>já fazem duas semanas desde que Alyssa começou a trabalhar na joalheria
>até então havia me passado muitas informações valiosas
>principalmente sobre a estrutura da joalheria
>possuía dois andares
>1° andar ficava a loja, e aos fundos era onde os funcionários comiam, tinha alguns armários e um pequeno espaço para descanso
>segundo ela, nesse mesmo comodo tinha um pequeno local aonde ficava a porta de entrada e saída dos funcionários
>ao lado da porta, ficava o aparelho aonde eles batiam o ponto
>7hrs da manhã para entrar
>19hrs da noite para sair
>a exatidão em que os funcionários tinham que sair da loja deixava tudo mais fácil para entrarmos
>a porta em si era de ferro e protegida por uma grade
>arrombar aquilo estava completamente fora de cogitação
>até porque ela ficava no beco entre a joalheria e um prédio que possuía alguns apartamentos
>esse beco era protegido por uma grade e um pequeno portão
>a primeira vista o único meio de ter acesso aquele beco
>era passar pelo portão, ou pular ele
>apenas o dono e a gerente da joalheria tinham a chave
>o 2° andar era para funcionários
>na parte de cima ficava o deposito, banheiro e a sala do chefe
>Alyssa comentou que neste deposito, existiam apenas bijuterias, e era tinha uma câmera
>então desde que não entrássemos naquela sala, estava tudo certo
>como imaginava
>existia sim um cofre que guardavam as joias mais valiosas
>ficava na sala do chefe
>a unica que tinha acesso a esta sala era a gerente
>ninguém mais podia entrar la sem a autorização dela ou do chefe
>mesmo com todas as informações positivas que ela vem me passando
>possuem lados negativos
>ao menos para mim
>infelizmente, aos poucos
>estamos nos aproximando
>tenho passado muito tempo com ela
>afinal, ela me passa pessoalmente as informações
>como não podíamos falar absolutamente nada
>sobre qualquer coisa ligada ao plano pelo celular
>nos encontrávamos pessoalmente frequentemente
>apesar de Josias não curtir muito a ideia
>quase sempre arrumava treta comigo por causa disso nas reuniões
>mas não havia nada a ser feito
>eu precisava de detalhes da forma mais rápida possível
>sou quem esta planejando no fim das contas
>qualquer erro é inaceitável
>então todas as 20:00 da noite, de segunda a sábado
>eram dias de pegar informações
>já estava escuro
>era um dia chuvoso
>meio melancólico
>fui ao encontro dela em um pequeno parque infantil no meu bairro, como de costume
>sempre fico sentado em um banquinho próximo a estrada
>ela estaciona o carro próximo a mim
>senta ao meu lado, como todas as outras vezes
>sempre dura poucos minutos até ela voltar para o carro e partir
>habitualmente agia com calma e sussurrava palavras discretamente
>entretanto hoje, estava mais inquieta que o normal
>ela vai direto ao ponto, um pouco aflita
>"hoje eu estive na sala do chefe"
>"você o viu? aonde fica, como ele é, tamanho, tudo que conseguir lembrar" falei apressando-a
>"hoje ele me chamou la para conversar"
>"eu pude vê-lo, fica bem no fundo da sala"
>"em um lugar discreto, se eu realmente não entrasse la procurando algo, era capaz de eu nem perceber"
>"ele é alto, deve ter uns 60/70cm talvez, não tenho certeza"
>"perfeito, percebeu mais alguma coisa?" perguntei
>"tinha uma câmera também"
>"no fim da sala,perto do teto e acima do cofre"
>"não tem como entrar na sala sem ser pega pela câmera"
>"isso é tudo, estou indo" falou, levantou e foi em direção ao carro
>Alyssa especialmente hoje estava muito estranha
>ela parecia muito inquieta como se tivesse escondendo algo
>"aconteceu alguma coisa?" perguntei
>"não"
>"você esta estranha, se for algo pessoal, não me importo"
>"mas se pode ter algo haver com o roubo, acho que você não deveria esconder"
>Alyssa para, respira fundo
>coloca uma de suas mãos no rosto, tentando esconder seus olhos já lacrimejando
>"ele veio pedir minha opinião"
>"aparentemente ele tem uma filha de 9 anos"
>"se chama Maria"
>"ele não sabia o que dar para ela de aniversario"
>"como eu tenho uma irmãzinha, ele achou que eu poderia ajudar" falou de costas para mim
>"qual o problema?" perguntei
>"podemos destruir a vida de um homem bom"
>Alyssa literalmente desmoronou
>tentava abafar seu choro com um de seus braços
>provavelmente não suportou o sentimento de culpa
>o responsável por isso, era eu
>eu atirei esta garota la dentro
>mesmo sabendo que é muito empática
>inevitavelmente ela criou vínculos com aquelas pessoas
>o sentimento de culpa, por ter de rouba-los, esta assolando-a
>de certa forma, é cruel
>era obvio que se sentiria culpada antes mesmo do roubo
>eu sabia que era algo provável de acontecer
>afinal de contas, sem nem mesmo me conhecer
>ela me salvou
>Alyssa e eu
>somos opostos
>enquanto eu não sinto nada
>ela sente demais
>e ali estávamos
>numa situação muito desagradável
>seu choro ficava se intensificava cada vez mais
>e aos poucos se despedaçava diante de mim
>com toda certeza
>era o momento em que ela mais precisa ser consolada
>e para fazer isso
>eu apenas precisaria dizer exatamente o que Alyssa gostaria de ouvir neste momento
>mas infelizmente
>eu não posso fazer isso
>"tenha cuidado"
>foi tudo o que eu pude dizer antes de me levantar
>e ir seguir meu caminho
>chegando em casa precisava pensar na melhor forma de utilizar as informações que ela passou
>principalmente
>como iriamos chegar na porta dos fundos
>como iriamos abrir aquele cofre?
>um maçarico
>transportar muita coisa vai ser complicado
>talvez uma serra
>tem de ser muito boa, ja que não sei nada sobre o material daquele cofre
>pensei pra krl
>mas não saia nada
>decidir deitar
>eu estava tão focado no cofre
>que acabei não me ligando na informação
>mais importante que Alyssa havia me dado
>"filha" pensei alto
>é isso
>a garota vai ser a nossa chave para o cofre
>nesta noite
>eu mal consegui dormir
>porque só pensava nos próximos passos do plano
>no dia seguinte
>falei com a Alyssa
>durante uma semana passei a ficar no carro dela
>observando e analisando bem aquela área
>para ver se descobria algo novo sobre o proprietário
>pois eu já sabia de dois dos seus padrões
>graças a minha infiltrada
>ele passava ali todas as sextas feiras de manhã
>sobre o que ele fazia nas sextas, nem mesmo Alyssa sabia, pois ela trabalha no turno da noite
>aos sábados, ele aparecia algumas horas antes de fechar
>para recolher as notas fiscais da semana
>passava todo o tempo na sua sala, até a 19hrs
>quando todos iriam embora
>a minha duvida se residi no que ele ficaria fazendo tanto tempo na sala?
>por mais que eu pensasse em mil possibilidades
>não poderia ter certeza de nada
>seria um esforço inútil
>planejar um assalto não é algo que você possa fazer apenas deduzindo tudo
>como passei um bom tempo por ali
>passei a observar toda a área em volta da joalheria
>de volta e meia dava algumas voltas com o carro pelos quarteirões
>para observar
>os prédios, as lojas, as pessoas, horários de mais movimentações
>detalhes são importantes
>neste período de analise o que mais me chamou a atenção
>era a quantidade de entregadores que apareciam no prédio ao lado da joalheria
>hoje em dia, as pessoas nem sequer saem mais de casa para comer
>apesar observar muitas coisas interessantes nesses dias dos quais eu passei la
>não descobri nada de novo sobre Antônio
>e oque ele passava fazendo naquela sala, poderia ser algo fundamental e
>só existe uma pessoa que poderia descobrir algo realmente importante de forma eficaz
>Alyssa
>entretanto ela não podia entrar na sala sem autorização
>depois de pensar bastante
>percebi que poderia usar
>uma brecha que ele mesmo tinha dado
>para ela entrar la sem parecer suspeita
>usar como desculpa a opinião que ele havia pedido
>sobre o presente de sua filha
>conversei com ela
>e ela disse que daria um jeito de entrar, no sábado
>enquanto isso, o que me resta é esperar
>após três dias esperando
>finalmente
>sábado
>fico no carro de dela como de costume
>até seu horário de sair
>"finalmente você voltou" comentei ao vê-la entrar no carro
>"sentiu minha falta?" indagou com um tom de deboche
>"certamente não"
>"descobriu algo?"
>"ele chegou com a maleta dele, pegou as notas fiscais"
>"e foi para sua sala, como sempre"
>"como você me pediu eu esperei alguns minutos e entrei la"
>"comentei que talvez pudesse o ajudar com o presente"
>"foi uma desculpa bem esfarrapada na verdade, mas acho que não pareceu estranho"
>"não notei nada demais"
>"exceto uma coisa que estava conectada no computador, não faço a menor ideia do que seja"
>"era tipo um bloco retangular, um pouco grande e grosso, da outra vez aquilo não estava la"
>"foi tudo que eu percebi" terminou de falar se jogando ao banco, como se estivesse exausta
>que porra seria esse bloco retangular
>sera que seria
>um HD externo?
>"peguei meu celular e pesquisei alguns para Alyssa comparar"
>"era algo assim que você viu?" perguntei
>"acho que sim, acho que era um pouco mais grosso, mas era um desses"
>"o que seria isso?"
>"é um HD externo, feito para armazenar arquivos"
>"provavelmente, onde ele guarda as imagens da câmera" expliquei
>"então precisaremos roubar aquilo também?" me perguntou
>"provavelmente sim"
>mas nem se deu ao trabalho de questionar mais nada
>parecia cansada
>então
>apenas ligou o carro e partimos
>no meio do caminho
>Alyssa comenta sobre a conversa dela com Antônio
>"sabe, por mais que fosse apenas parte do plano, eu realmente pensei em alguns palpites sobre o tal do presente"
>"falei sobre algumas coisas que eu dava para minha irmã"
>"perguntei sobre os gostos da filha dele, se ele tinha alguma noção, tlg"
>"para que eu pudesse ajudar, de verdade"
>"ele acabou comentando parecia que a filha dele gostava muito de balé"
>"perguntei se ela já praticava"
>"ele respondeu que sim, que a mãe já havia colocado ela a um pouco mais de um ano"
>"acabei indicando que ele levasse ela em apresentações de balé, sla como chamam"
>"enfim, você disse que informações pessoais são importantes"
>"achei que fosse melhor você saber"
>Alyssa mesmo contando os detalhes da conversa, permaneceu por todo o tempo com um semblante sério
>parecia sofrer com aquilo
>apesar de seus defeitos
>ela era boa no que estava fazendo
>"obrigado, e... me desculpe"
>mesmo que não sinta empatia alguma por ela
>decidir me desculpar
>afinal
>ela era a que mais estava se arriscando pelo plano
>então Alyssa me fitou com um olhar doce, seguido de um pequeno sorriso durante alguns segundos
>como se estivesse me agradecendo
>por entende-la naquele momento
>não falamos sobre mais nada depois
>permanecemos o resto do caminho em silencio
>diferente dos outros dias
>era um silencio aconchegante
>como se já estivéssemos acostumados
>em questão de poucos minutos nos separamos
>ela seguiu para sua casa
>e eu para a minha
>caminhando devagar
>pensando
>em como aquele sorriso doce que ela dirigiu a mim
>me deixou incomodado
>"oi mãe, pai" cumprimentava-os entrando em casa
>meu pai como sempre
>apenas acenou para mim
>ele era assim, durão
>não conversava muito comigo desde que percebeu que não gostaria de ser policial
>quando eu era criança, nos dávamos bem até, ele me ensinava sobre armas, a atirar, coisas de policial
>mas quando percebeu que nada do que ele fazia me deixava feliz
>ele apenas parou, e se afastou de mim
>ser policial é algo de família a muito tempo, então o decepcionei imagino
>"John, você anda muito tempo fora de casa"
>essa é minha mãe
>me trata como se eu fosse diferente, incapaz
>honestamente o seu jeito de me tratar me irrita
>é como se ela achasse
>que eu não conseguisse fazer nada
>sempre se dirige a mim com cautela
>como se eu a intimidasse de alguma forma
>tenho certeza que foi aquela psicologa maluca
>Dra.Eliza
>com certeza colocou coisas na cabeça dela
>desde então sou tratado como alguém especial
>"acho que fiz um amigo" falei apenas para justificar a ausência constante de casa
>mas minha mãe me encarava com um olhar de duvida
>como se eu mentisse
>acredito que nem mesmo ela acredita que eu possa ter amigos
>"que bom meu filho, tenha cuidado ficando até essas horas na rua"
>o cinismo da minha mãe me surpreende
>deve achar que eu sou um imbecil para não perceber sua atuação de boa mãe
>"vou me cuidar" respondi e subi as escadas em direção ao meu quarto
>seu jeito de falar comigo sendo cautelosa
>sempre me incomoda
>talvez eu seja mesmo diferente nessa família
>minha mãe parece ter medo de mim
>meu pai nem liga para minha presença
>tenho certeza de que enquanto ele tiver sua cerveja e seus jogos de futebol para suprir sua decepção
>ele não se importa com o que acontece aqui dentro
>pensando desta forma
>sou diferente mesmo
>talvez eu seja a unica pessoa normal dessa família
>tomei um banho
>fui dormir
>domingo
>fiquei o dia inteiro no quarto como de costume
>pensando
>no plano
>foi o dia aonde eu arquitetei quase tudo
>como seria
>o que faríamos depois
>quase todo o plano foi montado neste dia
>não estava completo, mas ja era algo bem mais elaborado
>obviamente, era apenas uma grande teoria
>desenhei todos os passos em uma folha para levar na próxima reunião
>e o que faltava fazer para que tudo desse certo
>fiz isto para explicar como faríamos para o grupo
>já havia se passado muito tempo desde que comecei com isso
>Josias me cobrava muito
>então decidi que estava na hora de começar a falar sobre o plano
>obviamente tinha que fazer alguns preparos antes
>um deles era descobrir quem era a filha de Antônio Cabral
>o jeito mais fácil era usar as tais aulas de Balé para isso
>no dia seguinte
>segunda feira
>procurei por todos os locais
>aonde davam aulas de balé
>em seguida
>liguei em um por um
>para checar quais davam aulas para crianças
>surpreendentemente
>bem poucos
>deve ser porque crianças hoje em dia
>não curtam muito essas coisas
>dos que eu achei em um raio de distancia considerável
>apenas 2 deles davam aulas para crianças
>um ficava localizado em um bairro ao leste, logo depois do centro da cidade
>o outro era em uma cidade
>a umas 2 horas de carro daqui
>arrisquei no mais provável
>liguei para o mais próximo
>tive uma pequena conversa com uma das funcionarias
>com o pretexto de que queria inscrever minha "irmã" nas aulas
>dessa forma descobri os dias e o horário em que eles trabalhavam com as crianças
>eram eles
>segunda feira
>das 8 as 11 da manhã
>sexta feira
>das 8 as 11 da manhã
>o que me resta é estar aqui na sexta feira
>e torcer para eu ver aquele cara aqui
>porque já perdi hoje de manhã
>o problema é que sexta feira as 7hrs eu tenho a merda de uma reunião
>vou ter que resolver isso com Josias amanhã
>no momento, isso é muito mais importante
>dia da reunião
>terça feira
>chego com uma porrada de papel
>"finalmente vamos ver a merda desse plano?" perguntou Josias
>"tecnicamente sim, mas ele ainda precisa de alguns preparos"
>"depois preciso falar com você, a sós"
>Josias me deu a encarada dele padrão
>mas não falou nada
>botei tudo na mesa
>"então, vou mostrar como supostamente vai ser esse roubo"
>comecei a explicar
>tudo
>o que faríamos para entrar
>como sairíamos
>sobre todos os detalhes
>precauções
>e o que faltava para que finalmente estivesse tudo perfeito para o assalto
>expliquei tudo o que era possível
>"o que acharam?" perguntei
>o silencio predominava naquela sala
>todos ficaram perplexos
>"uau,você pensou em tudo velho" comentava Alyssa admirada
>ela sorria olhando as folhas, os desenhos, anotações
>"isso é brilhante" olha olhava de uma forma que me incomodava
>os outros ficaram animados
>ouvia comentários positivos, elogios de todos
>até mesmo de Thiago
>apesar de sua cara de chapado
>falou que ficou bom
>todos comentavam algo
>menos Josias
>apesar de ter ficado boquiaberto
>não falava nada
>ele parecia meio incomodado com a reação dos outros
>mas como ele era o "Líder"
>a ultima palavra dele era necessária
>"e então Josias, o que achou?" perguntei
>"por mais que seja arriscado, é um bom plano, meu único pensamento negativo é se conseguiremos fazer tudo perfeitamente"
>"porque imagino que se as coisas fugirem do controle, vai dar merda"
>"você tem certeza que aquele cara vai abrir o cofre?"
>"eu tenho alguns planos B"
>"mas se tudo correr bem, não sera necessário" respondi
>ele parecia querer recusar de todo jeito
>mas ele não tinha nenhuma explicação plausível pra isso
>o plano era bom
>tudo que ele poderia fazer era apenas concordar
>"vamos nessa então" falou Josias
>perfeito
>todos concordaram com o plano
>só faltam alguns preparos
>"alguém conhece Flunitrazepam?"
>"se você precisar, eu consigo, tenho alguns contatos" Thiago respondeu
>"perfeito, quanto mais rápido você trouxer, melhor"
>falei que precisava falar com Josias a sós
>então ele dispensou todo mundo e disse que me levaria depois
>"pode deixar que eu levo ele, eu espero vocês conversarem" Alyssa fala
>"não precisa, eu mesmo levo ele" Josias responde de forma rude
>"mas..."
>ela insistia em contestar
>o que essa mina ta fazendo vei
>"mas o que Alyssa? vocês não estão amiguinhos demais não?
>"q porra ta acontecendo aqui?"
>Josias fica puto
>começa a desconfiar
>sa mina quer me fuder não é possível
>"eu já falei que eu levo, ta com medo do que? vamo bater um papo hoje mesmo"
>"desculpa, eu só achei que seria melhor já que... enfim, esquece, me desculpa" ela só abaixa a cabeça com uma expressão meio triste, e vaza
>"que porra foi isso aqui?" ele me pergunta bufando
>"sinceramente cara, não faço a menor ideia, a gente nem se fala alem dela me passar as informações, te garanto"
>só tentava me explicar porque o cara tava putasso
>desconfiado pra caralho
>"é sério cara"
>ele me puxa pela camisa
>mete o dedo na minha cara e fala
>"se eu sonhar que vocês dois tão de gracinha pra cima de mim, eu apago vocês, ta me entendendo menor?"
>"relaxa cara, relaxa"
>"fala logo o que você quer" disse me dando um empurrão para trás
>"para dar certo, eu preciso saber se você pode fazer algo"
>"fala logo"
>então comecei a explicar
>"se esse roubo der certo, não vamos deixar rastro nenhum, o que vai resultar em uma investigação minuciosa por parte da policia"
>"por mais que em algum momento isso possa acontecer, o melhor é atrasar isso o máximo possível"
>"Alyssa não vai parecer suspeita, mas como você sabe ela já esta la dentro a bastante tempo"
>"por mais que seja parte do plano roubar as gravações das câmeras"
>"ela esta la a pouco tempo, podem suspeitar"
>"o melhor a se fazer, é direcionar a culpa do crime para outra pessoa, para que ela nem sequer seja considerada suspeita"
>sinceramente, ela já nem iria parecer tão suspeita assim
>com o choque que Antônio ficaria com aquele roubo, eu duvido muito sequer considera-la uma suspeita
>até porque, ela fara parte dos reféns, como todas as outras
>apesar dela ser a suspeita mais conveniente para ele, não vai tornar todos os outros funcionários instantaneamente inocentes
>desde que ela não faça nada estupido no dia do roubo, tudo ocorrera bem
>o único motivo de eu estar usando isso como uma desculpa
>porque ela é o ponto fraco dele
>e o que eu preciso agora
>é que ele faça exatamente o que eu preciso
>algo que se não fosse por ela, talvez ele não faria
>apesar de eu não ter nada a perder
>ir preso esta completamente fora de cogitação
>sacrificar alguém pelo bem do plano é o melhor jeito de desviar de vez qualquer rastro que levaria a um de nós
>"como você pretende fazer isso?" questionou
>"você ainda tem quantos do ultimo assalto?"
>"eu sabia que tinha haver com dinheiro" reclamou
>"se der certo você vai ter 100x mais do que você tem agora, qual o problema?"
>"enfim, eu preciso que você arrume um carro, pode ser simples, roubado, sla"
>"só arrume um carro, e consiga um volante desse mesmo carro"
>apesar de confuso pra caralho
>diz que vai conseguir
>que não é tão difícil assim
>"sexta feira não vou poder vir, eu preciso confirmar um dos preparatórios de manhã"
>"a noite queria que você me encontrasse em algum lugar para mim te explicar algumas coisas que não citei antes"
>"pois acho melhor ficar apenas entre nós"
>"você da ordens demais mlk, não acha?" Josias permanecia com um samblante de duvida o tempo inteiro
>não importa o que eu faça, duvido muito que em algum momento ele confie em mim
>tentava manter um tom de autoridade com suas encaradas
>me olhava como se eu o estivesse desafiando
>"só estava explicando o plano, é pra isso que estou aqui" respondi no mesmo tom, me mantive sério durante toda a conversa
>sinceramente já to dando 0fodas pra esse cara
>eu sou o arquiteto desse plano
>sem mim ele não tem nada
>provavelmente sem mim, seria só mais um bandido pego em flagrante
>arrastando todos com ele
>"tudo bem, farei pela Alyssa, quanto mais tirar o dela da reta, melhor"
>"mas não se cria, to de olho em você"
>"esse troca troca de informações a sós com a Alyssa terminou, que fique bem claro" falou me encarando
>honestamente eu não tava intimidado
>ja havia mergulhado tão fundo nesse mar que tava começando a meter o loko
>"ela não é mais necessária" falei olhando em seus olhos
>"só vamos terminar logo esse roubo" finalizou Josias
>então marcamos um horário para nos encontrarmos na sexta
>Josias não falou mais nada depois disso
>apenas levantou
>fomos para seu carro
>ele me deixou no meu bairro
>fiz questão dele me deixar em um lugar aleatório
>para ele não saber com exatidão onde ficava minha casa
>apenas por precaução
>no dia seguinte
>eu fui para o local onde costumava trocar informações com Alyssa
>mas como esperado
>ela não apareceu
>provavelmente Josias deve ter surtado com ela
>apenas gostaria de entender o que havia acontecido aquele dia
>enfim
>retornei para casa
>fiquei analisando o plano
>revisando
>pensando em mais coisas
>até chegar sexta
>enfim, sexta-feira
>levantei cedão
>peguei o carro do meu pai
>que no caso ele nem se importava muito
>andava mais na viatura do que no próprio carro
>fui para a aula de balé
>fiquei la plantado desde as 6;20 da manhã
>7:30 já começava a chegar as pessoas
>exatamente 7:48 da manhã
>a sorte sorriu para mim
>foi o horário que pela primeira vez na vida
>eu senti algo que nunca havia sentido
>ao ver aquele homem sair com sua filha
>do carro e leva-la para aquela aula
>foi a maior satisfação que eu já tive na vida
>um sentimento de contentamento, animação sla
>uma euforia do caralho
>como se eu tivesse acertado um tiro certeiro
>aqueles que acontecem apenas uma unica vez em um milhão
>"finalmente achei nossa chave para aquele cofre"
>ele deixou a menina e se foi
>não faço ideia da onde
>mas no momento
>meu foco é apenas na garota
>então
>as 11hrs da manhã
>ela saiu
>Antônio não voltou para busca-la
>mas sim uma mulher
>em um carro diferente
>acredito que seja a mãe dela
>anotei a placa o mais rápido possível
>pulei para o banco da frente
>para não perder a unica chance que eu tinha ali
>segui elas
>tentei ser o mais discreto possível
>mesmo sendo meio difícil quando você esta seguindo alguém
>e o destino delas foi em um bairro
>onde geralmente
>pessoas de classe média/alta costumavam morar
>as duas chegaram no seu destino
>aparentemente a casa delas e de Antônio
>abriram o portão e entraram normalmente
>eu segui reto
>virei na primeira curva que encontrei
>encostei o carro e fiquei la durante uns 20 minutos
>voltei para a frente de sua casa
>tirei algumas fotos
>anotei o endereço
>e vazei
>consegui a chave para aquele cofre
>finalmente
>acho que nunca me senti tão bem na minha vida
>pqp
>esta tudo indo perfeitamente
>se eu e Josias conseguirmos o que precisamos
>tudo vai estar pronto
>meu plano vai se iniciar o mais rápido possível
>bate a hora
>pego uns bagulhos que iria precisar
>vou pro lugar de encontro
>Josias chega com um carro de merda
>entrei
>já joguei uma luva para ele
>e uma toca
>"vista isso, vamos para um ferro velho que tem aqui perto"
>"iremos entrar escondidos e roubar uma placa aleatória que esteja em um bom estado"
>"vamos trocar a placa desse carro pela placa roubada"
>"a partir daqui precisamos usar luvas e toucas para não deixarmos qualquer rastros seja fios de cabelo ou digitais"
>colamos no ferro velho
>era bem simples
>pulamos a cerca que tinha
>não era grande coisa
>até porque, quem liga para um ferro velho?
>roubamos uma placa e vazamos
>fomos para a casa aonde fazíamos nossas reuniões
>eu e Josias fizemos uma limpeza completa naquele carro
>com água destilada e vinagre branco
>depois passamos álcool isopropílico apenas para garantir que teríamos limpados tudo
>que não ficariam nenhum rastro nosso ali
>deu uma mão do caralho
>mas foi necessário
>"o que a gente vai fazer com esse carro e esse volante?" perguntou Josias
>após explicar tudo para ele
>ele entendeu qual era a ideia
>ficou com um pé atras no começo
>mas decidiu fazer
>por Alyssa
>naquele noite
>entramos naquele carro
>e sentenciamos uma pessoa
>no dia seguinte
>estávamos com tudo preparado
>Thiago trouxe o Flunitrazepam mais conhecido como Boa noite cinderela
>eu e Josias providenciamos o resto das coisas
>chaves de fenda
>uma serra elétrica portátil
>uma tesoura corta vergalhão de 12''
>fitas
>cordas
>mascaras de touca
>luvas
>roupas
>capacetes de motocicleta
>alguns panos
>Álcool
>e as tintas em spray
>tudo o que usaríamos naquela noite
>e eu tinha minha chave imprimida comigo
>todos estavam reunidos
>isso eram mais ou menos 7hrs da manha
>revisamos o plano umas 2 vezes
>então
>Alyssa foi para o trabalho
>ela trabalha no turno da noite
>então precisava estar la antes das 10hrs
>preparamos tudo
>tínhamos dois carros
>que seriam utilizados na fuga
>levamos um deles para o meio do nada
>em uma cabaninha aleatória
>ficava numa trilha conhecida por Henrique
>a mais ou menos uma hora e meia do centro da cidade indo em direção ao norte
>fomos com os dois carros
>deixamos um la
>voltamos com o que seria usado no roubo
>o carro em que eu e Josias havíamos saído aquela noite
>Sempre usando toucas e luvas para não deixarmos nenhum vestígio nosso
>voltamos para a casa das reuniões
>limpamos todas as evidencias possíveis
>mesa
>geladeira
>pia
>passamos álcool em em tudo
>esfregamos as paredes
>e obviamente queimamos todos os papeis do plano e qualquer outro tipo de evidencia
>fizemos o possível
>terminamos era mais ou menos
>umas 17:20 da tarde
>partimos para o centro da cidade
>estavamos pronto
>finalmente o assalto iria acontecer

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De TodoJohn é um garoto que faz parte de uma pequena parcela de pessoas que tem certo desencanto pela vida, após falhar em todas as suas tentativas de buscar algo que lhe faça querer continuar vivendo, não consegue se libertar do vazio que o consome , entã...