CAPÍTULO 4 - Precisamos impedi-lo

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- Coronel! – gritou Vincent, com sua voz arrastada, do outro lado da linha.

- O que houve?! – Shepherd perguntou.

- É Bianchini, irmão de Donatti. Está desaparecido.

- Acalme-se! Iremos enviar viaturas em busca de seu amigo.

Instantes depois, o coronel já estava telefonando para os oficiais do departamento de polícia, solicitando homens para partirem à procura de Bianchini. Pediu-lhes que procurassem nos diversos galpões abandonados da região.

O telefone do departamento tocou cerca de cinquenta minutos após o coronel ter aberto o chamado.

- Sim? – disse ele.

- Alguém discou anonimamente para a esposa de Donatti agora há pouco, chefe. Segundo Laurel, estão querendo chantageá-la em troca da liberdade do cunhado, Bianchini. Eles irão matá-lo, caso a família não conceda a grana. Prometeram fazer o mesmo que fizeram com Donatti.

- Quê?! Como assim? Obrigado, Jeff! Tentaremos rastrear de onde a ligação foi realizada.

Porém, foram infrutíferas as tentativas de identificação do local de onde havia sido feita a ligação.

- Droga! – exclamou o coronel. – Precisamos agir depressa.

Kyle ria do coronel.

- Que foi? – perguntou Shepherd.

- Senhor, não acha que estamos sendo um pouquinho tolos?

- Por que diz isso?

- Bem, o que alguém ganharia telefonando para Vincent, avisando-o do sequestro, se boa parte das posses da família está com Laurel? Você mesmo ouviu o que disse Jeff, na linha. Ligaram para Laurel somente após René Vincent ter nos telefonado. O que podemos deduzir disso tudo?

- Desgraçado! – exclamou Shepherd. – Precisamos impedi-lo.

***

O coronel já estava arrombando a porta principal do duplex de Vincent, segurando o revólver firmemente nas mãos. Kyle permanecera na sala do departamento da polícia, correndo os olhos pelos nomes dos suspeitos e as anotações.

Frederico Bianchini

René Vincent

Laurel Walsh

Clair Walsh

Kyle estava intrigado com os nomes. Algo naqueles nomes, ou pelo menos alguns deles, lhe era familiar.

Shepherd caminhava pelo longo corredor do hall de entrada da residência de René, atento para qualquer ruído que surgisse, a fim de evitar ser surpreendido pelo criminoso.

Bianchini... raciocinava Kyle. Onde foi que vi esse nome?

O coronel abriu bruscamente a porta do banheiro do duplex, desferindo um pontapé.

Nada havia ali.

Vincent...

Chegando na suíte, Shepherd notou mais duas portas: uma levava ao banheiro e a outra a um quarto adjacente. Dirigiu-se para a porta que dava para o quarto.

Encontrou, parado ali, de costas e agachado, René Vincent. Arrumava apressadamente algumas malas, espremendo uma enorme quantidade de roupas dentro de uma das que já estavam abarrotadas.

- Parado! – disse o coronel. – Coloque suas mãos para o alto!

Walsh...

Alguma coisa era ainda mais curiosa para Kyle com relação a esse nome, em comparação aos outros que acabara de analisar.

Walsh...

Walsh...

Vamos, o que há de errado com este nome?!, pensou Kyle.

O inspetor circulou o nome várias vezes com a caneta, de modo obsessivo.

De repente, a verdade sobre o nome lhe veio à mente, o que deixou o inspetor atônito.

Walsh é um dos anagramas de Shawl!

Shawl, a família inglesa que possuía uma rixa com os Donatti...

Kyle pegou o celular e discou para o coronel.


Um Crime em ChicagoOnde histórias criam vida. Descubra agora