Capítulo 15

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Yoongi estava parado perto da mesa de petiscos, após a sessão, quando escutou alguém lhe chamando pelo nome artístico.

— Licença... Você é Agust D, não é?

O moreno engolia o líquido quente e meio amargo quando ouviu a voz. Ele se virou no mesmo instante e se deparou com o rapaz com TOC, Kihyun, se ele não estava enganado. Os dois possuíam a mesma estatura, mas era tudo o que ele podia dizer: que se pareciam fisicamente. Kihyun tinha lábios finos, mas um sorriso grande, seu rosto tinha um formato triangular, sendo o queixo ligeiramente afilado. Suas bochechas eram um tanto fartas o que faziam seus olhos pequenos praticamente se fecharem por detrás do sorriso.

Yoongi concordou com a cabeça e viu o rosto do outro se iluminar ainda mais no sorriso.

— Ah! Eu sabia! Meu primo mais novo tem seus pôsteres espalhados por todo o quarto. Eu me chamo Kihyun. — O rapaz estendeu a mão em cumprimento e Yoongi um tanto tímido retribuiu o gesto. Assim que suas palmas se desencostaram, ele observou o outro esfregar a palma na calça. Ele não se ofendeu com gesto, afinal era parte da doença do outro. — Desculpa por isso... é o TOC e tal. Eu estou te atrapalhando?

— Não! Não... desculpa... eu só sou meio tímido...

— Ah! No palco... não parece.

— Hum... Eu entro em um personagem. — afirmou o rapper, balançando os ombros. — E você meio que... acabou de me escutar falando um monte de coisas.

— Eu também falei, não liga para isso. — Kihyun observou a mesa e de dentro da calça pegou um pacote de lenços de papéis e após separar uma folha, pegou as uvas que estavam no local. — Fiquei feliz por você finalmente falar algo... Estava com medo de você ser mudo e enganar todo mundo com playback.

— Seria um pouco bizarro, não? — Yoongi perguntou e acabou achando graça e não pode deixar de observar o outro começar a esfregar o papel em casa uva, antes de levar a boca.

— Seria, mas já aconteceu antes. — respondeu o rapaz, sem ter muita certeza. — O seu amigo... É o professor de dança, né?

Yoongi encarou o outro tentando ler a expressão dele de alguma forma, mas Kihyun estava preocupado em esfregar as uvas. Seria ele assim tão óbvio? O rapper achava que não, mas pelo visto não era isso que o resto das pessoas ali pensavam.

— Ah, é que eu sempre o vejo pelo corredor e... com você. Vocês são bonitos juntos. — comentou o rapaz, causando um desconforto no rapper, que já não queria mais conversar. — Meu primo é gay, sabe? Ele ia te amar ainda mais.

— Não sou gay. — Yoongi afirmou e não deixava de ser verdade. — Hum... Eu tenho que ir.

— Ah, hum... Okay. Nos falamos depois?

— Claro.

O rapper tentou não transparecer a pressa e caminhou tranquilamente para o corredor, deixando para trás a sala onde acontecia a terapia.

A verdade era que Yoongi realmente não se importaria que o chamassem de gay ou afirmassem isso por aí, mas ele ainda tinha um contrato e mesmo estando na ala psiquiátrica e literalmente tendo que se importar com outras coisas, não podia deixar sua carreira de lado, pois o rapper amava o que fazia.

Yoongi seguiu com pressa para o quarto, pronto para ligar para Seokjin ou o seu agente e perguntar o que deveria fazer sobre o incidente, mas algo esbarrou nele. O moreno estava pronto para reclamar, mas viu Hoseok, e um sorriso involuntário surgiu nos seus lábios.

— Bebê. — O ruivo falou, abraçando o rapper. — Você está diferente... Fez algo no cabelo?

— Quarto. — disse o mais velho.

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