Prólogo

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Atenção: Essa história não contém cenas HOT. É um livro cristão.

Eu fazia o plié, flexionando os joelhos suavemente. A leveza nos movimentos, a delicadeza em cada passo, foram o que me levaram a amar o ballet desde muito nova; era como flutuar, viajar para outro lugar enquanto meu corpo falava com o mundo à volta.

Maddy me cutucou, apontando para a porta do estúdio, sorrindo. Olhei para a frente, contemplando o amor da minha vida segurando um buquê de rosas vermelhas.

Corri para os seus braços. Estávamos completando quatro anos de casamento, e eu me sentia radiante. Havia chegado a hora de ter filhos, de acordo com minha lista. Eu fazia listas para tudo e esse momento já estava muito bem planejado.

— A gente se vê amanhã, pessoal.— Mandei um beijo no ar. Frank e Madeline me olharam, sorrindo, já sabendo o porquê de eu estar indo.

Só estávamos nós três naquele sábado. Professora Lefévre tinha liberado a academia pra nós. Ela sempre liberava para todos os seus bailarinos. Pelo menos nos manteríamos "permanentemente aquecidos", era o que ela dizia.

Coloquei meu vestido que já estava por ali, por cima do collant. Tirei as sapatilhas e coloquei o salto.

Dei a mão para Vincent e saímos pelas ruas de Paris.

— Quer escolher um lugar para irmos?— Ele sorriu, me beijando.

— Sim... Para nossa casa.— Pisquei.

— Mas você não quer ir pra outro lugar mesmo?— Perguntou, parecendo não compreender minha piscadela.

— Vincent, você esqueceu... Nós conversamos sobre isso desde o início! Quatro anos de casamento e teríamos filhos. Estava tudo na lista " Casamento" e você tem essa lista.

— Ah, claro, filhos... Como eu pude me esquecer?— Ele coçou a cabeça.— Desculpa.— Me abraçou, beijando meu rosto. Eu sabia o porquê de não lembrar. Vincent não gostava muito de crianças, ter filhos não era uma ideia muito atrativa, mas depois de longas conversas ele havia concordado com isso.

— Estou no período fértil, temos seis dias para tentar.

— Claro, claro...— Deu um pequeno sorriso, mas parecia desconfortável, não por conta da conversa, mas fisicamente desconfortável.

— O que foi?— Perguntei.

— Nada...—  Apenas sorriu novamente. Talvez eu estivesse vendo coisas.

Entramos em casa, coloquei a flores em cima da mesa. Vince fechou a porta atrás de si e eu caminhei até ele, que colocou as mãos em minha cintura, olhando em meus olhos. Estava um tanto pálido.

— Tem certeza de que está bem?— Ele assentiu, sorrindo.

Essa foi a deixa para que eu colasse nossos corpos, fazendo uma trilha de beijos por seu pescoço, abrindo os botões da camisa social que ele vestia.

— Lou...— Disse, com a voz estrangulada.— Lou, não dá...— Olhei para o seu rosto, que agora tinha um semblante de puro horror.

— O que foi, Vincent?— Perguntei, assustada.

— Tá doendo...— Ele suava. Podia ver as veias saltando de seu rosto, vermelho feito pimenta.

— Doendo o quê?— Me apavorei. Estava confusa, sem saber o que fazer.

— Lá em baixo... Pega o carro e chama alguém pra te ajudar, porque eu vou desmaiar...— Foi dizer isso que o homem caiu no chão, completamente desacordado.

Quando Cristo é o AutorOnde histórias criam vida. Descubra agora