Capítulo 2: Shin Nakama [+18]

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Shin Nakama era, assim como Ahn Je-hyu, um garoto comum. Japonês filho de coreanos, Shin era um exemplo a ser seguido, pelo menos na frente dos pais e professores, já que com os amigos, sua imagem de bom menino ia ao chão. Tinha boas notas, falava dois idiomas - coreano, por causa de seus pais, e japonês - e tinha vários amigos. Já tinha seus 16 anos e sua família o amava.

Os pais de Shin eram Coreanos.

Há 18 anos, eles haviam se mudado para o Japão, o motivo? Eles foram ameaçados de morte pelos rebeldes coreanos, o porquê? Traição.

4 de maio de 1927.

Kim Gu-jin e Jeon Yu-na tinham acabado de ser casar, a vida deles não podia estar mais perfeita. Mesmo morando em um país ocupado, nada podia atrapalhar aquele momento.

Os Kim, como os vizinhos os chamavam, eram, de fachada, uma família perfeita, bem estruturada, com a casa própria, tudo do bom e do melhor.

Kim Gu-jin, o provedor de alimento, tinha seu próprio negócio, era vendedor de especiarias importadas e ao mesmo tempo usada de seu trabalho para ajudar a resistência do país.

Quem via a vida de Kim Gu-jin pensava que ele era um homem de boa índole, e era, fazer parte de uma resistência contra um governo tirano não o diminuía como cidadão, ele era uma boa pessoa.

À tarde, Gu-jin vai ao correio, havia com ele uma carta muito importante. Ao postar a carta, ele recebeu outra dizendo:

"Obrigado pela informação, continue fazendo um bom trabalho para o futuro de seu país"

Sem remetente, mas ele sabia quem a tinha enviado.

Alguns dias depois, foi noticiado no rádio:

"O exército do país acaba de invadir a propriedade de Jo Nun-ho, um dos principais membros da resistência coreana em Daegu, o alvo resistiu a prisão e foi morto, informações dizem que a reunião que ocorria lá era secreta e apenas os membros mais ávidos sabiam da mesma"

Jeon Yu-na desligou o rádio - está na hora de dormirmos, vamos? - o homem assentiu, indo para o quarto com a mulher.

5 de maio de 1927.

Kim Gu-jin foi o primeiro a acordar e, ao sair do quarto, ele vê uma carta no chão em frente a porta de entrada, ela dizia:

"Olhe por onde anda, traições não são bem vistas no nosso meio"

A carta era assinada por Jo Nan-ah.

Ele queimou a carta, não queria deixar sua mulher, que não fazia ideia das suas atividades secundárias, preocupada.

Antes mesmo da mulher acordar, Kim Gu-jin saiu e foi ao gabinete do governo japonês pedir proteção - eu preciso sair desse país, ou eu e minha família seremos mortos - falou com o secretário.

- E quem seria você? - perguntou com olhos cerrados mostrando não estar ligando para nada que o outro dizia.

- Eu sou aquele que deu a localização de Jo Nun-ho - começou a perder sua paciência.

- Kim Gu-jin-ssi? - outra voz, vindo de trás do homem perguntou e o Kim assentiu - olá, eu sou o general Kang Min-jun, prazer em conhecê-lo, poderia me acompanhar até minha sala? - o homem assentiu, logo seguindo-o. - O senhor precisa de algo? - perguntou enquanto sentava-se.

- A... Sim. - engoliu seco - eu preciso sair do país o mais rápido possível, a resistência descobriu que eu sou a pessoa que disse a localização da reunião. - Kim Gu-jin estava inquieto, preocupado com a mulher sozinha em casa - tenho medo deles fazerem alguma coisa com minha esposa, ela não sabe de nada.

All through the night [Namjin] Onde histórias criam vida. Descubra agora