─ 006. 𝑂 𝑞𝑢𝑒 𝑠𝑜𝑏𝑟𝑎 𝑛𝑜 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙

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NO PRESENTE...

Karin Uzumaki não estava acostumada a se sentir segura, mas por algum motivo não precisava estar alerta o tempo todo enquanto andava ao lado da estranha e excêntrica menina Uchiha. Durante o caminho tinha descoberto que o nome dela era Ichigo, Karin achou estranho porque normalmente seria um nome masculino, significava primeiro filho, ou simplesmente morango dependendo de como você escreve, mas por algum motivo servia bem para a Uchiha... Era bom de pronunciar.

Ichigo não era comum, ela tinha várias faces e podia ir de uma presença alegre e encantadora para outra sombria e sobrenatural num piscar de olhos. Karin imaginou que isso se dava ao fato dela escutar vozes e ver coisas que não existiam, por muitas vezes a Uzumaki notou que Ichigo falava sozinha ou apenas encarava o vazio como se houvesse alguma coisa ali.

Tendo vivido a vida toda naquela enfermaria decrepita de guerra, Karin não tinha estudado tudo sobre as artes médicas para conhecer muitas condições mentais... Mas se a estranha menina Uchiha não fosse simplesmente louca, então era amaldiçoada e existia uma pequena possibilidade das vozes serem reais, vozes de gente morta, que não anda nas terras dos vivos a muito tempo.

Honestamente Karin não sabia qual das duas opções era menos pior.

Mas o fato dela falar sozinha definitivamente não era a coisa mais estranha, já que toda essa loucura tendia a piorar quando Ichigo estava fraca. Não que a Uchiha tivesse se dado ao trabalho de explicar muito bem, mas ela não funcionava como os humanos normais, raramente ela comia comida descente e saia andando por aí com pequenos cantis cheios de um líquido vermelho, brilhante e viscoso.

Ichigo não fez cerimônia nenhuma nem na primeira vez que Karin perguntou o que diabos era aquilo.

Simplesmente respondeu como se fosse a coisa mais normal do mundo:

Sangue.

De gente.

Ela não sobrevivia sem isso.

E a Uzumaki não tinha certeza se era porque não tinha nenhum lugar melhor para ir, ou porque apesar de ser assustadora, Ichigo ainda a tratava bem na medida do possível... Mas durante a viagem que elas fizeram até sua suposta casa, Karin acabou se acostumando com as estranhices da menina Uchiha.

Ichigo falava sozinha, via coisas onde não tinha nada, bebia sangue humano para se nutrir de ferro, gostava de parar para ver estrelas durante a noite, flertava com caras mais velhos só por diversão, não tinha capacidade de entender nem os sentimentos humanos mais simples e era um prodígio na arte de matar.

Conforme andavam, Ichigo contou sobre seu mestre, explicou o que Karin provavelmente faria nos esconderijos e detalhou algumas poucas coisas que ela deveria fazer para sobreviver a partir de agora. Ela mencionou outros subordinados, falou algo sobre um cara mais velho que se chamava Kabuto — aquele que havia ensinado a maioria das coisas que Ichigo sabe — e sobre um garoto quase da idade delas que se chamava Mitsu — e a única coisa que Karin não entendeu foi o tipo de relação que eles tinham — aparentemente essas eram as duas pessoas que ela mais veria a partir de agora...

(血影) 𝐒𝐀𝐍𝐆𝐔𝐄 𝐄 𝐒𝐎𝐌𝐁𝐑𝐀𝐒 Onde histórias criam vida. Descubra agora