capítulo dois

308 39 26
                                    

F I N N W O L F H A R D

Após a curta conversa que tive com a garota misteriosa - ou não tanto assim - que descobri ser chamada de Millie, pude perceber o quão simpática ela é.

Não foi um papo tão legal, digamos que acidentalmente eu fiz a mesma levar um susto. Mas foi sem querer, juro. 

- O que tá acontecendo? - Noah pergunta - Por que tá agindo assim? - ele responde, batendo levemente em meu braço. 

A garota de olhos castanhos, que está sentada em um canto meio escondido fora da escola sorri para mim, e em resposta, aceno para a mesma, me esquecendo totalmente de que Noah está comigo. 

- Ah! - ele parece impressionado - Saquei - ele ri. 

Olho para o mesmo segundos depois - como se nada estivesse acontecido -, que está com uma expressão de vitória no rosto. 

- Vou falar com as meninas - ele se levanta - Aproveitar porque daqui a pouco têm aula de novo - ele diz, saindo. 

Apenas assinto para Noah, que sai e vai em direção a algum lugar que nem me dou o trabalho de ver qual é.

Pego meu caderno dentro da mochila, e vou na última página; a mesma que está com a frase de antes, e me vem uma inspiração. 

Bato a ponta do lápis repentinamente na folha, fazendo-a borrar um pouco. 

Observo Millie; ela está olhando para o nada, ou para uma formiga, acredito que seja para o chão. E ela sorri. Seus olhos imediatamente se fecham um pouco, e a sua expressão fica bem mais leve.

"Uma que seja tão bonita quanto você é doce".

Vejo as frases juntas, e fica surpreendentemente bom.

- Eu quero escrever uma canção para você, uma que seja tão bonita quanto você é doce... - digo para mim mesmo. 

É, encaixa. 

Mais uma vez, copio a frase em outro pedaço de papel rasgado, que logo é dobrado e colocado em meu bolso. 

Levanto rapidamente e essa é minha deixa. Normalmente, no intervalo todos estão no refeitório, ou do lado de fora da escola, que na verdade, não são muitas pessoas que frequentam. 

Entro no local novamente, vou até os corredores, me aproximo do armário de Millie e, tentando disfarçar o máximo possível, jogo o papel lá dentro, logo saindo rapidamente para não ser descoberto por ninguém. 

Não ser popular tem seu lado bom; você pode escrever uma música secretamente e mandar para a pessoa que você gosta sem motivo algum.

Dou uma risada com a frase que acabo de pensar, talvez tenha sido sarcasticamente, mas não deixa de ser verdade. 

Aproveito que estou perto e vou ao banheiro. Passo água no meu rosto e logo depois, seco o mesmo com papel. 

Escuto o sinal tocar, pego minha mochila - antes no chão - e imediatamente vou em direção às salas novamente

O dia só estava começando.

Song • FillieOnde histórias criam vida. Descubra agora