Fase 6: A operação perdeu o rumo

432 73 67
                                    


Jongin estava rodando pelo quarto. O trajeto que ele fazia ficou até mais fundo do que o restante do piso. Estava em um impasse entre roer as unhas e não roê-las, já que, segundo seu pai, elas iriam furar seu fígado.

Não queria mais ir à festa. De modo algum. Testemunhar Baekhyun beijando na boca? Que nojo! Esse era o motivo. O motivo pelo qual ele estava tão inquieto. Não era porque Kyungsoo iria beijar alguém, e esse alguém não seria ele. Com certeza, não era esse o motivo.

As asas na costa de Jongin estavam muito contentes em ficar balançando o tempo todo. Ele estava fantasiado de cupido, mas se assemelhava mais com a sininho, a personagem que ele quase interpretou. A diferença era que ele não estava de vestido.

Decidiu no meio do processo de se vestir que não iria mais, quando passou pela sua mente uma idealização de Baekhyun e Kyungsoo se beijando. Ficou só de blusa, asas e meias. Andando pra lá e pra cá.

— Você vai...assim? — Sr.Kim perguntou quando apareceu na porta. Vendo o filho passeando pelo quarto sem as calças.

— Acho que não vou mais, pai.

— Bom, você que sabe. — Sr.Kim disse e fechou a porta. Jongin ficou encarando a madeira com cara emburrada. Agora teria que ir, pois quando alguém diz "você que sabe" significa nas entrelinhas que "se você não fizer, vai se arrepender".

Desceu alguns minutos depois, de calça, e pediu uma carona para seu pai. O homem pareceu um pouco chateado em deixar a novela de lado, mas quem mandou ele dizer "você que sabe"?

A casa de Yifan era pequena. Estava todo mundo espremido lá dentro. Mas por algum motivo eles gostavam assim. Talvez para fingir que a festa estava bombando quando não tinha muito mais do que vinte pessoas.

Entrar foi uma prova de resistência para as asinhas de Jongin. Era um corredor da porta até a sala, e tinha um monte de adolescentes no meio do caminho. Parecia até um corredor polonês.

Enfim estava de vez dentro da casa. Não era tão apertado quanto o corredor e algumas pessoas brincavam no sofá. Tocava músicas de um grupo chinês que Yifan gostava e tinha uma tímida luz colorida se esforçando para deixar o ambiente mais atrativo.

Tinha pouquíssimo enfeite de Halloween. Talvez a falta de verba ou de senso de decoração dos organizadores foi a causa responsável disso, mas não era tão importante. O importante eram as fantasias, as brincadeiras, a comida, a bebida...

E Kyungsoo. Que falando nele, onde estava?

— Jongin! Amigão! — Yifan apareceu do nada, já claramente bêbado, abraçando Jongin. — Seu namorado veio, sabia? Está um pitéu.

Yifan era desses que falavam umas gírias antigas, principalmente quando estava bêbado.

— Quê? Quem?

— O Baekhyun. Ele dança muuito bem. Fica de olho nele. Vê se não pesca, sacô?

Jongin revirou os olhos, sorriu para Yifan e tirou o braço do bêbado de seu ombro, para ir procurar Baekhyun. Nem foi tão difícil. Ele estava na cozinha, dançando, em cima da pedra de mármore.

Uma sensação estranha de déjà vu pegou Jongin, como se já tivesse visto aquela cena em algum lugar. Por sorte, ali Baekhyun estava de camisa e não tinha nenhuma cozinheira por perto.

Baekhyun estava mesmo bonito. Ele estava fantasiado de Peter Pan, mas um Peter Pan em tons mais escuros, mais moderno, tipo o Peter Pan de Once Upon A Time.

Operação CupidoOnde histórias criam vida. Descubra agora