Boa Memória | GiRafa

Deixa

Voltei, voltei. Não vou enrolar aqui hoje.

Boa leitura. Ignorem erros ortográficos e possível falta de concordância. Música do capítulo: Deixa - Lagum feat. Ana Gabriela

No capítulo anterior...

— Amiga, eu não sou uma pessoa de conversar. — Kalimann a interrompeu mais uma vez — Não sou essa pessoa, eu não tenho saco pra conversar. Acho que na conversa a gente fala tudo que a gente quer, é nas atitudes que a gente mostra quem a gente é. Pra conversar a gente fala tudo que a gente quer, o que convém... Eu sentei pra conversar com a Mari, adiantou?

— Mas é diferente a relação que você tinha com a Gizelly.

— Eu tenho uma relação com a Gizelly. — disse dando ênfase ao "tenho".

— Então, é diferente.

— Se ela me chamar pra conversar, beleza, eu vou conversar, vou escutar o que ela tem pra me falar, mas eu não vou chamar. Cê sabe. — pausou — Eu gosto demais da conta dela, não esperava isso e não gosto que falem dessa forma.

— Eu sei, amiga.

— Por quê que tá me doendo tanto? Tá doendo tanto... Que sentimento é esse? Eu só queria entender...

Antes que Rafa pudesse continuar falando, Gizelly abre a porta do quarto, olhando em direção a elas. O assunto se encerra. Kalimann limpa o rosto com as costas da mão encara o chão.

— Rafa... — a voz de Gizelly falhou — A gente pode conversa lá no líder? Por favor.

Rafa apenas balançou a cabeça concordando, sem muitas palavras. Ela se levantou e foram até o quarto do líder, onde tinham mais privacidade para conversar, serem mais abertas sem preocupação de outros escutando. Gizelly sentou-se na cama enquanto Rafa a encarava de pé, com braços cruzados e um semblante visivelmente magoado.

— Eu queria te pedir desculpas, primeiro, por ter te evitado esses dias. As coisas ficaram confusas na minha cabeça, Rafa, demorei um pouco pra cair na real quando eu acordei. Eu realmente precisei desse tempo pra poder pensar em tudo e não fazer nenhuma burrada com você.

— Uai, Gizelly, cê podia ter conversado comigo. Cê não é obrigada a nada, mas seria o mínimo de consideração falar comigo antes.

— Eu sei, mas você sabe como eu sou, Rafa. Eu sou insegura, eu tenho medo, sou muito medrosa... eu fico no meu canto, me isolo, não converso. — disse atropelando as palavras — Eu custei pra te chamar pra conversar, você sabe, mas isso que o Prior fez foi o estopim. Ele fez aquilo no ao vivo pra me prejudicar, pra prejudicar a minha relação com você e com a Manuzinha. Eu fiquei muito constrangida, fiquei nervosa, não sabia o que fazer. 

— Eu fiquei extremamente chateada, Gizelly. A forma que ele disse aquilo foi horrível e a realidade é completamente diferente. Meu propósito é muito maior e isso pode me prejudicar aqui no jogo. — Rafa respirou fundo — Espero de verdade que isso não volte a ser dito, não gostei... Você ainda mentiu pra mim porque quando contou essa história, contou que tinha falado só do Pyong.

— Claro que não, Rafa. Eu contei pra você e pra Manu, falei que disse o nome de vocês também, a história só tomou uma proporção maior por causa do Felipe, por causa da forma que ele falou agora. — Rafa balançou a cabeça negativamente — Eu falei sim. Estava eu, você e Manu aqui conversando, sentadas em volta da mesa. Você vai ver quando sair... Nunca falei nada com a intenção de prejudicar vocês duas.