Caindo como as estrelas

Capítulo 1

"I swear to God, when I come home
I'm gonna hold you so close
I swear to God, when I come home
I'll never let go"

"Eu juro por Deus, quando eu voltar para casa
Eu vou te abraçar tão forte
Eu juro por Deus que, quando eu voltar para casa
Nunca mais te deixarei ir embora"

(Falling like the stars - James Arthur)

================================================================================

Meredith Grey estava empolgada. Hoje era o primeiro dia depois de muitos em que ela e Andrew realmente poderiam esquecer dos problemas e das lutas que enfrentavam. Ele parecia bem e estava lentamente se curando emocionalmente. E eles estavam lentamente retornando um para o outro. Ele aceitara se tratar, investigar o que estava de errado com ele. Além disso, o diagnóstico certeiro de Richard, fez com que Andrew se tornasse cada vez mais um médico respeitado e querido pela equipe médica. Ainda havia uma certa mágoa por parte dele; o sentimento de não-pertencimento ao Grey-Sloan havia sido algo que o marcara e ele dificilmente esqueceria disso, mas estava se esforçando.

Nesta noite em especial, Meredith havia chamado Andrew para comemorar no Joe. Ele finalmente havia alcançado seu status de médico atendente e ela só ficara sabendo disso depois de vê-lo devidamente fardado com o uniforme azul-marinho. Ela sabia que ele estava voltando aos poucos para ela, aceitando-a novamente em sua vida, espantando os medos de um diagnóstico de transtorno mental e resignando-se que ele poderia conviver com isso e também levar uma vida normal. E principalmente: viver essa vida ao lado dela.

Ainda meio tímidos e quase agindo como apenas bons amigos, eles se dirigiram ao Joe, sozinhos. Aquilo era deles, eles precisavam de um tempo a sós. Para lavar a alma.Para lavar as dores e devolver as cores à vida deles.

Nada como vários shosts de tequila, a especialidade de Meredith para os dias bons e ruins. Ela incentivara Andrew a se jogar e a se libertar por uma noite. A sua noite, a sua comemoração depois de tanta luta. Ele aceitou timidamente, meio com medo do que poderia acontecer se perdesse o controle. Na verdade, bem em seu íntimo, ele sabia o que poderia acontecer: ele a beijaria como se não houvesse ninguém por perto, matando a vontade que o atormentava desde que eles se separaram e esqueceria que agora ele tentava afastar Meredith a todas as custas por estar ainda incerto se realmente merecia essa mulher e se não infligiria a ela mais sofrimento ainda do que ela já teve em sua vida.

A noite passava agradavelmente. Toques sutis nos braços, mãos furtivamente entrelaçadas. Eles pareciam adolescentes que desfrutavam ansiosamente de seu primeiro encontro, com medo da reação do outro, com medo de extrapolar. A mão carinhosa de Andrew afastou um fio de cabelo de Meredith e ela jurava que o olhar que ele dava a ela era o mais intenso que ela já recebeu. Ela poderia mergulhar naqueles olhos e não se importaria de ser tragada por eles, perder-se sem rumo. Porque ali estava o seu verdadeiro Andrew, o homem carinhoso e de coração gigante que ela se apaixonara.

Entre doses de tequila e jogo de dardos, eles atravessaram a noite compartilhando toques e quase beijos. Meredith confessava que estava ansiosa para beijá-lo, mas ela tinha medo de cruzar o sinal vermelho e procurava esperar os sinais dele de que estava tudo bem. Eles retornariam ao seu lugar habitual, mas ainda era necessário deixá-lo travar suas lutas internas. Entretanto, mesmo sabendo disso, ela provocava, procurando motivos de maior proximidade: abraços demorados para comemorar dardos lançados corretamente, cabeça encostada em seu ombro quando ele confessava alguma coisa, mão em uma mecha rebelde de seu cabelo que vez ou outra teimava cair sob a testa dele...e agora, quando decidiram ir embora, já meio altos da tequila, ela não hesitou: entrelaçou sua mão à dele, fazendo questão de serem vistos saindo juntos do Joe.