Avião-juju sendo coagido a escrever mais

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Isso aí vocês venceram!! Estão felizes? Ótimo.
É bom que lambam os beiços porque estão saindo mais 3 capítulos depois desse~

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A tradição manda que a noiva seja carregada em um carro e não encoste os pés no chão até chegar ao altar, para dar sorte à união. No caso de Shang Qinghua, o ombro do noivo fazia as vezes de veículo, enquanto ele entrava novamente no salão, balançando no ritmo dos passos apressados que se encaminhavam ao altar. Não que, tecnicamente, ele não já tivesse posto os pés no local da cerimônia antes, mas naquela hora não estava valendo, ok? Assim que foi despejado em cima do assento preparado para ele no meio da festa, finalmente pode notar os rostos dos convidados. Todos demônios com cara de dor de barriga. Seria uma noite e tanto! No meio do desespero, um único par de rostos conhecidos chamou a atenção, para os quais Avião dirigiu um pequeno sorriso desconcertado. Pepino-ge, que bom contar com sua ilustre e confusa presença! Todos estamos surpresos aqui, não se sinta solitário. Favor controle os ânimos do discípulo ao lado antes que ele arranque minha cabeça sem me contar o motivo, obrigado.

Havia um pequeno fato curioso sobre a coisa toda: Avião subindo na direção dos céus nunca havia escrito uma cerimônia de casamento na vida. Sim, ele tinha feito um livro cujo número de esposas do protagonista estava nos três dígitos, mas vamos ser francos aqui, se tivesse que escrever uma festa para cada uma delas, o livro ficaria deveras repetitivo e leitores querem mesmo saber é de novidade. Nunca também havia estado em um casamento de verdade, por ter sido um nerd sem amigos 3D na outra vida, tenho certeza que você me entende. Por consequência, assim que encarou o homem ao lado e sua expressão solene de quem estava fazendo algo muito sério, simplesmente não sabia o que fazer. Quer dizer, ele tinha uma ideia geral do que deveria ser feito, mas a parte prática lhe faltava, por isso sua estratégia foi imitar cada um dos passos feitos por Mobei-Jun, torcendo para que a única coisa diferentona em um casamento no reino do gelo fosse a decoração e roupas azuis e ele não precisasse terminar o dia tendo que caçar um cervo mágico em cima de uma montanha aleatória para provar seu valor ao clã, ou nada parecido. 

No meio de seus pensamentos, Mobei-Jun lhe estendeu um copo e Shang Qinghua levantou as duas mãos para pegá-lo, antes de ser impedido pela expressão facial de pura fúria. Um segundo de confusão se passou até Mobei-Jun olhar para a mesa, onde outro copo exatamente igual o aguardava. Ah verdade, eles deveriam beber com braços entrelaçados, bem lembrado. Com um sorriso manso frente a aura demoníaca que emanava do noivo, aproximou o rosto do dele e deu um grande gole no líquido tão gelado e amargo que precisou fazer força para que seguisse o caminho certo do corpo em vez de voltar direto para a cara do Rei dos demônios do gelo na frente de todo mundo. Aparentemente não era só o azul! Pensou enquanto lutava contra uma careta. 

Finalmente a coisa toda dos votos e formalidades complicadas terminou e agora era hora dos convidados lhes darem as felicitações. Um por um, os demônios mais assustadores que aquele mundo poderia conter foram se apresentar, todos dirigindo um olhar solene ao anfitrião número um e de completo escárnio ao anfitrião número dois. Mas mesmo assim, as palavras que saiam da boca deles eram doces e mansas, incapazes de peitar Mobei-Jun. Em algum ponto, Shang Qinghua começou a se divertir com isso ao invés de ter medo e, em um movimento muito bem calculado, segurou a mão do Rei por cima da mesa apenas para ver a reação de ódio do demônio do pântano prostrado de joelhos à frente. 

Foi então que chegou a vez do convidado mais esperado da noite, sua criação mais imponente, O protagonista. Houve um momento de silêncio em que todos o encararam ansiosos e confusos pelo meio-demônio não se prestar a sair do lugar. Sentindo-se subitamente frustrado, Shang Qinghua já ia desistir de ouvir alguma palavra de felicitação, quando a voz assertiva de Binghe ecoou pelo salão:

Sem CerimôniasOnde histórias criam vida. Descubra agora