Final Alternativo Last Words?

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Porque quero ver vocês sofrerem, saibam que eu chorei escrevendo.

Sim, eu chorei escrevendo, e sim, vou rir maléficamente da cara de vocês chorando

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Maya andava pelas ruas, seu destino chegava cada vez mais perto. Ela carregava um buquê de flores e o segurava na frente do peito. Ao ver o lugar que ela já conhece mais do que ela acha que deveria, ela vai naquela direção e entra no cemitério, sabendo aonde quer ir e seus pais a levam lá automaticamente.

Ela para na frente de um túmulo e se senta na frente dele, olhando as palavras com remorso.

Aqui jaz Riley Matthews
1999- 2017
Descanse em paz

Maya sente as lágrimas saindo de seus olhos e fica silenciosamente chorando na frente do túmulo de sua ex melhor amiga e alma gêmea.

-Merda Matthews- Ela sussurra, colocando as flores em cima do túmulo

A menina respira fundo algumas vezes, até ela ter certeza que consegue falar melhor e olha de novo pro túmulo.

-Oi Riles, sou eu de novo- ela sorri fracamente, lágrimas ainda rolando pelo rosto- hoje... Hoje é o aniversário de um mês desde que aquele maldito carro não te viu.

Maya soluça e segura a mão na pedra do túmulo.

-Eu... Riles eu não consigo me esquecer de você- a visão de Maya começa a ficar embaçada pelas lágrimas- e eu quis vir falar aqui com você, pra ver se me ajuda em algo....

Ela ouve uns murmúrios longe, em outro lugar do cemitério.

-Eu não aguento mais Riles, não aguento mais ver seu pai na sala de aula e não ter você pra conversar, eu não aguento mais ir na sua casa e entrar pela janela automaticamente só pra lembrar que não tem ninguém lá- mais uma onda de lágrimas invade a menina e ela espera passar a maior parte de novo.

Maya sente a garganta fechar e sabe que ela só está soltando as palavras de tristeza que ela não conseguiu soltar pra ninguém nesse último mês, mas ela quer continuar falando, e não quer mais se fechar, por isso ela foi pra primeira pessoa que sempre pode falar dessas coisas, mesmo que seja só um túmulo a esse ponto, ela sabe que Riley provavelmente a está ouvindo, de onde ela estiver.

-Eu... Eu uso o seu anel junto com o meu no meu dedo, estou usando desde que você... Morreu Riley- ela começa a soluçar de novo- eu não queria que fosse enterrado com você, queria que ficasse comigo, pra você sempre estar perto de mim.

Essa era a primeira vez que Maya tinha admitido em voz alta que Riley tinha morrido, e seu coração quebra em partes tudo de novo ao se ouvir falando isso e parando de negar.

-Eu estou muitas vezes dormindo no seu quarto ou usando suas roupas, sentindo seu cheiro, seus pais não estão prontos pra tirar essa área da casa e eu concordo com eles, eu também não estou. Desde que você se foi eu não consigo mais ficar em quase nada, a única coisa que tô fazendo é arte... A arte está bem depressiva.

Maya abraça seus joelhos, tentando respirar fundo pra continuar.

-Meus pais me colocaram em uma psicóloga, ela que me aconselhou a escrever isso tudo que estou sentindo num papel, como se fosse uma carta a você, e bem, depois de muitos papéis arruinados pelas lágrimas, decidi vir aqui por mim mesma, te falar em voz alta. Eu não sei como estou conseguindo falar ainda, meu coração está pesado e a garganta fechada Honey... Eu sinto sua falta. Sinto sua falta todo dia.

Maya sente uma brisa leve no rosto e quase sorri com o jeito que parecia encobrir seu rosto, mas ela só limpa as lágrimas do rosto com a manga da blusa.

-Vamos... Parar de falar de mim no momento ok? Todo mundo sente sua falta Honey, você era tão importante, para a vida de todos- Maya dessa vez consegue sorrir levemente entre as lágrimas- sua família está... Lidando como pode, se ajustando a vida com 3 pessoas ao invez de 4 eu acho.

Maya pausa e a brisa sopra em seu rosto de novo, como se querendo que ela continuasse.

-Seu pai ele esta pela primeira vez que eu vi ele, recusando contato físico, ele não quer abraços, não quer nada, eu sei que ele fica até tarde da noite vendo seu álbum de fotos. Sua mãe esteve mergulhando de cabeça no trabalho, provavelmente querendo esquecer da situação e da tristeza dela. Auggie está ainda mais carinhoso, querendo abraços e chorando muito, nessa última semana ele esteve melhorando, acho que ele está sendo o único de nós quatro que está caminhando pra conseguir aceitar essa realidade.

Maya pensa nos amigos e no grupo de amizade deles.

-Sabe... Com os nossos amigos está uma situação complicada, você era meio que a cola no nosso grupo, juntava todos nós, não importava a diferença entre a gente, sem você tem sido.... Estranho, acho. Farkle tem ficado mais... Agressivo, por algum motivo ele está irritado, acho que é o jeito dele de lidar com isso. Lucas está simplesmente depressivo, ele não fala uma piada desde o acidente, a 3 semanas atrás ele não falava nada. Zay está fazendo mais piadas que o normal, acho que ele usa o humor como mecanismo de se esconder do mundo e Smackle... Ela esteve mais sensível, eu nunca achei que veria Isadora Smackle chorar, mas ela chorou, e muito.

A esse ponto, Maya já chorou todas as lágrimas que tinha do dia e só sentia uma sensação de vazio por dentro, ela não gosta dessa sensação.

-enfim Riles, o que eu queria dizer é: eu sinto muita falta de você, das nossas conversas, das suas maluquices, eu queria voltar a ficar na RileyTown, era um ótimo lugar pra ficar, sinto falta das nossas brigas sem sentido e das festas do pijama aleatórios. Eu simplesmente sinto sua falta Honey, sinto falta da melhor amiga que eu pude ter e melhor soulmate também. Espero que um dia eu possa voltar a viver minha vida sem chorar ao pensar em você, e te lembrar com as memórias boas e não.. as antes de sua morte... Eu te amo

Ao acabar de falar tudo o que tinha pra falar no momento, Maya se levanta e coloca as flores mais pra perto da pedra levantada do túmulo e beija levemente o topo da pedra, como se tivesse dando um último beijo na testa de sua amiga e ela se levanta, limpando o resto de lágrimas do seu rosto e olhando pro túmulo por mais um tempo antes de partir.

Maya ouve um "eu te amo também Peaches" tão forte na mente que ela acha por um segundo que pode ter sido real, que a voz de sua amiga pode ter sido real ao invez de simplesmente sua imaginação.

Assistindo sua amiga ir embora, Riley, em forma de fantasma, tenta limpar as suas lágrimas.

-Eu sinto sua falta também Maya, não gosto de te ver sofrendo assim- a alma da menina cochicha.

-Você tem uma boa alma gemea- um dos fantasmas mais velhos a diz

-eu sei- ela responde, sorrindo- um dia no futuro, espero encontrar ela de novo.

One Shots RilayaOnde histórias criam vida. Descubra agora