São cinco da manhã, e até agora eu não consegui dormir. Não que eu tenha insônia, eu só tenho insônia quando tomo café, o que não é o caso. Eu não consigo dormir pensando em um porquê plausível para justificar o motivo de Timothée ter se aberto comigo sobre coisas tão pessoais. A gente não tinha muito intimidade mas ele parecia confiar em mim, o que passava uma sensação de conexão e honestidade imensa. E ele parecia estar tão mais leve depois de falar tudo aquilo... Ele nunca tinha desabafado sobre aquilo com mais ninguém? Thomas sabia? Eles eram amigos próximos. Que diabos! Eu gostaria de poder parar de pensar nisso, nem era da minha conta. Pensei em desabafar sobre isso com Harry, porém sem contar o que Timothée havia me dito, apenas pedir um conselho sobre como eu deveria reagir depois de um amigo falar sobre coisas tão pessoais comigo. Mas ele não recebia minhas mensagens e fazia mais de vinte quatro horas que conversamos.
Era meio surreal que a primeira pessoa que passava em minha cabeça quando eu precisava conversar não era Genevieve, era ele. Harry me entendia, sempre soube que palavras usar. Sempre sabia o que tava se passando pela minha cabeça e incrivelmente sabia o que fazer em todas as situações onde eu não sabia, mesmo que ele fosse impulsivo e não ligasse muito pras consequências de seus atos, ele sempre fazia a coisa mais adequada a se fazer.O que me tirou dessa chuva de pensamentos confusos foi a campainha foi tocada por alguém as cinco e meia da manhã. Eu não convidei ninguém para vir aqui de madrugada né, muito menos Thomas (afinal ele teria me avisado, fora que ele só acorda lá pras duas da tarde).
Me levantei da cama com medo de ser assaltada ou algo do tipo,mas felizmente a porta do apartamento tinha um olho mágico e eu pude espiar quem estava batendo na porta naquele horário da madrugada.— Harry?
Falei baixo ao abrir a porta e coloquei a mão
na boca pelo susto, abraçando meu namorado com saudade, que tinha uma expressão facial péssima.— Amy! Senti sua falta, sabia? Você sempre deixa o cheiro do seu perfume no meu apartamento e agora ele tem cheiro de salada de frutas o tempo inteiro.
Ele murmurou com a voz em um tom baixo, enquanto eu o guiava até meu quarto, fechando a porta do cômodo. Espero que Thomas não se importe em eu estar escondendo um homem nos aposentos da casa dele, muito menos sem ele saber.
— Por que não me avisou que estava vindo? Por que veio de repente? Por que ta com essa cara de quem comeu e não gostou? Como sabia onde eu estava?
Fiz várias perguntas de uma vez, e sabia que Harry ja estava acostumado com isso pois ele só deu um sorriso de canto antes de começar a responder uma por uma.
— Nem tive tempo de refletir sobre vir, comprei a primeira passagem que vi na internet. Vim de repente por que, eu te conheço melhor que ninguém e sei que você tava estranha antes de vir pra cá, estranha em relação a nós. E não é que eu comi e não gostei, to levando tempo pra processar que eu tirei coragem do meu cu pra fazer isso. E, você tem a estranha mania de salvar senhas, endereços e número de documentos na nossa conversa.
Ele estava nervoso, eu sabia disso porque ele gesticulava com as mãos enquanto falava quando algo o incomodava, e falou a última parte (sobre senhas e endereços) tão rapidamente que mal entendi. Só me restava saber o que agoniava tanto ele.
— Hazz... Foi só um momento de insegurança, não tem nada estranho em relação á — Fui interrompida pela mão dele na minha nuca, trazendo meu rosto para perto do seu e juntando nossos lábios num selar delicado por longos segundos. Não havia faíscas, nem saudade. Era só um beijo... normal.
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troubled | timothée chalamet
FanfictionUtopia. Significa um futuro perfeito, uma idealização do ideal. Para mim, é impossível, afinal, mesmo que temos diversas metas, é impossível realizá-las sem momentos difíceis ou conturbadores. Sempre terei um desses momentos conturbadores quando alg...