Crowley não era o ser humano mais bem equipado quando se trata de convidar alguém para jantar em sua casa.
"[...] tem champagne na minha geladeira e por todo nosso trabalho hoje, é mais que merecido. Eu pensei que a gente podia comer uma massa com uma salada de camarão, algo assim..."
Para os ouvidos de Aziraphale, a ideia do cardápio era adorável, poderia jurar que Crowley havia realmente pensado em cada detalhe. Mas a triste realidade era que Crowley não ia ao mercado fazia 1 mês. Então usou toda sua engenhosidade para buscar no fundo da sua mente a visão do armário da cozinha e do freezer da geladeira. Algo que na mente de todas as pessoas com sanidade mental é fixo é que: você não faz um jantar com miojo para a pessoa cujo está apaixonada. Entretanto, Crowley não era dotado de sanidade mental. E pensou que seria uma boa ideia usar os camarões que ele comprou a 5 semanas numa promoção, e que provavelmente estariam impossíveis comer e uma massa - pobre Crowley acreditava que cup nuddles era comida de verdade, já Aziraphale, poderia dizer que foi uma invenção do diabo para causar a morte prematura dos seres - seriam o suficiente para impressionar o cara que ele estava afim.
Aziraphale tinha uma suposição estranha sobre como seria a casa de Crowley por dentro, passará até a pensar que essa uma desordem que nem a sua. Mas ao passar pela porta da frente sua impressão fora quebrada fortemente.
- Mi casa, su casa, anjo.
A casa do ruivo duvidoso(ele jura por todas as forças do mundo que é natural) era extremamente organizada. Porém, o motivo pelo qual ela é assim vale a pena ser mencionado. Na mente fenomenal deste projeto de ser humano acreditava que caso você não bagunçasse não teria que arrumar nada depois, ou seja, comer só em coisas descartáveis, usar só as roupas que foram postas para lavar, assim não desorganizando o guarda roupa, não utilizar nenhum utensílio doméstico para não guardar depois, e assim segue. Crowley só se esforçava em manter suas plantas e a alimentação do Crowley Júnior em ordem.
Aziraphale ficará intrigado com a cena que nunca pensou que iria ver: Crowley tinha posto um avental florido. Sinceramente, você nunca espera que o cara que só veste preto e cheio de tatuagem usaria um avental. Crowley se torturava mentalmente por ter pegado o primeiro avental que viu a 3 anos atrás quando comprou algum utensílio doméstico.
- Bem, querido, eu posso te ajudar caso queira.
- Nah, não precisa, deixa comigo.
- Sério mesmo, eu fiz faculdade de gastronomia antes de abrir a minha padaria.
- Você tem um padaria?
- Sim, por um tempo, e pode confiar em mim, eu sei o que eu faço! - Aziraphale tinha orgulho da sua habilidade culinária.
- Se você diz, eu acredito. Depois me passa o endereço, vou começar a passar lá depois do expediente.
- Esplêndido!- Aziraphale começa a arregaçar as mangás da sua camisa- Crowley, por um acaso, você teria mais um avental?
-Puts, cara, deixa eu ver aqui.- O avental da sua mãe, rosa cheio de corações, ela esquecerá ali na última vez que visitou o filho. Faz 5 anos.- Olha, se você não se importa, tem esse...
- Adorável! Okay, estou pronto, pode por gentileza pegar os ingredientes?
- Yep, já volto.
Enquanto Crowley olhava atentamente a dispensa em busca de um pacote de massa, Aziraphale pode observar mais a casa, primeiramente notando a presença de uma cobra razoavelmente grande.
- Crowley, por que você tem uma cobra?
- Longa história. - Crowley leva a "massa"(provável que a um dia antes da validade acabar) e o que poderia chamar de projeto de macarrão.
- Enquanto nós preparamos nosso jantar temos bastante tempo! - Assim, começam os preparativos do que seria a primeira janta de Crowley em 6 meses.
- Acho que é notável que eu gosto de cobras- Crowley aponta para suas tatuagens de serpentes pelo corpo enquanto cortava algo que ele não sabia bem o que era mas era verde. Aziraphale ditava as regras e procedimentos.
- Sim, acho suas tatuagens fantásticas! E admiro sua coragem, essa que você tem no rosto não doeu? - Aziraphale toca na tempora, onde a tatuagem se localizava. Deixando o dono da tatuagens visivelmente constrangido, porém, apreciando o toque.
- Cara, não ri, mas eu andei por todas as bandas tentando achar um tatuador que usasse anestesia.
- Minha nossa, que bom que você encontrou então.
- É, mas essa não é nem a que mais doeu.
- Você tem mais tatuagens ainda, Crowley?
- Anjo, eu sou uma caixinha de surpresas. - Para alguém com a vida tão pacata quanto Aziraphale, alguém cheio de surpresas lhe era tentador. A única coisa em sua mente no momento era que queria cada vez mais dessa caixinha de surpresas.
- Quem me dera ser assim, eu sou um livro aberto, querido. - E o único livro que Crowley faria questão de ler.
- Eu sei que por trás de toda essa cara de santinho, tem um cretino ali dentro que faz valer a pena te conhecer. - neste exato segundo o projeto de anjo deu um sorriso tão sincero e caloroso, que Crowley sentia que o seu rosto estava queimando, era como a porra de um sol. E realmente, Aziraphale estava radiante, numa família com tantos irmãos, numa vida em que ele era apenas mais algum, alguém que quer conhecê-lo e vê algo a mais nele, é uma raridade.
-Bem,eu, a anjo, eu acho que... Eu vou arrumar a mesa.
- Okay, caixinha de surpresas!
Deixando o quase anjo preparando a comida, e dando graças a algo por isso, Crowley não é adepto da arte de cozinhar, apenas quando está sozinho e pode gritar. Enquanto colocava os pratos na mesa, ele pensava qual seria a próxima desculpa que iria inventar para ver seu anjo cretino novamente.
- Crowley, a comida já está pronta! Pode pegar o champanhe, por favor?
- Claro, vai indo que eu já vou.
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Ineffable Neighbors - Good Omens
RomansaNum universo alternativo onde não houve nenhum Armageddon, em que o maior apocalipse aconteceu na vida de Crowley e Aziraphale quando ambos se tornaram vizinhos. Inspirado na arte do @optcldrift (ig)