Capítulo 04

37 10 97
                                    

Acordei atrasada mais uma vez para a escola. Eu tenho um sério problema para acordar cedo...

Claro, meu primeiro pensamento pela manhã tem que ser destinado a quem?  Jason. Óbvio não? Me senti um pouco mal, pois nunca saberia quando conversaria com ele novamente.

Por qual motivo fui tão burra de nem ao menos pegar o telefone dele? Ódio da minha pessoa, isso sim, e da dele também.

Pego meu uniforme e vou tomar um banho para começar meu dia. Deixei meu cabelo solto, como estava.

- Luany! - era minha mãe me gritando. - Você está atrasada.

- Ah, disso eu já sei. - peguei minha mochila. - Já estou descendo.

- Anne está te esperando.

Quando desci, Anne estava sentada no sofá e me olhava de uma forma como se tivesse me reprovando, ou estivesse falando "toda vez que passo aqui você está atrasada", mas não vou mentir, era verdade.

- Vamos?

- Claro.

- Luany! Você não vai comer nada não? Você sabe que tem pressão baixa... 

-Como alguma coisa na escola. - minha mãe me  fuzilou com o olhar.

E ela estava certa, eu não podia ficar sem comer. Isso era um saco, mesmo sem fome você tem que comer alguma coisa para não passar mal.

- Vou pegar um biscoito no armário e vou comendo.

Me dirigi até onde Anne estava e fomos até a porta.

- Tchau mãe, benção. - eu sei que hoje em dia nenhum jovem da minha idade faz isso, mas eu faço, toda vez que vou sair, é uma pequena forma de mostrar o respeito que sinto por eles.

- Tchau tia.

- Tchau meninas. Deus abençoe vocês.

Fomos caminhando bem devagar, estava acompanhando o passo de Anne e também tentava abrir o pacote daquele biscoito.

- Por que isso é sempre tão difícil? - resmunguei para aquele pacote de biscoito inanimado.

- Porque você não sabe fazer do jeito certo. - Anne pegou o pacote de minha mão e abriu facilmente. - Pronto.

Comecei a comer o meu biscoito e ofereci para Anne várias vezes, e ela recusou, biscoito de chocolate era o seu favorito, algo estava acontecendo, eu conheço Anne, e provavelmente é algo relacionado ao seu namorado e seus pais.

- Seus pais descobriram alguma coisa?

- Graças a Deus, ainda não.

- O que você tem?

- Nada não Luany, eu estou normal. - eu parei, coloquei a mãos em minha cintura e olhei profundamente em seus olhos, arqueando a sombrancelha. - Você já sabe... Eu tenho medo dos meus pais descobrirem sobre o Lucas, e sei lá o que eles podem fazer. Ontem minha mãe falou que quando eu arrumar um namorado que não seja do interesse dela, ela vai se mudar de Cristalina.

- Mas como? A empresa do seu pai fica aqui, vocês não podem abandonar tudo assim.

- Pois é, eu moraria na casa de uma tia da minha mãe que nem ao menos conheço lá em Minas Gerais.

- Que péssimo. - eu realmente não sabia o que falar dessa vez, não tinha argumentos. - Calma, vai ficar tudo bem. Tenho certeza que os seus pais te amam independente de tudo. E eles vão ter que aceitar que você cresce.

- Espero... - ela ficou um tempinho em silêncio, mas logo puxou assunto. - Mas e você?

- E eu o que? - disse com minha boca abafada cheia de biscoitos.

Borboletas RoxasOnde histórias criam vida. Descubra agora