|| I'm only a princess || - Liam Payne

305 4 0
                                    

(n/a): i- A inspiração para esse imagine foi uma mistura das ideias do livro 'Find me' do André Aciman e um conto sobre a Dark Academia.

ii- Espero que gostem... <3

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Sábado à noite:

O concerto iria começar em breve, aquele teatro nunca esteve tão vazio em meses, as pessoas já não se interessavam por música clássica como antes. Eu estava sozinha em um dos meus camarotes preferidos, como quase todo final de semana, até que um homem que aparentava mais ou menos a minha idade aproximou-se.

-Boa noite! Posso sentar aqui?

-Boa noite! Claro, pode sim! -Lancei-lhe um meio sorriso e voltei a mirar o palco.

-É a minha primeira vez aqui. -disse chamando minha atenção. -Estava com medo de que estivesse mal vestido para o evento. 

Passei a encará-lo, cabelos e olhos castanhos, camisa oxford preta com as mangas enroladas até os cotovelos, tatuagens, ele tinha muitas tatuagens nos braços e calça quadriculada cinza claro.

-Até que para a primeira vez você se vestiu bem.

-Obrigado! -deu um leve sorriso e as cortinas se abriram.

O concerto estava ótimo, a banda tinha preparado uma cadenza, onde o solo do pianista foi estupendo por 4 maravilhosos minutos. O rapaz mantinha-se inquieto na poltrona ao lado e um pouco antes do intervalo levantou para atender o telefone e sumiu. Imaginei que tinha ido embora.

Ao anunciarem o intervalo eu fui andar um pouco pelo teatro e conversar com algumas pessoas que também apreciavam os concertos nas noites de sábado. Depois de cumprimentar a anfitriã do evento no salão de entrada, segui o caminho de volta ao camarote.

-Creio que não seja sua primeira vez aqui. -senti uma mão em meu ombro e virei na direção.

-Ah, é você. -respondi.

-Desculpe, não quis ser invasivo. -pôs ambas mãos nos bolsos da calça.

-Tudo bem... -forcei um riso leve antes de continuar. -Não é a primeira vez que venho.

-Me chamo Liam Payne. -estendeu a mão para me cumprimentar, hesitei um pouco, mas correspondi.

-Amelia... Amelia Wilson.

-Papai! -Liam virou e abaixou-se recebendo o abraço de um garotinho.

-Amelia, esse é o Bear. -ele sorriu abertamente com o garoto no braço. -Bear, essa é a Amelia.

-Oi, Bear! -sorri para o mesmo, que parecia ter acabado de sair da escola por usar uniforme. Ele respondeu com um oi tímido e escondeu o rosto no pescoço do pai, que sorriu com a timidez do menino. -A banda já vai voltar, melhor irmos para nossos lugares.

A banda recomeçou a tocar e era o momento das suites de Bach, era uma das partes mais esperadas por mim e eu estava fazendo o máximo para aproveitar, mas o Bear estava muito inquieto e parecia não querer ficar no colo do pai.

-Bear, você quer vim para o meu colo? -perguntei estendendo os braços, ele concordou com a cabeça e se jogou por cima do pai até o meu colo. Liam olhou sem graça e eu lhe lancei um sorriso fraterno depois de sussurar um 'eu gosto de crianças'.

Este era um dos concertos mais longos a que eu havia assistido, o jovem Bear, que se mudou para o meu colo no início das suites, logo se aninhou e dormiu ali mesmo. Liam esteve mais quieto do que antes da pausa e parecia amar música clássica.

A banda se despediu e as luzes foram aumentando aos poucos conforme as do palco iam se apagando, pus as mãos sobre os ouvidos do bear para que ele não acordasse com o som dos aplausos e ele apenas se mexeu um pouco se agarrando mais a mim. Não pude evitar de sorrir.

Liam olhava atônito para mim e pegou o filho do meu colo com delicadeza. Levantei e arrumei meu vestido, peguei meu casaco e o de Liam, que não havia pego o seu antes de segurar o garoto, e fomos saindo a passos leves.

-Você deve me achar um bobo que não consegue controlar o próprio filho.

-Na verdade, creio que a inquietação dele deve ser a falta do costume de ficar só com você. -ele franziu o cenho. -Não quis ser invasiva. -completei imitando suas palavras de mais cedo.

-Sem problemas, faz pouco tempo que nos mudamos e... -se interrompeu.

-E? -o incentivei a continuar.

-E ele não morava comigo, mas eu fazia o máximo para estar presente na sua vida.

Paramos na porta do teatro, não era cedo, mas também não tão tarde.

-Bom... -comecei. -Foi ótimo conhecer vocês e eu espero que estejam gostando da ci...

-Você está de carro? -me interrompeu quase gritando e acordando o Bear. -Desculpa, pequenino. -completou afagando as costas do mesmo.

-Não, eu vou pegar um táxi. -respondi olhando para os pés.

-Eu te dou uma carona.

-A gente mora perto do castelo assombrado. -o Bear se pronunciou pela primeira vez na noite.

-Filho, não fala assim. -repreendeu o pequeno que ainda estava em seus braços. -Então, fica perto?

-É, fica sim. -sorrimos. -Eu aceito sua carona.

Entramos no carro e seguimos o caminho, conversamos sobre coisas aleatórias enquanto eu indicava o caminho e o Bear se mostrou muito mais falante.

-Você pode virar à direita. -disse indicando o caminho. -Quantos anos você tem, Bear? -virei para o banco traseiro, onde Bear estava.

-6 anos e meio. E você?

-25 anos. -sorri. -É aqui, Liam! -completei quando o carro se aproximou do castelo.

-Você é muito b-bon... você mora no castelo assombrado?! -indagou Bear claramente assustado, me fazendo rir e o Liam o repreender.

-Não é assombrado, meu amor. Só é velho.

-Então você é uma bruxa? -neguei com a cabeça. -Uma princesa?

-Meu pai me chamava assim...

-Então você é uma princesa. -sorriu fofo. -Meu pai pode dançar com você e ser um príncipe. -Liam pigarreou.

-Foi ótimo te conhecer, Amelia. Não liga para o que o Bear fala, você sabe, crianças...

-Idem, Liam, idem. -voltei o olhar para o Bear. -Sem problemas, eu amei conhecer esse mocinho criativo. -sorri. -Hora da princesa voltar para o castelo. Tchau, Bear! -dei-lhe um beijinho na testa.

-Quero te ver de novo... -Liam falou rápido para que apenas eu ou ele mesmo entendesse.

-Sabe onde eu moro. -sorri. -Até logo, Senhor Liam Payne.

-Até logo, Princesa Amelia Wilson.

Desci do carro e acenei do portão vendo um homem sorridente e seu filho animado dentro do carro, acho que ia começar um conto de fadas.

----

Cadenza é uma passagem virtuosística, frequentemente baseada em temas expressos anteriormente na obra, na qual o solista tem oportunidade de mostrar sua técnica.

Imagines who?Onde histórias criam vida. Descubra agora