Com o tempo, Alexia Adams adquiriu muitas paixões; a mais avassaladora delas foi Enrico Watson, seu ex-namorado, alguém que fazia com que ela acreditasse e vivesse um amor tão intenso e exultante quanto possível. Mas, às vezes, o destino lhe corta a...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
7 anos depois…
A vida, que antes parecia tão cheia de possibilidades, agora se revelava como um labirinto sem saída. Cada esquina virava mais uma decepção, mais um lembrete de que minhas ambições e a realidade se encontravam em extremos opostos.
Era difícil compartilhar minhas angústias com as pessoas, pois temia ser vista como fraca ou incompetente. A máscara de sorrisos e respostas evasivas era minha única defesa contra o julgamento alheio, enquanto, por dentro, lutava para manter-me de pé como nunca.
Eu mexia distraidamente no colar que usava desde a adolescência. O pingente de um cisne dentro de uma lua minguante balançava de um lado para o outro na corda prateada.
— Alexia — disse Louise, minha irmã caçula, com uma voz suave, tentando apaziguar a tempestade que percebia se formar dentro de mim. Minha angústia era evidente enquanto eu andava de um lado para o outro. — É normal sentir ansiedade, e você se esforçou tanto... não acha que é hora de dar um tempo?
Revirei os olhos. Afinal, não era justo.
Eu sou a melhor. Mais do que qualquer pessoa, trabalhei arduamente para conquistar tudo o que consegui até agora para concorrer a essa vaga, e já se passou mais de uma semana desde o encerramento das inscrições sem que eu tenha recebido sequer um e-mail decente de agradecimento pela participação.
— Você fala como se tudo já estivesse perdido — desabafei, gesticulando com as mãos para expressar minha frustração. — Eu sei que não está. E vou conseguir porque eu mereço. É meu primeiro emprego. Estudei muito, e não será a falta de resposta que me deixará aqui, angustiada.
Louise apertou mais a almofada que escorregava dos braços, erguendo os ombros como se estivesse reunindo coragem para oferecer mais palavras de serenidade.
— É essa pequena centelha que você deveria manter para buscar novas oportunidades. Não acho correto depositar todo o seu futuro em um único lugar.
— Você diz isso porque já tem um emprego — ela sorriu com ar de superioridade. — Ter contatos é mais do que suficiente para conseguir um estágio naquela empresa. E ela é nova aqui no país. Pesquisei bastante antes e vi que ela se encaixa perfeitamente nos meus requisitos.
— Não seria você quem deveria cumprir os requisitos da empresa?
Parei de andar e olhei diretamente para ela.
— Óbvio que não, de onde tirou isso? Que besteira — ela riu, soltando uma leve bufada de ar, negando com a cabeça. — Sem contar que, por a empresa ser nova e ainda estar na fase de contratação de funcionários, a chance de eu crescer lá dentro é muito maior.
