O Crepúsculo em Eel

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O cheiro da floresta se misturava com o forte aroma do oceano, e aquela mistura causava uma forte sensação de ansiedade no peito da jovem.

Já havia dias que estava andando sem parar pelas trilhas, entre as pequenas vilas, e as florestas a sua volta, porém, ela não sabia para onde ia, sabia apenas o nome; Refúgio de Eel. Yanna escutou sobre o lugar pela boca de alguns cidadãos da pequena vila ao norte. Eles falavam sobre como eles aceitavam qualquer um, qualquer um mesmo. Aquele só podia ser o lugar para ela.

As noites eram as piores. O frio congelante juntava-se aos ruídos da floresta em penumbra, causando medo e desconforto na garota, já que sempre a lembravam de memórias do qual queria esquecer. Contudo, sempre que os primeiros raios de sol surgiam entre as folhas das árvores, ela sentia seu corpo se aquecer e tudo passar como uma folha levada pelo vento.

Suas companhias na viagem eram os sussurros do vento em seu ouvido e alguns animais que surgiam para observa-la, ou as vezes atacar mesmo. Era um ciclo repetitivo. Apenas quando chegou próxima a um velho caminho de pedras que conseguiu finalmente encontrar outro faery. Um senhor de cabelos grisalhos e de olhos azuis como safiras, a pele clara estava castigada pela exposição ao sol de Eldarya. O velho disse que seguia em direção ao oceano, e ao perguntar sobre o refúgio, ficou contente em escuta-lo dizer que iria passar por lá. Logo, Yanna se juntou a ele rumo as terras banhadas pelo mar.

O senhor lhe contou sobre sua história, falou como era ser um antigo guerreiro da velha Dinastia Magnnolían, antes poderosa e rica, agora era apenas uma história, uma lenda para encantar os ouvidos faericos. Ele explicou como a antiga dinastia havia se tornado apenas ruína, nas últimas guerras no mundo de Eldarya, como acabou sendo derrotada e dizimada pelos reinos espalhados pelos quatro cantos daquele mundo.

— Jamais haverá algo como aquele lugar, era simplesmente incrível, todos queriam sua riqueza...eu jamais me esquecerei. —ele pronunciava as palavras enquanto observava o céu, com o rosto sobre uma melancolia.

Eles nao haviam levado mais de 4 dias juntos, ate que chegaram ao destino da garota. Já dava para ver o topo de uma longa torre branca. O coração da garota palpitou com a crescente ansiedade.

— Bem, daqui você pode seguir por essa trilha, e assim que ver o mar, você estará nas terras de Eel. No topo de um penhasco, você encontrará o refúgio —antes de continuar ele limpou a garganta— Você tem certeza disso, Yanna?

Sem compreender a pergunta do senhor, a garota se virou para olhá-lo. Havia uma expressão triste em seu rosto, quase como a de um pai vendo o filho perecer.

— Por que está perguntando isso?

— Sabe...—ele parecia procurar as palavras certas antes de continuar—Aquele lugar...o refúgio de Eel, é um lugar amaldiçoado, nada de bom vem daquele lugar, daquelas pessoas.

Aquelas palavras entravam pelo ouvido da jovem e cortaram em pedaços a imagem que vinha criando daquele lugar, mas não podia voltar atrás agora, não tinha para onde voltar. Um lugar amaldiçoado seria melhor que qualquer cela fria como a que vivia antes de fugir. Ela respirou fundo.

— Eu tenho certeza. Eu realmente vou para o Refúgio de Eel. E não se preocupe, ficarei bem. — Yanna deu um forte abraço de despedida no senhor, que retribuiu—Espero que nos encontremos novamente, em algum lugar.

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⏰ Última atualização: May 11, 2020 ⏰

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The Last Scream: O Canto dos Amaldiçoados Onde histórias criam vida. Descubra agora