troubled | timothée chalamet

➳ FOUR

Mil e uma jaquetas jeans jogadas no chão branco da casa de Timothée sem nenhuma estampa sobre elas, o tique do relógio me agoniava e Genevieve batendo os dedos contra a mesa me deixava mais pensativa ainda, eu estava muito insegura para falar o que havia pensado porém se ninguém falasse nada eu seria obrigada a contar...

— Ok, ninguém tem nenhuma idéia?

Lella repetiu pela milésima vez naquela manhã, e Timothée negou com a cabeça mais uma vez enquanto Gen balançava os dedos em um sinal negativo.

— Talvez eu tenha!

Todos os pares de olhos presentes naquela sala me encaravam agora, enquanto eu retirava meu celular da bolsa e abria a galeria.

— Nosso tema é "artes". Existem diversos tipos de artes, né? Pinturas, músicas, livros, poemas, filmes.

Eu disse passando entre as fotos, procurando a que eu tinha salvado ontem.

— Um infinito de possibilidades. Eu tava meio insegura de mostrar para vocês, mas acho que talvez seja nossa melhor opção por ser a única que temos...

Dei uma pausa, continuando a procurar pela foto. Até que achei ela e sorri vitoriosa, virando a tela do celular para todos eles, era uma montagem com diversas capas de cd, capas de livros, títulos de filmes e pinturas antigas.

— Temos quatro jaquetas e estamos em um grupo de quatro, pensei que cada um poderia escolher um tipo de arte. Lella escolheria um disco de música, com uma capa linda e de preferência músicas com algum sentido. Timothée poderia escolher um filme, Genevieve uma pintura antiga e eu escolheria um livro. Depois, a gente transformava nossas escolhas numa arte e passávamos para as jaquetas.

Falei pausadamente, explicando cada parte com atenção e mostrando algumas montagens para simular os resultados, como por exemplo a clichê jaqueta de céu estrelado do Van Gogh.

— Você deveria ter falado isso umas duas horas atrás né Amelie.

Genevieve disse com uma voz de brava porém em seguida deu um sorriso orgulhoso e passou o braço em volta do meu pescoço.

— Eu gostei bastante da idéia!

Lella disse e sorriu pra mim.

— É uma ótima idéia mesmo... Podemos trazer as escolhas depois de amanhã?

Timothée perguntou e todos assentiram, sendo assim Lella se despediu de todo mundo e Gen foi junto com ela para pegar carona. Eu fiquei ali, sentada no sofá vermelho da casa dele pesquisando alguns livros aproveitando sua internet boa (afinal Thomas Moretti vivia a base de 4G, e eu não estava afim de gastar meus créditos) e ele se sentou ao meu lado em seguida, com dois copos de suco de maracujá que eu sabia que não seriam bebidos.

— Podemos conversar sobre ontem?

Ele perguntou aflito, sem conseguir me encarar.

— Você não precisa tocar no assunto se for doer.

— Eu não posso continuar ignorando isso, Ames. Eu nem sei o que me fez confiar tanto em você para contar, além de você ninguém sabe. Ninguém sabe como eu me sinto preso, ninguém sabe que eu tento e não consigo sair. Contei em você por que confiei em você desde o primeiro minuto que te vi, e nem sei o porquê disso. Não sei o que vou fazer ainda... Mas ter falado com você abertamente me deixou inspirado para dar um basta. Se eu tiver você comigo, posso conseguir fazer isso. Você é minha amiga, Ames.