E é assim que começar

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O dia tinha começado bastante agitado para todas as modistas da pequena whest, mais uma beldade iria debutar em poucos dias. E as festas prometiam borbulhar de bons partidos esse ano, o que obviamente, levava todas as damas para requisitar a atenção do melhor ateliê de Whest, se não... do mundo.

- Elisa tire as medidas de Geórgia –  a voz da Sra Martinez atraiu sua total atenção.

- há minha querida Martinez,  como foi a viagem a Roma? E o pequeno Helton? ...
Falou uma senhora de idade bastante avantajada sentada frente a frente com Martinez. A pobre mulher tentava a toda manter a atenção da amiga.

- Soph, os tecidos brocados  são mais caros - Gritou Martinez para a pobre Soph.

A moça passou apressada tentando arrumar a configuração do espaço de forma a caber ainda mais clientes.

- Helton estão casado , acredita?
Martinez não teria como fugir. Então focou  os olhos na senhora a sua frente.

- sabe que meu busto precisa de um suporte , então ...
Elisa estava confusa, tantos sons todos buscando mais dela do que ela poderia oferecer.

Sra Geórgia Davenport  faria novos ajustes outra vez. E isso era enlouquecedor.

- os brocados podem ficar na vitrine?
Soph se direcionou a Elisa, pôs  sabia que o olhar da amiga seria mais suave que a resposta de Martinez. Elisa maneou a cabeça negativamente.

- mas a mulher dele é  boa ?
Rastros da conversa de Martinez burlavam as confidências.

- vou arrumar a cintura, o busto está perfeito.- Falou Elisa para Sra Geórgia, que já estava se olhando no espelho lateral de cara feia.

-
Triin triiiin ( o sono da porta não parava de tocar )

- Soph atenda ... - Falou Martinez já irritadiça.

- eu atendo – Elisa falou,  já estava perdendo as estribeiras. E a senhora Geórgia estava enlouquecedouramente irritante, brigando  com todos os detalhes do vestido e fazendo Elisa refazer cada detalhe umas 20 vezes. Então a chegada de outro cliente seja lá quem fosse já valeria o descanso.

Elisa não se preocupou de tirar os alfinetes da boca simplesmente se arrastou para longe do gabinete reservado onde todas as senhoras se espremiam em seus atendimentos e fuxicos.

- pôs não ? -
Anunciou ainda arrumando os alfinetes no fuxico.

- procuro por uma costureira -
Elisa não havia subido os olhos quando se deu conta da voz rouca e dos modos elegantes. Não era comum um homem tão refinado entrar na loja. Mas aquele tinha um ar tão importante e forte.
Ambos encontraram os olhos um do outro no mesmo instante.
Elisa corou de forma inadequada. Talvez por surpresa ou pelos olhos safira que a encaravam.

- Elisa ande rápido,  senhora Geórgia  está esperando ... -
Alguns outros sons vieram de soslaio da área reservada enquanto Martinez gritava.

- Elisa,  correto ? -
A moça assentiu de forma débil. Como poderia falar? Teria desaprendido

- Então, - pigarreou o cavalheiro com os olhos encrustados no rosto abaixando de Elisa – senhorita Elisa . Desejo roupas  femininas.  Os apetrechos comuns e alguns vestidos. –

O homem não parecia muito entendido do vestuário feminino . Mas havia clientes piores que os leigos. Como por exemplo os que se consideravam grandes entendedores.

- Senhor ?! – Elisa não sabia como chama-lo . Então ser concentrou em ser o mais cortes possível – qual finalidade dos vestidos? Seria necessário pegar as medidas de sua Senhora... -
Com a voz sumindo e os olhos fixos nos sapatos do cavalheiro Elisa foi se perdendo. Mas que droga, ela nunca soube se portar diante a cavalheiros mas aquilo passava do embaraço.

A modista Onde histórias criam vida. Descubra agora