prólogo

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Eu só quero deixar essa história morrer. E eu vou ficar bem.”. — We Can't Be Friends, Ariana Grande.

       Meu pai traiu minha mãe com a diretora do meu colégio

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       Meu pai traiu minha mãe com a diretora do meu colégio. Essa era a maior prova de que a vida não era doce, justa e nem gentil.

A maior dor é ter noção de que isso tudo veio à tona no dia em que deveria ser o dia mais importante da vida do meu irmão mais velho: seu casamento. E ele ficou tão mal com essa notícia que passou não apenas a noite de núpcias, como a semana inteira tentando consolar nossa mãe porque aquilo havia a destruído. Corrompido tudo que havia de gentil dentro dela.

À medida que eu percorria o corredor do colégio, ouvia sussurros do meu nome, sentia olhares de julgamento, dedos apontados e risos direcionados a mim. Isso me deixou tão constrangida que comecei a andar olhando para o chão, contando cada passo, desejando chegar logo ao refeitório. No entanto, parecia que aquele corredor se estendia cada vez mais.

Deus.

Eu não era o tipo de garota excluída ou vítima de bullying por ser considerada nerd ou estranha. Não, jamais. Pelo contrário. Mas sentir esse peso na própria pele nem que seja por míseros quinze segundos era, no mínimo, angustiante. Isso me fez repensar e sentir pena daqueles que enfrentavam isso diariamente na escola.

Uma mão prendeu-se em meu antebraço e me puxou repentinamente para a sala de aula do maternal, que estaria vazia se não fosse pelo zelador que estava limpando a sala há alguns metros de distância com um fone de ouvido maior que a cabeça.

Abri a boca para xingar ou talvez perguntar se a pessoa estava louca de me puxar assim, mas fechei assim que vi um sorriso meio tímido do meu melhor amigo. Suspirei mais aliviada e forcei a sorrir de volta, com os ombros ainda mais pesados.

Pior que sentir o olhar de julgamento de pessoas desconhecidas, é sentir o olhar de pena da pessoa na qual você mais amava no mundo. E eu estava odiando tudo aquilo. Cada segundo daquele dia.
Eu queria voltar para a minha cama.

— Ei. — Ele segurou minhas bochechas entre o polegar e o indicador, mas não apertou. Isso me fez esticar os lábios levemente, mas forçado. Suas mãos caíram ao lado do corpo ao me ver respirar fundo. — Sinto muito pelo o que está passando. Esse era para ser o seu ano.

— É. Eu sei que deveria. Mas está tudo dando errado, Léo. — Lamentei, tentando esconder o fato de eu querer muito cair no choro; um choro que eu estava segurando há dias. Eu não havia sentido o peso das consequências até então. — Eu planejei meu ensino médio literalmente a minha vida toda. Era pro meu ano ser típico de um filme estreado em Hollywood. Era para eu viver os melhores três anos da minha vida intensamente e com muitas escolhas ruins, que encontrasse o homem cujo eu passaria o resto da minha vida para que nos formássemos juntos, comigo ganhando a coroa de rainha do baile com um vestido desenhado pelo Zuhair Murad!

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