Capítulo 6: Dias que não voltarão [+18]

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8 de agosto de 1945…

Hiroshima tinha sido atacada há dois dias, o país estava em pânico, o desespero tomou conta da população, as ruas estavam cheias de pessoas correndo para mercados com o intuito de fazer estoque, os rádios anunciavam que não era necessário escarcéu por parte da população.

O ataque que ocorreu no dia 6 de agosto não fora um aviso dos EUA, fora uma exposição de poder, fora uma mensagem ao mundo: “se temos uma bomba atômica, temos outras, somos a nação mais poderosa e não toleramos quem nos desafia”, eles eram realmente poderosos, mas tinham que se provar.

Na casa dos Nakama, a balbúrdia exterior não entrava.

A mãe dos meninos estava letárgica, alheia a tudo que aconteceu, o motivo, sua mãe havia desaparecido depois que a bomba estadunidense “little boy” foi lançada. Seu mundo havia caído.

Nagisa estava enfurnado em seu escritório, seu telefone não parava de tocar, só saia da sala para ir ao banheiro e comer, fazia dois dias que não dormia e tudo estava longe de ser resolvido.

Shin e Je-hyu estavam no quarto, eles não sabiam mais onde ficar. Shin estava triste pela morte de sua vó, mesmo não conhecendo-na. Je-hyu o consolava, deitado em seu lado, ainda era de manhã e eles não haviam levantado.

10h

Je-hyu e Shin estavam sentados à mesa tomando o café, mesmo alheia Sakura não deixaria seus filhos e marido com fome. Era um café simples. Sakura, então, decide ligar o rádio:

“Há informações de que um segundo ataque pode ocorrer, ainda nesta semana. Os informantes dizem que o segundo ataque está previsto para o dia 11 para cumprir algum tipo de ‘tradição de 5 dias'. O governo está ciente das informações e pede cautela da população”

Shin estava perdido, será que eles sairiam vivos dessa situação? Ele teria tempo de fazer Je-hyu feliz? Ele iria para o exército? Para a faculdade? Ele viveria uma vida feliz com o amor de sua vida? Tudo isso, se passava em sua cabeça, até que Je-hyu o tirou de seu transe – vamos lá para fora e andar um pouco – sorriu triste. Shin concordou e ambos saíram depois de se despedir de Sakura.

Eles foram para a floresta, lugar eu se tornou seu ponto de refúgio, seu canto de amor e de conversas – você está preocupado? – segurou a mão do mais velho.

–Sim – segurou a mão de Je-hyu – eu tô preocupado com o que vai ser da gente, e se não conseguirmos ter uma vida no futuro – Je-hyu riu – porque está rindo?

–Você está preocupado com uma coisa que não vai nos afetar – passou a mão no rosto de Shin – quem disse que essa bomba, ou sei lá, vai nos atingir? Não se preocupa, vamos ficar bem.

–Mas, e se a bomba for cair aqui? Nós nem fizemos nada ainda – estava balançando o pé, pela ansiedade.

–Vamos fazer hoje então, eu estou pronto – olhou para o mais velho – você está certo, se morrermos, e eu sei que não vamos, pelo menos não teremos arrependimentos.

–Você tem certeza? – Je-hyu assentiu – não precisa se sentir forçado só por quê estou inseguro.

–Cala a boca, eu tô pronto a um tempo, acho que é a melhor hora, mesmo o mundo estando pegando fogo – beijo Shin e deitou em seu peito – tudo vai ficar bem, pode confiar.

Eles ficaram naquela posição por algum tempo e resolveram ir para casa, já que as coisas não estavam bem na rua.

18h

O jantar estava na mesa, novamente uma coisa simples. Os mercados da cidade estavam vazios, somente lamén e vegetais sobraram, e era isso que eles estavam comendo, todos estavam sentados quando Nagisa falou – nós podemos ficar tranquilos, o ataque está previsto pra acontecer em Kokura e a cidade está sendo evacuada.

All through the night [Namjin] Onde histórias criam vida. Descubra agora