Prólogo - Someone told me long ago there's a calm before the storm, i know

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Eu estava parada faziam cinco minutos ao lado do meu irmão. A minha frente estava o dormitório da universidade, minha futura moradia pelos próximos quatro anos. Ou pelo menos era... há cinco minutos atrás.

Eu e meu irmão assistíamos, boquiabertos enquanto rolos de papel higiênico eram lançados dos andares mais altos, deixando um rastro branco atrás de si. Garotas seminuas corriam a toda pela área gramada a sua frente, garotos jogavam bola, paintball e sujavam quem passava por perto.

Ali perto, o som explodia de altos falantes colocado em cima de uma caminhonete, com pessoas balançando de forma desconjuntada ao som da música.

Carros recebiam sua dose de sujeira, uma árvore ali perto estava pichada e eu quase não consegui acreditar nos meus olhos quando alguém pousou de asa delta ali no meio do gramado.

- Isso vai ser demais!

- Você não vai morar aqui!

Meu irmão falou ao mesmo tempo que eu, e enquanto eu demonstrava toda a animação de recém universitária, meu irmão estava lívido.

- Galandre Thompson King II, nem pense que você vai morar em um lugar caótico como esse!

- Gabryel Thompson King IV, nem pense que você vai me impedir! – Eu imitei seu tom furioso e meu irmão bufou.

- Eu estou indo embora, Gal! Você é minha única família, acha que eu vou deixar você aqui, com perigo de ser morta?

Eu revirou os olhos, enquanto me esquivava de um rapaz perseguindo um cachorro.

- Viu?! Eu consigo me virar muito bem! Pelo amor dos céus, eu já sou maior de idade, Gaby!

- E daí?! Adquiriu vida eterna quando atingiu a maior idade?

Gaby bufava e balançava a cabeça. Meu irmão era pouca coisa maior que eu, com olhos e cabelos mais escuros. E mesmo assim eu me se sentia pequena o suficiente para não conseguir reagir quando ele enlouquecia assim. Ele passou as mãos nos cabelos nervosamente, e cinco minutos depois eu estava sentada emburrada ao seu lado no carro.

- Gal – Meu irmão cutucou minha perna quando paramos num sinaleiro. Eu me recusei a olhar pra ele. – Ei.

- Onde eu vou morar agora? – resmunguei. – Já estava tudo certo!

Meu irmão ficou em silêncio por um momento.

- A não ser... – Eu reconheci imediatamente o tom de voz dele. Era daqueles que ele usava antes de me contar que tinha estragado uma de minhas bonecas novamente. Seus olhos brilhavam e antes que eu conseguisse protestar ele terminou - ... que você more naquele hostel no final da rua!

A minha boca abriu enquanto ele avançava com o carro.

- Tá louco, Gabryel! Lá só tem velhinha e eu teria que pegar dois ônibus e um metrô pra chegar na faculdade!

- Pelo menos lá é seguro!

- Você me deu um spray de pimenta e uma arma de choque, pelo amor de Deus! Qual o próximo passo, me dar proteção policial? – Eu gritei a plenos pulmões.

- Quem dera se eu tivesse guarda costas... – ele gritou de volta e parou subitamente. Virou lentamente na minha direção e falou – Mas eu tenho. Já sei aonde você vai morar. E acredite, é uma tremenda escolta que eu vou te arrumar.

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