Capítulo 1 - Começo

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"De-me mais um copo dê whisky pois dessa vida não espero mais nada".

Finalmente dei as caras no meu clube, já faz meses que não venho nesse lugar. Viajei a negócios e tirei alguns meses de férias e quem cuidou de tudo enquanto estive ausente foi o Derek. Ele é meu melhor amigo desde a faculdade, ele quem teve a brilhante ideia de comprar um clube de strippers, o que foi bom, ganhamos bastante dinheiro e somos o clube bem mais visitado de Las Vegas.

Me chamo Alex Lancellotti. Sim, Lancellotti, bendito nome herdado pela minha família. Tenho trinta e quatro anos. Detesto apresentações!

Eu contratei mais três mulheres, Chiara a que está dançando. — Uma mulher loira dos olhos castanhos, com um corpo maravilhoso dançava no palco com uma lingerie sensual, os caras estavam babando nela e ela parecia estar se divertindo a cada vez que eles jogavam notas de cem no palco. — Natalie que se apresentará logo em seguida e Carla. Elas são divinas irmão, tenho certeza que elas serão as mais cobiçadas daqui.

Compramos o clube com dezenove anos e naquele momento parecia uma boa ideia. Hoje não frequentamos o lugar com tanta frequência, ainda ganhamos bem com isso mas também temos outras formas melhores de ganhar dinheiro. Já até criamos a hipótese de fechar o clube mas isso seria um erro, já que os empresários mais bem sucedidos e provavelmente casados gastam altas quantias de dinheiro aqui.

— Como sempre perdendo seu tempo cuidando do clube, irmão! — Falei acenando para o garçom trazer uma dose de whisky.

— Você viajou e não tive nada demais para fazer, a empresa está indo bem então o que me restou foi o clube. — Derek fala. — Afinal como foi a viagem? — Perguntou.

— Incrível tirando o fato da Amber ter ficado metade do meu tempo perguntando quando iremos nos casar. — Falei. Amber é uma mulher que estou ficando no momento, ela é bonita e certamente atraente. Bem, nos encaixamos só na cama mas ela insiste que temos que nós casar, mas eu ainda não estou louco para entrar nessa roubada afinal não temos nada sério.

— Olha meu irmão, ainda da tempo de cair fora. — Derek fala e logo o garçom chega com o meu whisky. — Eu não entendo o porquê dessas mulheres serem tão obcecadas por casamento.

— Casar nem sempre é um mar de rosas. — Falei como se eu já tivesse tal experiência. Dei um gole na minha dose de whisky.

Chiara saiu do palco colocando algumas notas no peito e em seguida anunciaram a stripper que irá dançar. Não posso negar que o Derek realmente teve um bom gosto.

A mulher completamente atraente que entrou no palco estava com uma lingerie vermelha, por sinal minha cor favorita. Seus olhos eram azuis e sobre o seu corpo não havia palavras para descrevê-lo. Seus cabelos eram longos e pretos, sua boca rosada, e seu jeito totalmente delicado me fizeram ficar perdido. Eu a encarei ignorando completamente o que o Derek falava comigo.

Ela era familiar e muito, eu recordava muito bem aqueles olhos e inclusive aquela boca.

— Você está prestando atenção? — Derek pergunta parecendo uma criança zangada.

— Quem é aquela mulher? — Perguntei.

— Natalie, a que eu contratei. — Ele estava faltando babar. — Divina não é mesmo, gostar de mulher é uma dádiva. — Eu ri.

Ela dançava sensualmente e por deus, que mulher era aquela. Nossos olhares se cruzarem e eu lembrei de onde havia conhecido e infelizmente não foi na minha cama.

— Estava pensando em fazer uma festa de halloween, o que acha? — Derek pergunta.

— Aqui? — Perguntei.

— Sim, podemos lotar esse lugar e ainda tiramos uma boa grana. — Fala.

— É uma boa ideia, faz tempo que não damos uma festa aqui. — Falei.

— Podemos fazer igual nos velhos tempos, eu sinto falta. — Derek fala.

— Ah por deus, não somos mais adolescentes. — Falei.

— A questão não é essa e sim a forma de como nos divertíamos para caralho. — Fala.

— Eu não estou mais na idade. — Falei e Derek por um momento quase me matou.

— Vai se fuder Alex, você só tem trinta e quatro anos e fica falando como se estivesse na faixa dos sessenta. — Eu ri. Derek sempre foi festeiro e no começo dos meus vinte anos eu conseguia acompanhar, mas hoje não.

Natalie terminou seu striptease e os caras que estavam ali foram a loucura, nunca vi o palco tão cheio de dinheiro, ela certamente nos traria uma boa grana.

— Onde fica o camarim dessa Natalie? — Perguntei.

— Surgiu interesse? — Ele riu. — Matteo quer que ela vire strip pessoal dele, então aproveite enquanto há tempo. É o quarto camarim dei um dos melhores para ela. — Piscou sacana. Derek era realmente uma piriguete.

Fui até o quarto camarim e por maldita sorte a porta estava aberta. Matteo falava alguma coisa para ela que ria enquanto penteava aquele cabelo completamente brilhoso.

— Licença. — Falei.

— Alex, não sabia que havia voltado de viagem. — Matteo fala me cumprimentando.

— Voltei recentemente e resolvi dar minhas caras por aqui. — Falei.

— Ótimo, o clube não é a mesma coisa sem você. — Seu celular começou a tocar e ele logo saiu para atender. Outra vez a maldita sorte agindo ao meu favor.

— Alex Lancellotti. — Falei me aproximando e estendendo a mão.

— Natalie Perez. — Fala colocando a escova na penteadeira e sorrindo meiga. Ela apertou minha mão suavemente e sorriu ao olhar nos meus olhos. — Não acredito que é você.

— Tem idade para estar na minha boate? — Brinquei.

— Não sabia que você era cafetão. — Riu debochada.

— Não respondeu minha pergunta. — Fingi estar sério.

— Já tenho vinte e dois anos, serve? — Perguntou completamente debochada.

— Não imaginei que fôssemos nós encontrar depois daquele dia. — Falei.

— Eu imaginei que nunca mais fôssemos nos ver. Mas eu marquei o seu rosto, um homem como você é impossível de esquecer. — Fala. Essa garota é completamente abusada. Por dentro eu fiquei feliz em saber que sou "impossível de esquecer" — Sabe, sotaque italiano é o meu favorito. — Piscou com um sorriso nos lábios.

— Também não imaginei, mas olha que tamanha ironia do destino não é mesmo. — Rimos.

— Eu preciso me trocar mas quem sabe outra hora conversamos? — Fala se levantando. — Vou estar sempre por aqui agora! — Ela beijou minha bochecha levemente e saiu pegando sua bolsa.

Por deus, que mulher era aquela?

Maldito DesejoOnde histórias criam vida. Descubra agora