Confused

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Ponto de vista da Dinah:

-Eu tenho um mandado por escrito, e aqui diz com todas as letras que você não pode desligar os equipamentos dela até que isso seja uma decisão feita pela esposa dela.  

Estava parada já fazia mais de uma hora no mesmo local, olhando pro mesmo médico e tentando convencer ele de que caso ele negasse teria uma bela de uma complicação para o lado dele juntamente com a justiça. Pequenas vantagens de ser policial.  

-Dinah! Temos um problema. - Escutei a voz doce de Ally soar em meus ouvidos o que me fez olhar prontamente para ela, que não dispunha de uma cara muito boa no momento. -Camila parece estar tendo complicações, ela está se debatendo na cama e eu não tenho força o suficiente para tirar a Sinu do quarto! Eu preciso urgentemente que ela saia para que possamos começar a fazer os procedimentos nela, por favor, me ajude.  

Corri o mais rápido que pude até parar diante o quarto 483, eu podia ouvir de longe os gritos que deduzi ser de Sinu. Lauren ainda não estava lá. Andei em direção a mulher loura em minha frente, agarrei sua cintura e arrastei ela -enquanto a mesma se debatia em meus braços- para fora do quarto que logo em seguida foi fechado para que uma dúzia de médicos começasse a trabalhar em cima da minha pequena.  

-Sinu... sou eu a Dinah, eu estou aqui com você, vai ficar tudo bem com a Mila. Sabemos o quanto ela é forte, o quanto ela lutou para sobreviver até hoje, sei que ela não morreria tão fácil assim, mesmo se quisesse. Então por favor, fique calma que agora mais do que nunca ela precisa de você e eu preciso encontrar a Lauren. - Respirei fundo e senti um aperto no meu ombro, levantei o olhar para encontrar os olhos que eu mais precisava no momento. Normani.  

-Pode ir atrás da Lauren, eu fico com a Sinu, não se preocupe. - Recebi um selinho rápido da mesma após ouvir aquelas palavras.  

-Obrigada, eu não demoro. Me ligue qualquer coisa.  

Tive tempo o suficiente para correr atrás do meu chefe de segurança e escutar algumas coisas que não seriam as melhores para o momento.  

-Lauren supostamente foi sequestrada, somente não sabemos ainda por quem, ou o porquê.

Ponto de vista da Lauren:

Era como ser atingida por uma bola de basquete, sabe? Essa dor toda. Era como se uma bola de basquete tivesse acertado minha cara com toda a força possível bem do lado direito, onde agora latejava de uma forma insuportável. Fui abrindo meus olhos devagar, tentando me acostumar com a luz do ambiente, e aos poucos eu pude finalmente conseguir ver alguma coisa. Era bem clichê até, digo, era como todos os outros lugares que te levam nos filmes quando você é sequestrada, eu achei que meu sequestrador teria um pouco mais de criatividade afinal, porém, mais uma vez eu estava enganada e não conseguia pensar muito bem pelo fato de que aquele lugar tinha um cheiro horrível.  

É engraçado a forma como aquilo aconteceu. Logo no instante em que eu estava prestes a me matar, não acharia nem um pouco engraçado se fosse somente mais uma brincadeira das meninas para me assustar, para nunca mais fazer nada igual novamente. E se fosse mesmo isso, eu iria acabar com cada uma delas. Mas eu seria compreensível e tentaria não machucar tanto elas assim. 

-Finalmente você acordou filha, nós precisamos conversar... 

Levantei meu olhar no mesmo momento em que o choque se instalou em meu corpo, no mesmo momento em que ouvi aquelas palavras e tudo parecia mais confuso ainda do que já era.  

-Pai? Porque diabos você me deu um soco e me prendeu nessa cadeira? Eu não vou me matar. 

-Quem disse que eu me importo se você vai se matar ou não Lauren? - Respirou fundo e puxou uma cadeira para se sentar em minha frente - Filha, de qualquer forma você estará morta daqui algumas horas e não vai ter ninguém que vá poder te ajudar. Então fica quieta e responda todas as minhas perguntas, que ai eu posso pensar se deixo você viver por um pouco mais de tempo ou não, mas pense bem, se você morrer logo... mais rápido estará do lado da mulher que você diz amar, certo? Ou você acha mesmo que a Camila somente escorregou daquela escada a cinco meses atrás?  

Escutei sua risada ecoar em meus ouvidos e uma lágrima solitária escorrer pelo meu rosto, eu não tinha mais forças para chorar, e não podia simplesmente gastar as últimas forças que eu tinha para chorar na frente dele. Eu só não entendo o porquê disso, o porquê dele estar assim... 

-Pai, você está drogado? Bêbado? Está mesmo falando coisa com coisa? - Respirei fundo e tentei andar um pouco com a cadeira para perto dele, mas pela minha movimentação espontânea ele sacou uma arma que carregava do lado esquerdo da cintura e apontou para mim, ele tinha o dedo no gatilho, ele não era meu pai.  

-Porque você fez isso comigo filha? Porque você se tornou uma lésbica nojenta? Mesmo depois de tudo o que eu fiz para você, depois de tudo o que eu te ensinei, tudo o que eu te dei, os garotos que te apresentei. Porque? - Ele me olhou, seus olhos agora tinham lágrimas se formando, ele tremia o suficiente para errar o tiro, mas continuava a apontar a arma para minha testa -Eu sei que fui um pai bom, mas sua mãe ficou louca depois que você foi embora, ela começou a te apoiar e fazia viagens constantes até aqui para ver como você estava, e quando eu comecei a ameaçar ela e os garotos por estarem do teu lado nesta loucura, ela me deixou e levou o Chris e a Taylor com ela.  

-Por favor fique calmo, não tem nada de errado no que eu estou fazendo, eu só estou amando, amando ela. - Senti um tapa estalado no meu rosto e eu fechei os olhos sentindo um gosto estranho na minha boca, o que deduzi que seria sangue.  

-Cale a boca e fique ai, daqui a pouco eu estou de volta e talvez seja a última vez que você veja algo antes de morrer, então aproveite.  

Meu pai estava enlouquecendo, deixando que o preconceito tomasse sua cabeça e o certo e o errado que meus avós ensinaram para ele prevalecesse diante da felicidade de sua filha ao lado de uma mulher. Eu não estava o reconhecendo, ela tinha um olhar vazio, como se ele não tivesse mais nada a perder, como se nada importasse para ele. Era como se eu tivesse feito ele me odiar por uma coisa tão imperdoável que ela faria o possível e o impossível para me ter morta na frente dele.  

Eu não acho que meu pai me mataria, mas acho que ele me faria sofrer.

A/N: Heeeeeey! Sim, eu sei que eu demorei para postar, mas não sabia o que escrever neste capítulo, porém, queria dar uma notícia boa para vocês. Estarei logo mais começando a postar uma fanfic Lauren/You que se chamará Recording. Alguém ai gosta deste tipo de fanfic? Me digam nos comentários ai em baixo. Até o próximo capítulo e qualquer coisa me chamem no meu twitter: @tofeelcamren

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