Fase 9: Concluir (agora vai)

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Estava chovendo para caramba. Suncheon estava vivendo uma reprise daquele episódio de um anime famoso, a Arca de Noé.

O baile da escola seria naquela noite, entretanto, tudo indicava que o universo achava melhor não. Mas o ser humano é idiota. Iriam fazer mesmo assim.

De manhã quase ninguém foi à aula, e quem foi ficou ilhado. O plano de Jongin estava novamente indo por água abaixo, e dessa vez era literalmente.

Queria encontrar Kyungsoo, chamar ele para conversar, explicar a história direito. Mas ele não apareceu. E o tempo estava passando. Quanto mais ele enrolava para falar com Kyungsoo, o outro provavelmente acumulava mais ódio sobre si.

Mas tinha que ser naquele dia. Era o dia do baile, afinal. Nem que tivesse que ir nadando, iria encontrar com Kyungsoo.

E ele quase foi. Mas seu pai o impediu de pular na correnteza que formara na frente de sua casa. Tendo que fazê-lo esperar pelo fim daquele dilúvio.

Parecia que todos morreriam afogados do tanto de água que caía do céu, mas antes das cinco da tarde a aguaceira parou, dando até espaço para um tímido Sol.

Jongin já estava se encaminhando para a porta de casa quando a ouviu bater. Pensou que pudesse ser Baekhyun, para lhe dar apoio moral. Abriu rapidamente, esperando ver o amigo, mas foi pego de surpresa.

Era sua mãe.

Ela veio de bicicleta e estava coberta por um casaco plástico preto. Morava na outra extremidade da cidade e Jongin só a via em datas comemorativas e nas férias.

— Filhote! — A mulher sorriu, e se aproximou para um abraço. Ela estava molhada e cheirava a grama, mas Jongin não reclamou.

— O que aconteceu? A senhora desistiu de vir no Natal? — Jongin perguntou dando espaço para que a mulher entrasse.

— Uma mãe não pode visitar seu filho sem precisar de motivos? — A senhora Kim soou ofendida. Jongin não esboçou emoção no rosto, o que a fez ficar tímida em admitir — Seu pai pediu que eu viesse.

Jongin suspirou. Seu pai provavelmente contou o que Jongin andava fazendo para sua mãe. E com certeza fez isso enquanto bêbado, pois Sr.Kim odiava ligar para as pessoas e precisava sempre de uma motivação maior para fazer.

Então sua mãe provavelmente sabia que ele havia brigado com seus amigos e que agora estava em um processo de recuperar suas amizades. Mas estando bêbado, Sr.Kim pode ter dito algo como "Jongin entrou em uma briga, está completamente machucado, não sei o que faço" porque ele era dramático quando bebia.

— Mãe, realmente não precisa. É coisa minha.

— Eu sei. Mas achei importante vir mesmo assim. Hoje é seu baile também. Quero te ver de terno.

— Nem ao menos tenho par. Meu suposto par foi quem eu magoei. Estava indo ajoelhar por perdão antes da senhora chegar.

— Você magoou uma menina? — A senhora Kim soou espantada. Como se o gênero fosse de grande importância ao magoar alguém.

— Na verdade...não. — Jongin contou, já prevendo que a mãe faria uma cara confusa. — É um menino.

— Ah… — Sua mãe soltou. — Bom...Então o quê você está esperando?

Os dois trocaram olhares e Jongin sorriu. Sua mãe podia não ser a melhor do mundo, mas Jongin gostava quando ela acertava as vezes, pois era sempre nos momentos em que ele precisava.

Saiu de casa às pressas, havia voltado a chover mas Jongin não deu importância. O caminho era longo e seria até bom se refrescar com a água da chuva.

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