Capítulo 5: Lugar novo, novas experiências.

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Seis meses depois...

10 de julho de 1945...

A guerra estava chegando em seus momentos finais, com o suicídio de Hitler em 30 de abril, quase três meses atrás, a guerra tomou uma direção que não era esperada. Mas o Japão resistia, mesmo depois de seus dois aliados, Itália e Alemanha, terem se rendido.

Por causa disso, Nagisa seria redirecionado para uma cidade interiorana, Nagasaki.

A família estava preparada, aquele seria um bom momento para mudar, pois Shin e Je-hyu estavam de férias.

A viagem deles seria no dia seguinte.

O trem havia, finalmente, chegado a estação. Com o fim da guerra, as coisas estavam ficando caóticas. O medo de ataque estava deixando as pessoas apreensivas, as fazendo buscar algum tipo de refúgio em cidades interioranas.

O mesmo acontecia com a família Nakama, o governo havia trocado-os de lugar, com medo de algum ataque a Tóquio, que era a capital.

Eles, então, embarcaram.

Durante esses seis meses, Je-hyu e Shin fortificaram seus laços. Shin planejava pedí-lo em namoro, mas a coragem faltava. Eles continuaram no mesmo degrau durante esse período. Beijos, beijos e beijos, isso era tudo que eles faziam e, para eles, isso era o suficiente.

– O trem vai partir, sentem em seus assentos, por favor – o cobrador do trem pediu aos passageiros.

Os Nakama, por comprarem as passagens em cima da hora, se sentaram separados. Ficando Shin e Je-hyu em um vagão e Nagisa e Sakura em outro – Fiquem seguros e não saiam, em hipótese nenhuma, dos seus lugares – ele não iriam sair.

– Certo, okāsan – Shin respondeu e puxou seu “irmão” para o outro vagão, Je-hyu somente acenou para os mais velhos.

Finalmente eles iam ficar sozinhos, bem, pelo menos da presença dos pais, já que todos os vagões estavam lotados de pessoas desesperadas por sensação de segurança – eu fico na janela – Je-hyu disse antes de se sentar.

– Como quiser – acenou com a mão.

– Obrigado, cavalheiro – riu para o mais velho, abaixando a cabeça.

O trem saíra da estação.

Tóquio, a capital, cada vez ficava menor o perigo tinha passado, Nagasaki era segura, representava refúgio, tudo daria certo lá – o otōsan conseguiu uma casa em Nagasaki? – Je-hyu perguntou a Shin.

– Acho que sim, ele trabalha para o governo, eles devem ter arrumado um casa – olhava para os lados, observando as pessoas preocupadas – vai dar tudo certo, não se preocupa – pegou na mão do mais novo, escondendo de qualquer pessoa que possa ver, Je-hyu leva um susto.

– Você tá doido? – olhou ao redor – as pessoas vão ver.

– E se virem? Nós somos irmão, não há problema – olhou para o mais novo com um sorriso safado.

– Você é muito sem noção – riu, olhando para o lado de fora.

Tóquio havia sumido. O sol estava em seu ponto alto, o céu estava limpo, as árvores estavam com flores, devido ao fim da primavera.

[...]

Shin foi o primeiro a cair no sono, a viagem seria longa, Je-hyu logo dormiria também. Mas, ao invés de o fazer, ele estava pensando, olhando as nuvens se formarem no céu, uma tempestade estava vindo.

“Omma, há muito tempo que não conversávamos, não é? Eu sinto sua falta. Eu nunca te esqueci, esses seis meses têm sido os melhores dias da minha vida e eu sei que a senhora está feliz aí no céu, você e o appa. Nós estamos nos mudando agora, eles dizem que Tóquio está com risco de ser atacada. Todos os outros países da aliança se renderam, mas eles continuam, eles são muito teimosos. Omma, appa, eu amo vocês”

All through the night [Namjin] Onde histórias criam vida. Descubra agora