➳ PILOTO.

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Amelie West-Allen
point of view.

Cansada. Eu me encontrava cansada, num estado péssimo até mesmo para alguém extremamente preguiçoso, como Thomas, que me enviava mensagens de cinco em cinco minutos sobre carrinhos do hot wheels que eu poderia comprar para ele de presente de aniversário.
Minha cabeça não estava focada nisso, eu estava focada na minha transferência da faculdade. Eu estava mudando de cidade pela segunda vez, e eu ia morar com o Thomas então minha ansiedade era zero, eu amava Thomas com todas as minhas forças, porém o garoto era extremamente bagunceiro e falava italiano sozinho quando estava bravo.
O pior lado de mudar de cidade, definitivamente era o fato de que eu estava indo para Nova York. Eu tenho certeza que ao chegar lá, minha mãe iria querer me ver e inevitavelmente eu veria Marina, que era mais velha porém ainda morava com nossa mãe.
Não é como se eu odiasse Marina, mas eu cresci com ela fazendo comentários sobre a minha aparência, me batendo e uma vez me trancou para fora de casa, eu fiquei na calçada por mais de nove horas, e eu só tinha onze anos. Só entrei dentro de casa novamente quando nossa mãe chegou, junto com o meu pai que era o padrasto de Marina. Ela não ficou de castigo por mais de duas horas, e eu não tive paz por mais de quinze anos, até eu vir estudar em Los Angeles, numa faculdade de moda, o que era o meu sonho. Esse definitivamente era o ponto mais alto da minha vida.
Eu conheci Harry aqui, assim como conheci Genevieve. Porém, Genevieve iria comigo afinal a mudança para Nova York tinha uma razão, que era o estágio na companhia de moda Ralph Lauren, e por sermos da mesma classe com notas extremamente parecidas, Gen iria comigo. O que era um alívio, pois ela era minha melhor amiga e iria morar apenas duas quadras longe de mim. Mas Harry iria ficar. Ele me jurou que iria quando pudesse, mesmo que eu sabia que o melhor para ele seria ficar aqui, porém ele disse que tinha que resolver algo com seu colega de quarto, Louis, antes de partir para Nova York e passar todo segundo comigo.
As vezes eu acho que meu relacionamento com Harry aconteceu rápido demais e a gente confundiu amizade com amor, porém eu não pensava assim quando ele me beijava.
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Levantar do sofá para terminar de arrumar minhas coisas foi, definitivamente, um sofrimento. Eu já tinha empacotado alguns porta-retrato e minhas maquiagens, e feito a mala com minhas roupas. Porém, ainda precisava arrumar as coisas da faculdade e ligar para Genevieve, pois nosso voo era amanhã e ela era esquecida demais.

Alô meu docinho. — A voz de Gen estava baixa nos meus fones, quando ela atendeu a ligação.

Que milagre você me atender de primeira.
Não exagera, Amy. O que foi? Preciso terminar de guardar meus tecidos. Não cabem mais na mala e eu não sei o que fazer. — Ela soltou um suspiro depois de reclamar, o que me fez rir da situação.

Dorme aqui em casa e traz os tecidos, ponho na minha mala o que não couber. E também é mais fácil de ir pro aeroporto amanhã de manhã.

— EU AMO VOCÊ! — Ela gritou antes de desligar o telefone, o que me fez rir (novamente) e por o celular na mesa, terminando de arrumar tudo.

Tudo estava adequadamente arrumado uma hora e meia depois da ligação com Gen, e quando fui me jogar no sofá (novamente) a porta foi aberta bruscamente por uma Genevieve animada com duas malas e uma mochila.

— A gente vai estagiar na Ralph Lauren em Nova York, você já entendeu isso? — Ela estava tão animada com tudo aquilo e simplesmente não conseguia parar de sorrir, e me abraçou tão apertadamente que achei que não fosse respirar nunca mais. — Você é tão chata, Amelie. Como consegue ficar com essa cara de bunda sabendo que a gente vai iniciar nossa carreira numa marca gigante?

— Consigo ficar assim pois eu só vou me animar quando tiver meus dois pézinhos dentro da impresa usando um sapato extremamente bonito. — Sorri enquanto falava e Genevieve revirou os olhos e se sentou ao meu lado, jogando as pernas em cima de mim e ficando praticamente deitada no sofá em segundos.

— Você já terminou com o Harry, Amy?

— Eu não vou terminar com ele, Gen.

— Você precisa. Não pelo fato dele ser extremamente gay, e sim pelo fato de que você vai se mudar e ele ta se sentindo na obrigação de ir junto.

— Primeiro: Ele não é gay só porque usa roupas coloridas, soltas e afeminadas, suas roupas são lindas e ele é estiloso.

— Desculpa ai, dona do fã clube das roupas de barbie que o Styles usa.

— Secundariamente: Ele vai pra Nova York porquê quer, eu não pedi para ele ir. E eu vou ignorar o comentário das roupas de barbie.

— Desisto. Faz o que você quiser e achar melhor, você nunca me ouve mesmo. Deve ser por isso que eu sou a mais responsável do grupo, sempre falo que eu te avisei.

Eu iria responder Genevieve, porém todos os meus pensamentos foram voltados á uma mensagem que apareceu na barra de notificações do meu celular.

Marina: Posso te buscar no aeroporto amanhã?
Marina: Por favor, Ames.

Ames.
Fazia tanto tempo que eu não escutava ou lia esse apelido.
Ela me chamava assim quando ia pedir desculpas por algo que tinha feito ou quando ia me pedir algo.
Nunca foi sincero, e não imaginei porque seria sincero agora.

Eu: Estou bem, agradeço a preocupação porém um amigo irá me buscar.

Ela visualizou, mas ela não fez questão de me responder.
Não teria o porquê ela me responder, afinal.

Amanhã seria o início de uma fase nova na minha vida e eu realmente não queria estragar isso.




N/A: Oi gente! Não é minha primeira fic, mas tenham paciência comigo em alguns sentidos. Vou tentar atualizar todos os dias, e esse capítulo não é o primeiro, é só uma base para acontecimentos futuros e para que vocês não se sintam perdidos.
Votem e comentem, acompanhem a história por favor.
Obrigada a todo mundo, <3

troubled | timothée chalametOnde histórias criam vida. Descubra agora