7 1 0
                                    

Olhei para a janela daquele silencioso carro e vi. Aquela escola era enorme, todos usavam os mesmos uniformes e a maioria das meninas eram iguais, não havia uma única diferença entre elas. Isso era uma ideia maluca.

- Não faz isso comigo, por favor- me virei para a mulher que sentava ao meu lado.

- Minha filha, eu sinto muito, mas esse é o melhor.- e era assim que meus pais iriam me largar em um colégio interno. Minha mãe coloca sua mão em meu ombro que logo é tirado por mim.- O mínimo que você poderia fazer era colocar um sorriso na cara e respeitar as pessoas... Só te peço isso.

Balancei a cabeça inconformada com sua atitude. Eu não aguentaria dois segundos dentro dessa escolas com esse meninos e meninas metidas e ricas.

Motorista estacionou o carro exatamente na frente da escola o que fez todos olharem para as duas mulheres que saíram de lá. Eu odiava ser vista pelas pessoas, queria ficar apagada.

Vi os cochichos e automaticamente me senti muito insegura com essa situação toda. Minha mãe colocou sua seu braço em meus ombros e me olhou me dizendo "vai ficar tudo bem" apenas com seu olhar.

Atrás de nós vinham nosso motorista com minhas malas. Eu nem precisava de muita coisa, aqui somos obrigados a vestir esse uniforme ridículo todos os dias. Única exceção seria no final de semana mas eu iria aproveitá-lo dentro do meu quarto de pijama.

Logo que entramos um homem baixo e com um terno que parecia custar o meu rim venho falar conosco. O que me incomodou a partir do momento que ele se dirigiu para mim com um olhar controlador.

- Bem vindos, Sra. Kim e Srta. Kim- Ele fez uma referência com um sorriso assustador.- Me acompanhem.

Seguimos pelos corredores até chegarmos em uma sala incrivelmente grande. A primeira coisa que me chamou atenção foram as fotos penduradas na parede, fotos de vários alunos, pareciam antigas e todos pareciam muito felizes, o que me surpreendeu.

- Sentem-se por favor.- diz puxando as cadeiras em frente a sua mesa.

- Hana, seus boletins são impecáveis porém seu histórico em relação ao comportamento não são os melhores.

- Hana não se orgulha disso, né?- minha mãe bate na minha perna para que eu concordasse porém continuei calada.

- Espero que essa escola te ensine respeito, educação e disciplina.- assim que o diretor diz, cujo seu nome estava escrito na mesa, Kim Jiwon, minha mãe abre um sorriso.- Bem vindos a Redhouse academy.

- Muito obrigada.- minha mãe aperta as mãos com o diretor e logo o mesmo me entrega aquele uniforme ridículo.

- Nossa secretaria Sra. Boo irá mostrar o seu quarto. Que ficará na ala das mulheres, então já confortando os pais, o dormitório dos meninos ficam em outro prédio.- Sr. Kim sorri de um jeito incrivelmente constrangedor.

Me despedi da minha mãe com uma cara não muito feliz e fui conhecer meu dormitório com as minhas malas.

Meu quarto era um dos primeiros daquele corredor enorme. Quando entrei vi uma menina sentada na cama mexendo no celular, e foi aí que lembrei que ninguém havia pedido o meu celular, achei que colégio interno não pudesse usar celular. Logo depois vi que o quarto estava todo decorado com coisas rosas o que com certeza não me agradou.

- Oi! Sou a Minji- ela se levanta rapidamente da cama e vem em minha direção com uma expressão alegre e animada.- Você é...?

- Hana.- digo sem mostrar nenhuma reação.

- Então seremos colegas de quarto... Bem vinda!- a alegria dela me irritava.

- Minha cama?- pergunto olhando para as duas camas que haviam lá, e as duas estavam extremamente bagunçadas.

- Eu sempre troco de cama, então escolhe qualquer uma.

- Ah!

Escolho a cama que parecia menos rosa e que parecia ser um pouco maior.

- Pode usar celular aqui?- pergunto sem querer puxar assunto apenas por curiosidade.

- Só nos finais de semana. Já que hoje é domingo, eles irão recolher daqui a pouco. - Minji continuava com o sorriso de orelha a orelha.

- Você é coreana?- Ela ficou me encarando por um tempo e logo depois me perguntou.

- Não. Nasci no Brasil.- Não estava afim de conversar com ela.

- Seu nome é coreano.

- É, minha mãe é coreana e meu pai era brasileiro.- respondi e logo depois abri a porta do quarto.

- Onde você vai?

- Andar.- respondi e sai do quarto o mais rápido possível.

Paradise Onde histórias criam vida. Descubra agora