CAPÍTULO NOVE

681 63 71
                                    

30 de novembro de 2019
Orange County, Califórnia, Estados Unidos
Noah's POV

Hoje finalmente se iniciam minhas férias, posso até conceder uma entrevista para algo importante, mas o restante só no meio de janeiro, quando acabarem. A única coisa fora disso que farei é o show beneficente, que busca arrecadar fundos que serão doados para algumas instituições de amparo a crianças com câncer, que já está marcado a alguns dias e acontecerá no dia cinco de janeiro em New York. Coisas desse tipo não me incomodam em dar uma pausa em meu tempo de descanso.

Meu relacionamento com Hanna desmoronou mais ainda desde quando voltei de turnê. Algo que achava que não seria possível, de tão fundo do poço que estávamos, conseguimos cair mais.

Eu entenderia as inseguranças dela em relação à Any se, alguma vez na vida, ela se importasse com nosso casamento, o que já ficou claro na minha mente que tudo isso é medo do que vai sair na mídia.

Por outro lado, vejo que Harry está mais feliz do que nunca. Sua ligação com Gabrielly é muito forte e temo que logo ele pense nela como sua mãe. Já com Hina, o pequeno construiu uma relação linda, estão sempre lá ajudando um ao outro quando precisam.

E falado na asiática, percebi que o desconforto dela diante a mim, vêm diminuindo a cada dia. Pelo que entendi ela sofreu bastante no último emprego e, por conta disso, passou a desconfiar de todos.

Any me contou que ela está demonstrando alguns danos desse trauma e eu já tinha notado alguns, como sono excessivo, falta de concentração nas atividades diárias e vômitos. Mas o que a brasileira acha mais preocupante é a crescente baixa autoestima que a menina vem apresentando. Segundo ela, Hina sempre foi, entre elas, a que não possuía problemas com seu jeito ser, tanto com sua personalidade como com seu corpo.

Gabrielly veio até me pedir para não demiti-la, que ela trabalharia em dobro e que Hina necessitava do trabalho para viver. Porém, essa ideia nunca passou em minha cabeça, vejo o quanto ela está lutando diariamente e não deixaria por nada uma pessoa que necessita de ajuda psicológica na rua.

Já minha relação com Any está cada vez melhor. Nos aproximamos muito mais e nossa amizade é linda, tenho a sensação que é mais verdadeira que a minha com Bailey. Eu praticamente me mudei para seu quarto, sempre durmo lá e às vezes Harry vem junto. Passamos as madrugadas assistindo friends ou apenas jogando conversa fora. É tão bom ter aquela pessoa que não vai te julgar por ser quem você é e ela é essa pessoa.

Prometi a ela que, assim que entrasse de férias, nós iríamos no orfanato visitar aquele garotinho que tanto falava e é isso que estamos indo fazer. Guardei meu violão no porta-malas, enquanto elas desciam com Harry. Fomos eu e Any na frente e Hina e meu filho atrás. O caminho todo foi preenchido por nossas risadas das histórias que o pequeno contava entusiasmado.

Assim que chegamos, percebemos que Sina e Heyoon já estavam nos esperando. Por mais que tentássemos nos encontrar nesse curto período de duas semanas, nossos horários nunca batiam. Cumprimentei e me apresentei para elas, antes de entramos no lugar.

Para falar a verdade, o local não era nem um pouco parecido com o que imaginava. Sabia que não era algo exuberante, mas não pensava que era tão simples assim. Ao passar pela porta tinha uma sala de estar com dois sofás, uma escada no meio e no canto esquerdo possuía um armário com os brinquedos das crianças, muitos deles quebrados e velhos. O recinto dava para dois diferentes, um era a cozinha e o outro o quintal.

A cozinha possuía uma mesa com dez lugares, alguns armários de madeira implantados na parede e eletrodomésticos velhos e enferrujados. Tinham um fogão e uma geladeira, além de uma pia, um tanque e uma máquina de lavar, os dois últimos ficavam separados dos outros por uma espécie de mármore.

Minha nova família! | NoanyOnde histórias criam vida. Descubra agora