Avião-juju usando o recurso do diálogo para movimentar a fic

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Quero muito agradecer a todos os comentários carinhosos que tenho recebido! Vocês são top!

O título deste capitulo é uma referência a um comentário a lá Pepino-ge, "quero ditar o que você vai escrever", que recebi uma vez e até hoje morro de rir.
Quote: "no próximo capítulo voce deve usar o recurso do diálogo para movimentar a fic" - era uma história sem diálogos e sem descrição de ações diretas...

Me senti o próprio Avião e, como hoje teremos o circo pegando fogo, fica pertinente.

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Ainda era cedo demais quando o sol voltou a brilhar no horizonte, mas Shang Qinghua se levantou mesmo assim. Tinha bastante coisa na cabeça, devido à viagem relâmpago, mas não era apenas isso que o havia feito observar a curtíssima noite chegar e ir embora. Dormir nunca havia sido seu ponto forte na outra vida, quando dedicava grande parte da madrugada para a escrita, e estava começando a considerar fazer o mesmo desde que começou o novo livro, pois era nesse período que as ideias mais corriam soltas por sua cabeça. 

Observou por um tempo a beleza do homem ao lado, invejando a dignidade com que Mobei-Jun dormia, como uma divindade, sem nem babar um pouquinho nos lençóis, depois sentou-se devagar, antes de soltar um suspiro derrotado pela própria insônia. 

Pensando bem, isso não tinha ficado pior nos últimos meses? Houve um momento, inclusive, que pensou ter se livrado do problema enquanto ocupava o posto de lorde do Pico An Ding, mas aqui estava ele novamente incapaz de pregar o olho. Talvez a vida de empregada doméstica tivesse alguma utilidade e o excesso de tempo livre de agora o estivesse mesmo afetando negativamente.

No fim das contas, resolveu dar de ombros. Tinha coisas mais importantes para se preocupar no momento. Pôs-se de pé e espreguiçou-se com os braços para cima, cuidando para não fazer barulho ao seguir para a antessala, onde estava tudo o que havia separado para partir: roupas de Mobei-Jun, para a viagem e para se apresentar em Cang Qiong; sapatos de Mobei-Jun, um par era suficiente; acessórios de Mobei-Jun, principalmente a pequena bolsa de dinheiro; um pente de madeira escura que Mobei-Jun gostava de usar fora de casa; o pote quase vazio de lubrificante… o casaco de pele de Mobei-Jun era importante, pois mesmo na estação mais quente, não se podia garantir que não pegariam uma geada pelo caminho.

Shang Qinghua demorou alguns segundos, também, encarando a ironia de se vestir novamente como um lorde do pico, depois de tanto tempo foragido. Tinha quase certeza que seriam postos para fora da montanha na base da violência.

Por falar em violência, onde estava sua espada? Dando uma olhada por cima, não podia localizá-la em lugar nenhum e sua cultivação era ruim o suficiente para não ser capaz de chamá-la. Revirou algumas estantes e finalmente pôs as mãos na cintura, tentando não entrar em pânico pelo pouco tempo que tinha para encontrar seu principal meio de transporte. Será que Mobei-Jun iria lhe bater muito caso dissesse que não poderiam viajar pois havia perdido a espada? Provavelmente sim. Xingou mentalmente e se enrolou em um manto, ignorando o fato de que estava basicamente pelado, para ir até a própria sala.

Também não estava lá.

Fechou os olhos, recapitulando o dia anterior. Tinha certeza de que tinha levado a espada para o encontro com Pepino, eles discutiram sobre o pequeno livro, então Luo Binghe chegou e os levou para o jantar… Era isso! Voar na espada para bisbilhotar havia se tornado um hábito tão intrínseco que Avião já nem prestava mais atenção nos detalhes. Por isso, quando Mobei-Jun descobriu sua localização, a arma caiu do lado de fora e, considerando que ninguém dava muita importância para as coisas do marido humano do Rei, ela certamente ainda estaria lá! 

Sem CerimôniasOnde histórias criam vida. Descubra agora