(血影) 𝐒𝐀𝐍𝐆𝐔𝐄 𝐄 𝐒𝐎𝐌𝐁𝐑𝐀𝐒

─ 026. 𝐴 𝑚𝑒𝑛𝑖𝑛𝑎 𝑞𝑢𝑒 𝑒𝑟𝑎 𝑢𝑚 𝑚𝑜𝑛𝑠𝑡𝑟𝑜

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No dia seguinte à morte de Kimimaru, o mestre lendário passou a observar sua filha com mais atenção. Precisava ter certeza de onde exatamente havia errado, e depois de algumas conversas privadas com Ichigo, sobre como ela esteve reagindo à marca demoníaca e a adaptação de Sasuke Uchiha ao mesmo tempo, Orochimaru tinha uma ideia de por onde começar.

Primeiro, ensina-la a controlar o espírito do ceifador para que Ichigo tivesse total domínio das próprias habilidades, isso daria um jeito nessa confiança abalada. E então Orochimaru planejava deixar bem claro para Sasuke que sua Sari Uchiha não existia, ela estava morta a muito tempo.

Após alguns dias de diálogo e planejamento, a nova rotina de Ichigo estava pronta. Sendo quase completamente supervisionada por seu pai, assim como costumava ser na época em que ele a adotou, não tinha como nenhuma coisa sair de controle dessa vez.

— Não sei e não me importo com quem te convenceu de que você é uma garota indefesa, mas você deve me lembrar quem foi a garota que eu criei — Orochimaru dizia atrás dela, enquanto ambos olhavam sua aparência diante de um grande espelho.

Essa não era a primeira vez que o mestre fazia isso, mas ja fazia muito tempo desde a primeira vez que Orochimaru a forçou a se enxergar.

Ichigo ainda via a mesma garotinha de olhos fundos e pele fina como papel.

Ela sabia que sua falta de cor poderia ser facilmente resolvida com alguns goles de sangue, seu corpo só estava fraco pois esteve ocupada com Kimimaru essa semana...

Ocupada com Kimimaru... Ocupada com Sasuke... Ocupada ignorando o ceifador... Ocupada fugindo da presença estranha...

— Me perdoe — Ichigo murmurou ao fitar os olhos de seu mestre pelo espelho. Ela ergueu as próprias mãos, como se tentasse mostrar que não havia nada ali, nenhum poder — Eu não sei como isso aconteceu.

Estava com medo.

— Ichigo... — Ele a repreendeu.

— Me perdoe — Ela repetiu.

E também com vergonha.

Era tudo culpa dela.

— Você sabe, criança — Orochimaru segurou seu queixo e a corrigiu num tom ríspido, que não permitia nenhuma discordância por parte da menina — E também sabe que não quero ouvir desculpas; Eu te dei a missão de dominar a marca demoníaca porque você queria se sentir viva... Mas tudo que você fez desde então foi fugir e se esconder.

As mãos de Ichigo tremeram, estava com medo de novo e seu pai podia enxergar isso em seus olhos brilhantes.

— Não tenho poder para domina-lo, eu não sou como os outros — Ela chiou frustrada, piscando os olhos com força antes que lacrimejassem — Ele vai acabar me matando.

De fato, ela não tinha nenhum poder próprio, era tudo emprestado, tudo roubado. Não era digna de nada que chamava de seu... Que tipo de ninja pode se considerar poderoso enquanto depende de recursos infinitos apenas para se manter respirando?!