Trato feito

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— São as primeiras palavras que saiem da sua boca que achei interessante, excepto a parte de pedir a minha mão isso é ridículo, mas trato feito se você ficar calado durante o caminho será ainda melhor. — ela deu-me a mão, aquela pele morena e lisa em contacto com a minha, olhos verdes que me hipnotizavam e aquele cabelo escuro, dona de uma beleza sem igual, sem esquecer dos lábios ... Minha santa mãe!
— Sua dona é belíssima. — disse ao Ralph sussurrando, mas ele olhou pra mim do tipo “essa cara está doido”.
Andamos todo caminho sem falar, ela nem parecia se importar com isso.
— Estamos a poucos metros do cemitério não queres falar mesmo nada Reis.— perguntou Esmeralda.
— Isso estragaria o trato. Na cláusula número 1 diz que eu não devo falar durante o caminho. — declarou Reis.
De repente ela parou, dirigiu-se a mim e olhou bem fundo com aqueles olhos verdes e fez uma cara meiga e disse:
— Conta o que está havendo vai.
Claro que não resiste e começei logo a contar tim-tim por tim-tim. A minha família está enfrentando alguns problemas ou os enfrentará, tudo fruto de uma maldição logo estou aqui para quebra-la.
— E quem foi os responsável pela maldição?— perguntou ela
— A minha querida e adorável avó. — respondi
— Uauuu! Você vem de uma família louca.— declarou ela de queixo caido.
— Bota louca nisso, mas, ela tinha as suas razões.
Continuamos andar e chegamos ao cemitério. — Chegamos ao cemitério o que fazemos agora? — pergunta Esmeralda.
— Não sei ao certo o meu avô não disse o que fazer. Espara um segundo.
— O que vais fazer!?
— Um ritual !
— A sério!?
— Sim, sempre funciona naqueles filmes de terror. “ Óh espíritos do santo cemitério eu preciso me conectar com a minha avó que está entre vós ” Abra, Cadabra.
— Nossa!! O teu ritual foi chocante até teve um Abra, Cadabra no finalzinho.— disse ela perplexa.
— Também gostei deu um impacto.
— O problema não está em gostar, mas sim em obter resultados. — disse ela nervosa.
— Fica chateada não amor, você ...
— Não encosta perto de mim.
— Desculpem.— disse o fantasma. Estavamos tão ocupados a discutir que não o ouvimos, quando repetiu “ Desculpem” assustamos.
— Ah! O senhor é uma espécie de guardião fantasma.?— perguntei brincando.
— Não exactamente Reis. Sou o guardião da Ampulheta.
— O que é isso daí? — perguntou Reis.
— Ampulheta era um objecto muito usado nos séculos passados para controlar o tempo.
— Bravo senhorita Esmeralda. — elogiou o fantasma.

A Maldição da Família GarciaOnde histórias criam vida. Descubra agora