Capitulo 9

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Passei 2 meses treinando meus poderes com as fadas, mas nada aconteceu. Creio que o máximo foi fazer uma flor abrir antes do tempo, mas em nada ajudou. Será que nunca poderia ajudar tia Lola? Assim que Guillermo chegou em casa, eu fui falar com ele.
-Senhor! Tenho que falar contigo.
-Claro, minha pequena! O que houve?
-Vim te pedir, da maneira mais sincera, que livre tia Lola da maldição.
-Maldição? Do que está falando?
-Não seja bobo! Estúpido! Me responda!
Ele tirou uma luva e agarrou meu braço. Suas garras perfuravam minha pele, logo o sangue começava a sair.
-Estúpido? Garotinha maldita! Não ouse falar assim comigo, ouviu? Posso te amaldiçoar do mesmo jeito que fiz com Lola!
Senti a raiva possuir meu corpo, nunca aconteceu algo assim comigo. As palavras saiam como flechas, minha voz preenchia todo o cômodo.
-Guillermo! Eu te matarei! Cravarei um punhal em sua cabeça, sentirei o seu sangue! Ora, seu monstro!
Ele riu de maneira debochada.
-Você? Inútil, sequer mata um mosquito.-Ele saiu rindo.
Mas eu não perdoaria esse sujeito de maneira alguma, e jurava, pelo amor, que iria matar esse cretino!
Mamãe não se manifestava com tudo isso, creio que ela sequer sabia. Sabia sim, da minha linhagem, mas não de faunos e maldições. Na verdade, nesses 2 meses, o namorado dela faleceu, e ela entrou em uma depressão. Falar de tudo só deixaria ela pior.
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No dia seguinte da briga com Guillermo, estava preparada pra matá-lo. Peguei o punhal e fui até a sala, Lola estava sentada no sofá. Somente ela. Ao olhar para seu rosto, levei um enorme susto. Escorria sangue de sua boca, seus olhos estavam vermelhos... Ela sussurrava algo, cheguei mais perto para ouvir.
-Me mate... Me mate...
As lágrimas começaram a escorrer, entrei em pânico.
-Não! Não posso fazer isso!
-Por favor... Me mate...
Guillermo apareceu na sala, em pé, atrás de mim.
-Mate-a! Quero ver se você tem coragem!
-Não...!-eu gritava, em desespero.
-Você não tem coragem!-ele ria-Eu sabia, eu sabia.
-Eu vou te matar!
-Tolinha! Se me matar, como vai curar sua tia? Eu sou o único que tem poder suficiente para a curar!
Tia Lola sussurrou e eu consegui ouvir, ela falara "me mate... é o único jeito... eu imploro!". Só sei que senti o punhal entrando em seu peito, diretamente no coração. Eu continuei o segurando, sentindo o sangue em minhas mãos. Tia Lola, finalmente, se livrara do sofrimento, mesmo que isso custara sua vida.

The soul of the witchOnde histórias criam vida. Descubra agora