Mais um dia de aula, no qual eu não compareci. Eu ia todo dia e não custava faltar um dia, haviam meninas na minha sala que faziam o mesmo e faltavam mais que eu, muito mais e eu poderia pegar o assunto com Átila ou Katie depois, eles podiam me explicar o que foi passado e iria ficar tudo bem. Falei pra minha mãe que estava com mal estar e ela deixou eu ficar só por aquele dia e me fez prometer que eu tomaria remédio mas com Átila foi bem mais difícil de convencer
Átila: Você vai ficar bem?
Alissa: Eu to bem
Átila: Nós sabemos que não e sabemos o porque
Alissa: Ta, sabemos, mas eu vou ficar
Átila: Ta, eu vou indo, não faça nenhuma besteira
Alissa: Não vou fazer
Átila: Promete?
Alissa: Prometo
Ele se despediu e saiu em seguida, eu estava sozinha em casa, aproveitei e coloquei uma música e fiquei mexendo no celular mas aquilo não saia da minha cabeça, tudo aquilo, não sabia porque as pessoas não gostavam de mim, eu era na minha, nunca falei mal de ninguém dali então porque? Não conseguia parar de pensar naquilo e tudo estava me sufocando por dentro, estavam me matando aos poucos e acabei fazendo uma besteira. A princípio eu não iria fazer mas parecia que ela estava me chamando ou algo do tipo e eu fiz o erro de quebrar minha lapiseira e desparafusar a pequena lâmina que ali tinha e fiz...fiz o primeiro corte. Foi como uma droga, quanto mais fazia mais queria, quanto mais via o sangue aparecer entre meus cortes mais queria vê, era como uma droga e por um momento me senti aliviada mas depois lembrei da besteira que eu fiz, eu havia me cortado no braço e Átila iria vê e isso ia dá direito a ele de reclamar então decidi tomar um banho e pensar direito como eu iria esconder, não sabia que ardia tanto na água. Vesti uma blusa leve de manga longa, claro, e fui assistir vídeos e tive a ideia de usar blusas com manga longa ou casacos e quando fosse usar regatas ou blusas com manga curta cobriria com base só até cicatrizarem.
Quando deu meio dia Átila chegou seguido de Alexa, ouvi os passos dos mesmos vindo na direção do quarto e agir o mais normal possível e consegui passar despercebida por todos, minha mãe já havia chegado também, dessa vez muito cedo e decidiu pedir comida e assim o fez, ligou para um restaurante e pediu quatro pratos diferentes, nós gostávamos mais da comida dela mas ela estava cansada então aceitamos só por hoje. Os pratos haviam chegado e eu tinha ido comprar o refrigerante mas alguma coisa aconteceu no meu braço cortado e eu não sabia o que era mas havia um pouco de sangue na minha blusa, o moço do mercado havia visto e me dito e eu o agradeci muito, coloquei os refrigerante gelado no meu braço cortado e fui pra casa, coloquei os mesmos em cima da mesa e coloquei meus braços atrás da minha cintura e disse que iria trocar de roupa porque estava com calor e corri pro meu quarto
Comecei a procurar qualquer blusa que não cobrisse meu braço pra não dá a entender que eu estava escondendo algo, peguei um restinho de base que eu tinha guardada por algum motivo, peguei um pincel da minha irmã e fui no banheiro, dei uma boa disfarçada no meu braço e voltei pra cozinha. Comemos todos os pratos na velocidade da luz praticamente, minha mãe se despediu de nós e em seguida foi dormir mas prometeu que acordaria e faria nossa janta, ficamos os três na sala assistindo desenho, coisa que nós não fazíamos a um bom tempo e que eu estava gostando muito e por um momento me esqueci totalmente de meus problemas. Depois de passar um bom tempo Alexa ficou com sono então ela se despediu de nós e foi tirar um cochilo, assim ficaria mais disposta para a janta e eu e Átila continuamos a assistir
Átila: Eu vi
Nessa hora percorreu um calafrio por todo meu corpo, eu sabia do que ele estava falando mas tentei agir naturalmente
Alissa: Viu o que?
Átila: Não precisa se fazer de desentendida
Alissa: Ta, eu sei que eu não devia mas...
Átila: Você prometeu, disse que não faria nada
Alissa: Eu sei
Átila: E porque fez?
Alissa: Eu não quero falar sobre isso
Átila: Olha, eu sei que não sou seu pai nem nada disso mas entenda que eu quero seu bem, não quero que se machuque por coisas que as pessoas dizem, as pessoas não sabem que você é incrível e que está perdendo uma amizade maravilhosa. Eu fiquei sabendo disso depois que colocou o refrigerante em cima da mesa, tinha base nele e eu sabia que não podia ser do rosto e acabei deduzindo, não faça mais isso, por favor, pode não parecer mas isso também dói em mim
Eu não tive o que dizer a ele, nem sabia o que estava sentindo, só o que fiz foi abraçá-lo forte por um longo tempo e acabei chorando muito também, eu não sabia que ele estava sofrendo comigo, nunca tinha reparado pois ele era meio cobiçado por todos, todos queriam ser seu amigo mas ele preferia eu e Katie ao invés de ser amigo dos populares e isso me deixava confusa as vezes, se fosse outra pessoa não pensaria duas vezes mas ele me mostrou mais uma vez que era diferente
Átila: Posso vê?
Só afirmei balançando a cabeça. Ele pegou meu braço e olhou para meus cortes recém feitos, passou as mãos por cima dos mesmos e em seguida me abraçou de novo
Átila: Eu amo tanto você
Alissa: Eu também amo muito você
Ele me deu um beijo em minha testa e voltamos a assistir, dessa vez estava deitada em seu colo com cafuné de brinde. Minha mãe não havia acordado, nem Alexa então resolvemos fazer bolo com uma massa que tinha lá, demorou um pouco mas ficou pronto e até ficou bom, comemos quase tudo e formos dormir
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Suicídio Em Mim (EM ANDAMENTO)
AcakDe mim podem falar tudo, que sou tímida, quieta, estúpida ou calada. Mas não podem me chamar de fraca! 17 anos, 17 anos sendo julga pela timidez, pela aparência, pelo cabelo e pelo estilo de roupas, 17 de preconceito! Eu era uma garota de 17 anos, d...