capítulo cinco

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M I L L I E B O B B Y B R O W N

  

— Você continua recebendo bilhetes no seu armário e não falou pra ninguém? - Sadie sussurra, mas dá para perceber em sua voz que está irritada. 

   — Shhhhh! - digo, olhando ao redor — Só você sabe, e vai continuar assim! 

   — Tá bom! - ela diz — Mas me conta essa história direito! - ela pede, soando mais como uma ordem. 

   — Nos últimos dias, alguém vem me mandando frases completamente sem sentido pelo meu armário, sem se identificar - digo — Nos papéis estão escrito... Isso. - pego os pequenos bilhetes amassados que tinha colocado no bolso. 

Sadie os pega da minha mão, e com certa dificuldade – por causa do tamanho grande de suas unhas – os abre, colocando-os na mesa, e olhando freneticamente para cada um. 

   — Não fazem sentido - ela diz, balançando a cabeça. 

   — Foi o que eu disse! - digo, mas sou ignorada — Tem uma parte aí... - digo, procurando um papel específico. — "Um que seja tão suave quanto a sua bochecha", talvez, provavelmente, a pessoa já tocou na minha bochecha, não? - pergunto, com dúvida. 

   — Não necessariamente - ela diz — Tenho um amigo que escreve, já vi algumas composições, ele às vezes coloca coisas aleatórias pra ficar mais... - ela faz uns sinais completamente sem nexo com as mãos, e eu apenas assinto, mas não entendo nada –, mas a pessoa que escreveu pode ter sim tocado em sua bochecha - ela me olha. 

   — Você nunca me falou que tinha um amigo compositor - digo, fugindo do assunto — Eu conheço? 

   — Acho que não, ele é bem, digamos que... - ela pensa — Ele não é popular. Finn o nome. 

   — Hum... - murmuro — Acho que nunca ouvi falar e nem vi ele 

   — Era o que eu esperava. - ela diz — Mas continuando... O que você vai fazer pra descobrir quem é a pessoa que está mandando os bilhetes? 

   — Não faço ideia, mas eu colei um post it no meu armário, vai que resolve - digo, arqueando as sobrancelhas. 

   — Post it? - ela pergunta e eu assinto — Escrito o quê? 

   — "Eu vou descobrir quem é você!" - digo, me sentindo a própria FBI.

Após eu dizer, ela apenas ri, ri tanto que até coloca os braços sobre sua barriga indicando que poderia estar doendo. As pessoas ao redor olham para ela, como se a mesma fosse uma louca. 

   — Do que você tá rindo, garota? - pergunto. 

   — Millie... - ela ri mais — Isso é deplorável! Essa pessoa nunca vai ter medo de uma ameaça dessas.

   — Não foi uma ameaça - digo, passando a mão pela nuca — Foi apenas um aviso, e um aviso verdadeiro! Só preciso achar essa pessoa! - arqueio as sobrancelhas e bufo em seguida.

[•••] 

Ando até o armário, indo guardar os livros que tinha pego para a aula passada, e pegar outros para a próxima. Espero encontrar algo que dê no mínimo pistas de quem é.

Na verdade, não sei nem o porquê de tanta curiosidade minha, são só bilhetes. Não é medo nem nada do tipo, mas realmente me chama a atenção alguém me mandar frases diariamente.

De longe consigo ver o papel amarelo que tinha colado mais cedo, chamando a atenção por ser néon. 

Vou até o mesmo, e do lado do meu recado há uma frase bem pequena. Reconheço a letra dos bilhetes, mas não sei de quem é. 

Olho ao redor nervosa, engulo em seco, e finalmente vou ler. 

<3

Song • FillieOnde histórias criam vida. Descubra agora