Hashirama:
Quando coloquei meus olhos no pequeno Obito, eu pude ter a certeza absoluta que era ele quem procurávamos. No momento em que me sentei ao seu lado, ele me olhou com seus olhinhos cintilantes como se esperasse algo de mim e eu pude então sentir a conexão entre nós. Minha teoria foi confirmada com seu ato de pôr sua mão sob o rosto de Madara. De fato, ele era nosso filho.
Um filho que mesmo não sendo gerado por nós, era nosso.
Observei Madara, tão chocado com aquilo que mal podia respirar ou se mexer sob seus joelhos, o primeiro contato entre os dois não poderia ter sido mais puro. Obito continuava com seu doce toque, o fitando tão profundamente quanto podia. Quase senti inveja de meu marido por nunca ter visto algo tão lindo quanto aquilo. Meu peito queimava com a cena.
De repente, sem dizer uma única palavra, Madara pôs sua própria mão sobre a dele, entrelaçando levemente os seus dedos. Me surpreendi ainda mais com aquilo, minha vontade era de chorar com aquela cena, ele não costumava ser assim com ninguém. Obito tinha conseguido arrancar aquela ação tão genuína de Madara em menos de três minutos após se conhecerem.
– Obito, você quer ir para casa conosco? – Mesmo sentado, me aproximei um pouco mais para lhe passar uma sensação de segurança de minha parte. Ele tirou os olhos de Madara e me fitou. – Nós podemos brincar juntos quando você quiser, eu prometo.
Um sorriso se fez no rosto do doce garoto, mostrando seus dentes de leite pela primeira vez. Ele assentiu rapidamente com a cabeça, o que me fez sentir uma sensação de felicidade que havia sentido poucas vezes em toda a minha vida. Olhei para Madara, ele não demonstrava tanto quanto eu, mas estava visivelmente feliz pela resposta de Obito.
Me levantei e fui seguido pelo outro, que tirou delicadamente a mão do pequeno de seu próprio rosto antes de se levantar. Inesperadamente, Obito se pôs novamente na frente de Madara e estendeu os bracinhos cobertos pela blusa de frio que vestia em sua direção, pedindo seu colo. Gargalhei ao ver a expressão dele, completamente confuso por não saber o que fazer naquele momento.
Sem negar o que pedia, ele abaixou o seu corpo e estendeu seus próprios braços, o pegando em seu colo de uma maneira desajeitada, porém linda de se ver. Seu braço esquerdo segurava suas costas para que não caísse para trás, enquanto o direito segurava o seu suporte embaixo de seu magro corpo. Quando se sentiu seguro, Obito pôs novamente a mão sob sua bochecha, como um imã que não se separavam de forma alguma.
Caminhamos em conjunto até Akemi, que observava a cena com um sorriso no rosto. Provavelmente éramos os primeiros a sequer interagir com Obito, aquilo era tão cruel que me deixava sem palavras, porém agora felizmente estávamos aqui para ele e por ele.
– Parece que vocês encontraram quem procuravam. – Concordamos ao mesmo tempo. Ela se aproximou de Obito e se abaixou um pouco sob os joelhos. – E então Obito, você quer ir para casa com eles?
Ele assentiu novamente sorrindo, aquilo me deixava tão feliz!
– Sim, tia Akemi. – Falou pela primeira vez, nos permitindo ouvir sua voz, calma e quase tão doce quanto ele. Fechou os olhos enquanto falava pela felicidade que sentia. – Eles vão blincar comigo!
Sorri pela forma errônea e adorável que ele falou a penúltima palavra. Seria um prazer ensiná-lo a falar corretamente mais tarde, pensei comigo mesmo. Madara continuava em silêncio, mas com uma visível expressão de felicidade em seu rosto.
Obito realmente estava feliz daquela forma por ter alguém para brincar, certamente por ninguém dali querer isso. Isso me deixava completamente deprimido e ao mesmo tempo irritado, uma criança tão dócil não ter com quem brincar por uma mera cicatriz era inadmissível.
– Que bom, meu amor! – Akemi bagunçou os cabelos negros dele enquanto ele soltava uma gargalhada gostosa de se ouvir como resposta. – Esses são seus papais, sabia?
Obito nos olhou em respectiva ordem, ainda com um sorriso em seu rosto. Voltou-se a Akemi novamente, tirando a mão que estava no rosto de Madara e as juntando, como se quisesse falar algo mas ainda estivesse inseguro.
– Eu tenho um papa? – Ele perguntou baixo, com toda a inocência de uma criança. Aquela simples pergunta me deu vontade de chorar.
– Você tem dois papais! – Apontou para nós enquanto falava.– O papai Madara e o papai Hashirama.
Novamente ele se virou para nós, suas pupilas negras estavam dilatadas ao máximo, claramente admirado pela ideia de ter um pai. Não tinha como expressar em palavras o quanto eu me senti presenteado e especial por aquilo.
– Papa? – Novamente perguntou baixo, com esperança no olhar em que revisava entre mim e o Uchiha
Sorrindo, me aproximei dos dois. Passei uma de minhas mãos sob a curvatura de suas costas, afim de confortá-lo ao máximo com a compreensão de que éramos os pais dele agora. Dessa vez, não só os seus olhos brilhavam, mas também todo o seu rosto.
– Sim Obito, somos seus papais.
Pareceu meio confuso sobre o que eu havia acabado de dizer, mas ao cair sua ficha, um sorriso imenso surgiu em seu rosto e bateu levemente as mãos uma contra a outra, como se estivesse batendo palmas para a notícia. Ele exaltava felicidade e qualquer pessoa que o visse num raio de um quilômetro de distância saberia o quanto estava feliz.
Abriu os curtos braços e envolveu o pescoço de Madara mas rapidamente o soltou, logo fazendo o mesmo comigo. Eu nunca havia sentido tanto amor e afeto em um abraço quanto no seu.
Akemi, que observava a cena com certo encanto e admiração, logo se voltou a nós.
– E então, podemos ir assinar os documentos?
Concordei sem pestanejar, era hora de tornarmos nossa paternidade oficial.
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Depois de assinar uma série de documentos comprovando nossas intenções em sermos pais de Obito, estávamos completamente exaustos. Principalmente Madara, que enquanto assinava, teve de segurar Obito o tempo todo em seu colo, brincando com seu carrinho de brinquedo.
Agradeci aos céus quando acabamos, encostando-me sob a cadeira onde estava sentado e olhando para Obito. Ele estava muito concentrado na brincadeira de faz-de-conta, empurrando o carrinho de um lado para o outro sob a mesa a sua frente.
Pus minha mão sob a coxa de Madara, que pôs a sua própria por cima. Estávamos cansados, mas iria valer a pena, afinal, os documentos só comprovavam que o pequenino era mesmo nosso filho.
– Está tudo feito. – Madara se adiantou contra Akemi, o cansaço visivelmente o dominava e ele só queria ir para casa. – Podemos ir?
– Só falta uma coisa. Um minuto, por favor.
Ela se levantou e foi até um dos armários próximos, abrindo uma das gavetas e procurando algo com seus dedos. Assim que achou um arquivo, voltou-se a sentar a nossa frente.
O arquivo foi aberto, mostrando que eram mais documentos mas dessa vez somente sobre Obito. Lá dentro, haviam todas as informações sobre ele, incluindo toda a sua história.
– Obito precisa de um sobrenome. – Akemi pegou uma caneta ao lado do arquivo para escrever o que diríamos. – Qual será?
Madara e eu nos olhamos enquanto pensávamos, nossos sobrenomes não eram os mesmos e não era costume que se posse ambos os sobrenomes dos pais em uma criança.
Observei Obito no colo do outro, ainda distraído com o que estava fazendo. Refleti, desde o início ele se mostrava extremamente ligado com Madara e isso era óbvio só de se observar as atitudes dele.
Quando Madara ia abrir a boca para opinar em algo, o interrompi com minha decisão final.
– Uchiha Obito. – Sorri, os olhando. – Ele vai carregar o sobrenome de Madara.
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𝐎𝐮𝐫 𝐂𝐡𝐢𝐥𝐝 • 𝐇𝐚𝐬𝐡𝐢𝐦𝐚𝐝𝐚
RomanceOnde Madara e Hashirama decidem que a família estava pequena demais, e acabam por adotar o pequeno Obito, de quatro anos. Avisos: > Universo alternativo ao de Naruto. > Os personagens não me pertencem. > A fanart da capa não me pertence, todos os...