WE ARE THE PARTY PEOPLE

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- Suas festas sempre são demais – Carla disse, sorrindo.
Se tem uma coisa pela qual eu sou conhecida em Las Encinas, é por minhas incríveis festas. As pessoas torcem para receber um convite de minhas mãos e se sentem importantes quando isso acontece. Ser uma anfitriã incrível tornou-se uma das minhas melhores qualidades.
Toda vez que meus pais viajam a negócios, o trabalho aqui em casa começa, impressão de convites, decoração, a roupa ideal, bebidas, música, tudo é muito bem pensado para que seja um sucesso. E sempre é.
As pessoas estavam eufóricas, alguns pularam na piscina sem nem tirar a roupa, muitos banheiros estavam trancados, provavelmente com casais dentro, as pessoas pulavam como se a vida dependesse disso, a bebida e as drogas rolavam soltas. E eu acompanhava tudo com a minha Gim tônica.
- Oi, coração – Guzman disse enquanto me abraçava por traz – Por que você não dança comigo? – Ele deu alguns passos e estendeu a mão para mim. Deixei que ele me conduzisse para onde a música tocava cada vez mais alta.
Em um piscar de olhos, tornei-me a pessoa que pulava como se a vida dependesse disso, é tão bom se permitir curtir ao lado dos amigos, eu mereço um pouco de loucura na minha própria festa, Guzman e eu dançávamos tão colados que parecíamos pertencer ao mesmo espaço, Polo pulava enquanto tirava sua camisa, Carla enchia seu copo pela nona vez, Ander e Valério buscavam mais daquele famoso pó branco.
Nós definitivamente pertencemos a esse tipo de vida.
De repente as luzes se acenderam, as pessoas que até então eram movidas a euforia travaram, a música parou, assim como os gritos e a falação. Meus pais estavam parados em frente a toda a festa, o olhar deles mostrava cansaço e raiva.
- Todos fora. Valério e Lucrécia, já para o meu escritório! – Meu pai disse, e todos, inclusive eu e Valério, obedecemos.
Meu pai sentou-se na grande cadeira atrás de sua mesa, encarando Valério de forma furiosa, eu estava sentada em outra cadeira, tentando não dizer nada que piorasse a situação, enquanto Valério ficou em pé apoiado na porta, segurando seu copo de bebida, mostrando que não estava nem aí para a situação.
- Vou pular todos os discursos, eu estou cansado, gostaria de chegar em minha casa de forma tranquila e poder dormir... – Nosso pai começou.
- Você iria poder fazer tudo isso, mas resolveu adiantar a volta de sua viagem – Valério o interrompeu.
Por que ele estava fazendo isso? A ideia da festa foi toda minha?
- Você é uma vergonha para essa família, e ainda influencia a Lucrécia negativamente.
Eu deveria dizer algo.
O que poderia fazer para ajudar?
Meu Deus, Lucrécia! Você sempre sabe o que fazer!
- Eu ainda vou pensar em um castigo merecido – Ele disse para Valério, que apenas estendeu o copo de sua bebida para ele.
Eu quis rir, mas me segurei ao máximo. Eu fracassei, não pude cuidar de meu próprio problema. Saímos do escritório de nosso pai, porém seguimos para lados opostos da casa, Valério não disse uma palavra, e eu também não tive coragem de perguntar o porquê me defendeu.
Meu celular começou a tocar, era o Guzman.
- Olá – Atendi a ligação.
- Ei, Lu – Ele diz, com sua voz tranquila – Muito encrencada?
- Na verdade, não – Eu respondi, ainda surpresa com toda a situação – Valério levou a culpa por mim.
- Nossa, você tem um irmão e tanto.
- Pois é – Respondi, joguei-me em minha cama e tentei entender tudo o que havia acontecido nessa noite.

Lu & Valerio (one shots)Onde histórias criam vida. Descubra agora