" Eu ainda não sei como funcionaremos nem se seremos janeiro. E não me olhe assim com esse olhar tão perdido, eu não tenho respostas para nós. Estou tão vulnerável quanto você, com a diferença de que eu quero me jogar nesse amor e me afogar nele ,sem medo da queda. "
Se passaram pouco mais de dois anos que tudo isso aconteceu. E finalmente, nos reencontramos.
Éramos duas pessoas iguais, feitos um para o outro, que tinham o que era necessário para viver um "NEOQEAV", (pesquise) ao mesmo tempo em que estávamos sempre em posições diferentes, tempos diferentes. Um sempre atrasado em relação ao outro.
Ela queria ter a certeza de que seria eterno e por isso lutava para fechar cicatrizes pelas quais eu poderia escapar de sua vida, ao mesmo tempo em que eu brigava para encontrar brechas para dentro dela, mas ela não deixava e eu sentia muito por isso.
E talvez a culpa não fosse realmente dela, talvez ela realmente só não conseguisse... e estava tudo bem, eu conseguia entender porque apesar de que tudo doía ainda mais nela porque tinha que se afastar da pessoa que mais amou na sua vida. Era como estar condenada às noites frias e sozinha, sem ajuda.
E mesmo que não sejamos janeiro, talvez fevereiro? Quer dizer, continuaremos tentando estar ao mesmo tempo e à mesma vida. A gente poderia tentar sei lá, ser qualquer coisa. É isso, quero ser qualquer coisa com você. Qualquer dia, qualquer hora ou, qualquer instante de eternidade.
É que depois de um tempo as coisas mudam, os tempos mudam, as pessoas mudam. E no fim, novamente voltamos aos antigos clichês que sempre estiveram em nós. Acho que se destaca nessa vida quem consegue ou fugir disso, ou entender isso. Mas fugir para onde? Ou, entender o que? O que se há para entender sobre a vida? Não nascemos com um sinal de interrogação e não precisamos de respostas.
Estamos vivos por que temos uma única chance de viver e vivemos para morrer. Tudo o que acontece nesse meio termo é um presente que a gente só percebe que ganhou quando o perde ou quando se conhece alguém que o perdeu. Quantas milhares de almas se foram para ninguém sabe onde fazer sabe-se lá o que? E quantas outras ainda estão por aí, perdidas, buscando qualquer coisa que as faça se sentirem vivas?
E se voce for corajosa o suficiente para não fugir, talvez entenda um dia que não existem respostas, que nossa filosofia é vã e que nossas perguntas servem mais para nos fazer caminhar do que para nos levar a algum lugar.
Não se evita um amor para poder amar. Nem mesmo o próprio. Não se nega carinho para poder ter mais carinho, não se adia encontros e beijos e amores para poder se encontrar no lugar perfeito com a pessoa perfeita um dia. Se vive o máximo que der todos os dias e tenta-se a sorte todas as noites.
E talvez ela precisasse entender isso, nunca haveria nada entre a gente que não nós e essa busca estranha que tínhamos pelo tempo certo de viver. Pelo momento certo de estar, pelo dia certo que talvez um dia, fosse chegar.
Apesar de tudo isso, tenho fé de que um dia que haverá sol lá fora, no jardim. E eu olharei para ela, sempre tão constante e sempre tão minha, e não verei mais uma tempestade sempre caindo. Ela florescerá e se tornará uma floresta inteira. E dará frutos bons e os frutos serão dela. E se perceberá incrível, e usará sua própria água para lavar seu próprio coração e regar a sua própria alma
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Por amores Incríveis: a vida é boa no escuro também.
RomanceSe chamaria "por amores incríveis" e seria a história de como uma pessoa tentou recomeçar a vida em outro lugar, sozinho, e redescobriu o amor. Mas não dá, não dá para redescobrir algo que nunca foi perdido, no fim das contas todos os meus textos so...