O casamento é tido como uma benção divina, uma forma de consagração. A partir deste dia, uma certa pessoa começaria a acreditar nisso.
Era uma quinta-feira, comum, até um homem desesperado entrar pela porta de uma floricultura.- EU PRECISO DE TODAS AS FLORES QUE VOCÊ TIVER!
Crowley não se assustou, na verdade se surpreendeu, ousou pensar que era um sonho aleatório - alguns dias da semana ele acabava dormindo em cima do balcão na espera que alguém viesse (floriculturas não são lugares tão bem frequentados).
- No que posso te ajudar, meu companheiro? - o homem estava ofegante, suando, parecia estar prestes a morrer.
- Eu preciso de todos os arranjos que você tiver, qualquer coisa!
- Okay... mas por curiosidade, a que devo a honra?- não é todo dia que um estranho chega querendo comprar todas suas plantas.
- Meu casamento, é nesse fim de semana, e os filhos da puta do evento disseram que eles não vão poder fazer os enfeites com flores e essas merdas!
- Tá bom...
- Sério, eu preciso de qualquer planta bonita, e urgente, minha mulher definitivamente não pode saber que os caras das flores cancelaram. - o homem realmente corria risco de morte.
- Então cê quer dar uma olhada ou o que?
- Tem um caminhão vindo pra pegar tudo, porque se a aquela mulher desconfiar que estragaram o sonho dela de casar com um mural de flores, eu não vou casar com ela e com mais ninguém.
- Vou garantir que você siga vivo, meu companheiro. Tenho tudo que você precisa.
- Aí graças a Deus! - " graças a mim, porra". - Você entende desses arranjos de casamento?
- Mais ou menos, já vieram aqui uma vez ou outra querendo comprar.
Mais um homem correndo entra pela porta.
- Você conseguiu? - o novo homem olhou para o lado e vira as plantas que o vendedor havia preparado - Só isso? Você tem que comprar a loja inteira, caralho! A minha irmã vai te matar se tudo não estiver perfeito!
- Ok... - as vezes o jovem noivo pensava na fria que tinha se metido ao se unir com essa família.Levou cerca de 1 hora para carregar tudo ao transporte. Levaria 30 minutos, mas Crowley jamais deixaria alguém ser descuidado com suas mercadorias.
- Quanto que é o valor? - o homem parecia um pouco aliviado, na verdade rezando para que mais nada de errado.
- Olha, cara, você literalmente comprou a minha loja inteira. - estava tudo vazio, só sobrará um ruivo de avental e um borrifador. - Eu posso fazer parcelado, porque o preço tá realmente salgado.
As plantas daquela floricultura não era baratas, eram as mais lindas de toda a cidade, segundo o dono delas.
- Tanto faz. - quando viu o valor apenas pegou um cheque e entregou ao vendedor. - Adeus e muito obrigada!Um milagre divino caiu na porta de Crowley neste dia. Compraram sua loja inteira, mas o comprador era rico, e isso fez toda a diferença. Com o valor da compra a floricultura estaria fechada durante o resto do mês. Crowley conseguira bem mais que o usual mensal com aquela venda. E iria aproveitar está benção divina.
Quando uma pessoa tem uma determinada quantia de dinheiro, ela deve pensar bem no que irá gastar. Por na poupança, pagar a parcela do carro, fazer o rancho do mês. Entretanto, Anthony J. Crowley tinha uma outra ideia de como "torrar" seu dinheiro.
- CJ, meu filho, eu tive uma ideia! - a cobra agora prestava atenção no homem alegre a sua frente. - Eu vou convidar o anjo pra um encontro!
O apelido de Aziraphale tinha pegado.
CJ olhava para seu pai pensando em todas as vezes que seu padastro esteve na casa e se comunicou "sssss", entende-se por " mas vocês já não estavam juntos?".
- Tá, eu sei, mas até agora a gente não teve um encontro decente. Sei lá, queria levar ele pra um restaurante foda. - pegando seu filho no colo continuou - Eu queria oficializar o negócio que a gente tem.
CJ estava pensando que teria oficialmente um novo pai. Dadas as circunstâncias, e a benção divina de mais cedo, Crowley pensou " casamento...". A cobra olhava fixamente para ele como mesmo pensamento.
- Nem pensar, a gente se conhece faz o que, um mês? Eu não sou o Ted Mosby, não. Namorar por enquanto tá bom... a gente namora, né?
Nem a cobra sabia responder essa pergunta. Que curiosamente também rondava a cabeça de Aziraphale.
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Ineffable Neighbors - Good Omens
RomanceNum universo alternativo onde não houve nenhum Armageddon, em que o maior apocalipse aconteceu na vida de Crowley e Aziraphale quando ambos se tornaram vizinhos. Inspirado na arte do @optcldrift (ig)